O Campeonato Mineiro é uma das competições estaduais mais tradicionais do futebol brasileiro, carregando uma história centenária marcada por rivalidades intensas, lances memoráveis e uma profunda conexão com a identidade esportiva de Minas Gerais.
Organizado pela Federação Mineira de Futebol (FMF), o torneio reúne os principais clubes do estado — como Atlético, Cruzeiro e América — além de equipes do interior que frequentemente surpreendem.
Mais do que uma simples disputa por título, o Campeonato Mineiro funciona como um verdadeiro termômetro para a temporada dos clubes, servindo de vitrine para jovens talentos e palco de confrontos que inflamam torcidas por todo o estado.
Ao longo dos anos, nomes históricos do futebol nacional surgiram no torneio, consolidando sua importância no cenário esportivo brasileiro.
Em sua atual configuração, o campeonato conta com um sistema de disputa moderno, mantendo viva a tradição e ao mesmo tempo proporcionando equilíbrio e emoção do início ao fim.
A cada edição, o Campeonato Mineiro reafirma sua relevância como um dos pilares do futebol em solo brasileiro.
História do Campeonato Mineiro

A longa trajetória do Campeonato Mineiro é recheada de transformações, disputas acirradas e momentos decisivos que moldaram a identidade do futebol em Minas Gerais.
Ao revisitar os primórdios da competição até as mudanças estruturais mais recentes, é possível entender como esse campeonato se consolidou como referência estadual e formador de ídolos nacionais.
A seguir, mergulhamos nas raízes e na evolução do torneio ao longo das décadas.
Primeiras edições
O Campeonato Mineiro nasceu oficialmente em 1915, ainda como Campeonato da Cidade, reunindo clubes de Belo Horizonte e arredores.
Inicialmente, a disputa era restrita a equipes como Atlético, América, Yale e Sete de Setembro, com confrontos centralizados na capital.
A hegemonia americana nos primeiros anos foi marcante, com o América conquistando dez títulos consecutivos entre 1916 e 1925 — um feito histórico no futebol brasileiro.
Apesar do nome atual só ter sido oficializado em 1958, a Federação Mineira de Futebol reconhece os campeonatos anteriores como edições legítimas do estadual.
Ao longo das primeiras décadas, o torneio passou por períodos de instabilidade, com criação de ligas paralelas e interrupções ocasionais, o que mostra os desafios enfrentados no cenário esportivo mineiro da época.
Era profissional
A profissionalização do Campeonato Mineiro começou a tomar forma em 1933, acompanhando o movimento que já acontecia em outras regiões do Brasil.
O Villa Nova, de Nova Lima, foi protagonista desse início profissional, conquistando quatro títulos consecutivos entre 1932 e 1935 e consolidando sua força fora da capital.
Com o tempo, o eixo voltou a se concentrar em Belo Horizonte, especialmente com o crescimento do Palestra Itália — que mais tarde se tornaria o Cruzeiro.
Na década de 1940, Atlético e Cruzeiro se firmaram como os principais rivais, travando duelos históricos e alternando o domínio estadual.
A década de 1950 consolidou o profissionalismo e elevou o nível técnico da competição, com maior cobertura da imprensa, presença de grandes jogadores e participação ativa da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) na organização do calendário nacional.
Reformulações ao longo dos anos
A partir da década de 1970, o Campeonato Mineiro passou por diversas reformulações para se adaptar às mudanças do futebol brasileiro.
A criação do Campeonato Brasileiro e outras competições nacionais e regionais forçaram a FMF a ajustar o calendário e os formatos do torneio.
Mesmo assim, o estadual nunca perdeu sua relevância, sendo a principal plataforma para revelar jovens promessas e manter a rivalidade entre os grandes clubes.
Nos anos 2000, o torneio incorporou novas fases e deu espaço a clubes do interior, com surpresas como o título da Caldense em 2002 e a ascensão do Ipatinga, campeão em 2005.
Recentemente, o Atlético dominou a competição com conquistas consecutivas, enquanto o Cruzeiro e o América seguem como protagonistas históricos.
Essas adaptações mantêm o Campeonato Mineiro vivo, competitivo e essencial para o futebol do estado.
Formato e Sistema de Disputa
Ao longo do tempo, o Campeonato Mineiro passou por diversas transformações em seu formato de disputa, refletindo as necessidades do calendário nacional e a busca por maior equilíbrio técnico entre os participantes.
A atual fórmula busca valorizar tanto os grandes confrontos quanto a competitividade das equipes do interior. A seguir, um panorama das principais estruturas que moldam o torneio atualmente e no passado.
Fórmula atual
O Campeonato Mineiro é hoje dividido em cinco fases principais: Fase Classificatória, Semifinal, Final, Taça Inconfidência e Repescagem.
Na etapa inicial, os 12 clubes são divididos em três grupos com quatro times cada, onde cada equipe enfrenta adversários dos outros grupos, totalizando oito jogos. Atlético, Cruzeiro e América são cabeças de chave.
Avançam para as semifinais os líderes de cada grupo e o melhor segundo colocado geral.
Os confrontos são em ida e volta, assim como a final, com o critério de saldo de gols determinando o classificado. Em caso de empate, a disputa vai para os pênaltis.
Fórmulas anteriores
Ao longo das décadas, o Campeonato Mineiro já teve formatos variados. Durante grande parte do século XX, a disputa era realizada em pontos corridos simples ou com fases eliminatórias diretas.
Houve ainda anos com dois campeonatos paralelos, como nas décadas de 1920 e 1930, além da criação do Supercampeonato Mineiro em 2002, disputado entre a Caldense (campeã estadual) e clubes que jogaram a Copa Sul-Minas — caso único que não foi oficialmente reconhecido pela FMF.
Em outras edições, o torneio contou com turnos e returnos, quadrangulares finais e até decisões em jogo único. Essas variações mostraram a flexibilidade do estadual diante das mudanças no cenário nacional.
Critérios de desempate
Nos campeonatos recentes, os critérios de desempate seguem ordem clara: número de vitórias, saldo de gols, gols marcados e confronto direto (quando aplicável).
Em fases eliminatórias, não há vantagem para a melhor campanha: o equilíbrio entre os clubes é decidido nos 180 minutos e, se necessário, na disputa de pênaltis.
Essa fórmula torna os jogos decisivos mais imprevisíveis e aumenta a emoção da competição, especialmente em clássicos que costumam terminar equilibrados.
Rebaixamento e acesso
A luta contra o rebaixamento é intensa. As duas equipes com pior campanha na fase classificatória — considerando todos os grupos — são rebaixadas ao Módulo II.
Essa segunda divisão dá acesso direto aos dois melhores colocados, que ganham a chance de disputar o Módulo I no ano seguinte.
Além disso, o torneio funciona em sincronia com a Segunda Divisão estadual (terceiro nível), mantendo o dinamismo e a renovação entre os clubes de menor expressão, especialmente os do interior, que veem no estadual uma vitrine para alcançar patamares mais altos.
Temporadas Recentes
Com a consolidação do atual formato e o domínio recente de algumas equipes, as últimas edições do Campeonato Mineiro têm oferecido uma mescla entre tradição e renovação.
A temporada de 2024 foi mais um reflexo do alto nível competitivo da competição, marcada por campanhas consistentes, surpresas do interior e desempenhos individuais notáveis.
A seguir, um resumo completo do que aconteceu na edição mais recente do torneio.
Campeonato Mineiro 2024

Na edição de 2024, o Atlético Mineiro reafirmou sua hegemonia estadual ao conquistar seu 49º título do Campeonato Mineiro.
A equipe comandada por Eduardo Coudet demonstrou força ao longo de toda a campanha, mantendo a base vencedora dos anos anteriores e com destaque para nomes como Hulk e Paulinho, que novamente brilharam nas fases decisivas.
O Cruzeiro foi o vice-campeão, voltando à final depois de campanhas irregulares nas temporadas anteriores.
Apesar de não conquistar o título, o desempenho celeste foi considerado positivo, especialmente pelo fortalecimento do elenco e a recuperação de sua identidade tática sob nova gestão técnica.
Campeão e vice
No atual sistema do Campeonato Mineiro, o título é decidido em uma final disputada em dois jogos (ida e volta), sem vantagem para a equipe de melhor campanha.
Se houver empate na soma dos placares, a decisão vai diretamente para os pênaltis — sem critério de gol qualificado ou vantagem por saldo.
O título de campeão mineiro fica com a equipe vencedora da final, enquanto o vice-campeão é determinado automaticamente como o outro finalista, independentemente da pontuação geral ao longo do torneio.
Esse modelo garante uma decisão emocionante, muitas vezes marcada por clássicos entre os grandes clubes do estado.
Além disso, o campeão costuma garantir vaga direta em competições nacionais ou regionais, dependendo do calendário vigente, reforçando a importância da conquista não apenas pelo prestígio estadual, mas também por seu impacto esportivo e financeiro para a temporada.
Classificação final
A classificação final da competição confirmou o favoritismo dos grandes da capital, mas também evidenciou o crescimento de clubes emergentes.
O América Mineiro ficou com a terceira colocação, seguido pelo Tombense, que fechou o G4 com uma campanha segura e competitiva.
Nas demais posições, clubes como Athletic, Villa Nova, Pouso Alegre e Democrata lutaram ponto a ponto para garantir permanência na elite, enquanto os dois últimos colocados acabaram sendo rebaixados para o Módulo II.
Destaques da temporada
Entre os destaques individuais da temporada 2024, o atacante Hulk, do Atlético, mais uma vez se firmou como referência técnica e goleador, dividindo a artilharia com Jonathas, do Athletic-MG.
Ambos marcaram sete gols e foram decisivos para suas equipes ao longo da campanha.
Outro nome que ganhou projeção foi Martín Benítez, meia do América, que se destacou com assistências, qualidade na construção de jogadas e liderança técnica.
No Cruzeiro, a regularidade defensiva foi um ponto alto, com destaque para o zagueiro Lucas Oliveira.
A temporada de 2024 também marcou presença de boas surpresas no interior, como a competitividade do Tombense e o bom início do Uberlândia, que, embora não tenha avançado às fases finais, demonstrou evolução tática e potencial para as próximas edições.
Transmissão e Onde Assistir
TV aberta
A cobertura do Campeonato Mineiro em TV aberta costuma ser realizada pela Rede Globo, que transmite os principais jogos da competição, especialmente os clássicos e as fases finais.
As transmissões variam de acordo com os acordos anuais firmados entre a emissora e a Federação Mineira de Futebol, além dos clubes envolvidos.
Essa exibição gratuita continua sendo fundamental para alcançar o grande público, especialmente em cidades do interior e entre torcedores que acompanham o torneio como parte da tradição dominical.
A TV aberta é também a responsável por garantir a ampla repercussão das decisões e dos grandes confrontos do estadual.
Canais fechados
Nos canais por assinatura, o torneio tem ganhado espaço em faixas exclusivas, com destaque para o SporTV, que costuma exibir partidas ao vivo ao longo da fase classificatória e nas semifinais.
Esses canais oferecem cobertura mais completa, com análises, replays e entrevistas pós-jogo, ampliando a experiência dos torcedores que buscam um conteúdo mais aprofundado.
Além disso, transmissões segmentadas nos canais dos clubes ou em parcerias com emissoras regionais também ocorrem, dependendo da rodada e dos direitos contratados para cada temporada.
Streaming
O avanço dos serviços de streaming abriu novas possibilidades para o torcedor acompanhar o Campeonato Mineiro.
Plataformas como Globoplay (em integração com o SporTV) e FMF TV — canal digital oficial da Federação — transmitem vários jogos ao vivo e com acesso sob demanda.
Em algumas edições, clubes também disponibilizam transmissões em seus próprios canais no YouTube, especialmente quando atuam como mandantes.
Esse modelo digital tem se mostrado fundamental para engajar torcedores mais jovens e alcançar públicos fora do estado, além de facilitar o acompanhamento completo da competição em qualquer dispositivo.
Casos específicos
Um dos episódios mais emblemáticos da história do Campeonato Mineiro ocorreu em 1926, quando o Atlético venceu o campeonato organizado pela LMDT (Liga Mineira de Desportos Terrestres), enquanto o Palestra Itália (atual Cruzeiro) conquistou o torneio paralelo promovido pela AMET (Associação Mineira de Esportes Terrestres), criada após a desfiliação do clube por desentendimentos com a liga oficial.
A FMF, no entanto, reconhece apenas o título do Atlético, já que apenas a LMDT era filiada à CBD na época.
Outro momento peculiar aconteceu em 1932, quando novamente duas ligas distintas organizaram torneios separados: a LMDT e a AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes).
Dessa vez, ambas eram filiadas à CBD, e por isso a FMF reconheceu dois campeões: Atlético e Villa Nova. Esse foi um dos raros momentos em que dois títulos estaduais foram oficialmente homologados no mesmo ano.
Já em 2002, o cenário foi ainda mais incomum. Com Cruzeiro, Atlético, América e Mamoré disputando a Copa Sul-Minas, o Campeonato Mineiro foi vencido pela Caldense, que atuou com os clubes do interior.
Posteriormente, foi criado o Supercampeonato Mineiro, com a Caldense enfrentando os quatro clubes ausentes.
O Cruzeiro venceu esse torneio, mas a FMF não reconhece oficialmente essa conquista, pois não organizou diretamente o evento. Assim, o único título oficialmente registrado em 2002 é o da Caldense.
Resultados
Desde a primeira edição em 1915, vencida pelo Atlético, o Campeonato Mineiro já teve 111 campeonatos disputados até 2025.
A competição foi marcada por longas hegemonias, rivalidades intensas e conquistas históricas por clubes da capital e do interior.
O Atlético Mineiro lidera o ranking com 50 títulos, sendo também o único clube a conquistar o campeonato seis vezes consecutivas (de 2020 a 2025), feito inédito na era moderna.
Logo atrás, aparece o Cruzeiro, com 38 conquistas, muitas delas nos anos 60 e 70, durante a era de ouro do clube.
O América completa o pódio com 16 títulos, destacando-se principalmente nas primeiras décadas do torneio, quando dominou o cenário estadual com seu decacampeonato de 1916 a 1925.
Clubes como Villa Nova, Siderúrgica, Caldense e Ipatinga também deixaram suas marcas ao longo da história, conquistando títulos importantes e representando com destaque o interior mineiro.
Entre eles, o Villa Nova é o mais vitorioso, com 5 títulos, sendo protagonista na transição do amadorismo para o profissionalismo.
Além dos campeões tradicionais, a lista de vice-campeonatos também revela o equilíbrio histórico da competição.
O Atlético soma 39 vices, seguido por Cruzeiro (28) e América (17), números que reforçam o protagonismo desses três clubes ao longo das décadas.
Esses resultados traduzem não apenas estatísticas, mas capítulos fundamentais da identidade do futebol mineiro, onde cada conquista representa uma parte importante da história esportiva do estado.
Títulos do Campeonato Mineiro
Além dos resultados históricos, a distribuição dos títulos do Campeonato Mineiro revela o domínio dos grandes da capital, mas também registra momentos marcantes de clubes do interior.
Ao observar os campeões por equipe, cidade e sequência, é possível perceber como a competição foi moldada por fases distintas e protagonismos variados ao longo do tempo.
Também vale destacar conquistas mais recentes, como a da Recopa Mineira, que valoriza o desempenho de clubes fora do eixo tradicional. Vamos aos dados.
Por equipe
O Atlético Mineiro é o maior campeão da história do Campeonato Mineiro, com 50 títulos, seguido pelo Cruzeiro, com 38 conquistas, e pelo América, com 16.
Fora da capital, o clube mais vitorioso é o Villa Nova, com 5 títulos, todos conquistados entre as décadas de 1930 e 1950.
Outros campeões incluem Siderúrgica (2), Ipatinga (1) e Caldense (1), provando que o interior também teve seus momentos de glória.
Por cidade
A cidade de Belo Horizonte concentra a maior parte das conquistas, com impressionantes 104 títulos, distribuídos entre Atlético, Cruzeiro e América.
Em seguida aparecem Nova Lima, com 5 conquistas (todas do Villa Nova), Sabará com 2 (Siderúrgica), e Ipatinga e Poços de Caldas com 1 título cada, conquistados por Ipatinga e Caldense, respectivamente.
Clubes com mais títulos
- Atlético Mineiro – 50 títulos
- Cruzeiro – 38 títulos
- América Mineiro – 16 títulos
- Villa Nova – 5 títulos
- Siderúrgica – 2 títulos
- Ipatinga e Caldense – 1 título cada
Essa lista evidencia o domínio do trio da capital, mas também celebra a trajetória de clubes tradicionais do interior, que ajudaram a construir a história rica do futebol mineiro.
Campeões consecutivos

O recorde absoluto de títulos consecutivos pertence ao América, com seu decacampeonato de 1916 a 1925 — uma façanha jamais repetida.
O Atlético é o único clube a ter conseguido dois hexacampeonatos: o primeiro de 1978 a 1983 e o segundo de 2020 a 2025.
O Cruzeiro, por sua vez, teve sequências marcantes como o pentacampeonato entre 1965 e 1969 e o tetracampeonato de 1972 a 1975.
Outras sequências notáveis incluem o tetracampeonato do Villa Nova entre 1932 e 1935, e os diversos bicampeonatos do Atlético, somando 11 no total.
Campeões da Recopa Mineira
A Recopa Mineira, disputada entre os melhores colocados do interior e outros critérios definidos pela FMF, é um torneio recente, mas que já gerou destaque para clubes emergentes.
O maior vencedor é o Tombense, com 2 títulos (2021 e 2022), seguido pelo Athletic Club, que levantou o troféu em 2023.
A Recopa tem se consolidado como um espaço para clubes do interior mostrarem força e continuidade em projetos esportivos consistentes.
Estatísticas
Ao longo de sua centenária trajetória, o Campeonato Mineiro acumulou números impressionantes que ajudam a ilustrar a grandeza da competição.
Goleadores históricos, goleadas memoráveis, presenças recorrentes e atletas multicampeões formam um verdadeiro painel estatístico do torneio.
Esses dados não só enriquecem a história do estadual como também reforçam sua importância como celeiro de talentos e palco de feitos inesquecíveis. Vamos aos destaques.
Maiores Artilheiros
O Campeonato Mineiro já revelou grandes goleadores, e alguns nomes marcaram época com seus números expressivos.
Um dos destaques absolutos é Ninão, do antigo Palestra Itália (atual Cruzeiro), que foi artilheiro por três anos consecutivos entre 1928 e 1930, marcando 43 gols em 1928 — um recorde de gols em uma única edição.
Nos tempos modernos, Hulk, do Atlético, se destacou nas temporadas recentes, liderando a artilharia em 2022, 2023 e 2025, reforçando sua importância na era contemporânea do torneio.
Outros nomes históricos incluem Britto (América), Dario (Atlético), Tostão (Cruzeiro) e Fred, que foi goleador por Cruzeiro e Atlético em diferentes fases da carreira.
Maiores Goleadas
O estadual também foi palco de placares elásticos e históricos. A maior goleada registrada foi em 1928, quando o Palestra Itália aplicou 14 a 0 no Alves Nogueira.
No mesmo ano, o América venceu o Palmeiras-BH também por 14 a 0, igualando o feito.
Outros resultados expressivos incluem Cruzeiro 11 x 0 Flamengo-Varginha (1980) e Atlético 13 x 0 Calafate (1929).
Esses jogos mostram a disparidade entre os grandes da capital e clubes de menor expressão, especialmente nas décadas iniciais do torneio.
Mais Participações
Os clubes com maior presença no Campeonato Mineiro são também seus protagonistas históricos.
Atlético e América lideram com 110 participações cada, enquanto o Cruzeiro aparece logo atrás com 106.
O Villa Nova, tradicional representante do interior, soma 100 participações, sendo o clube fora da capital com mais presenças no Módulo I.
Esses números refletem não só a longevidade desses clubes, mas também a consistência de suas estruturas ao longo dos anos, mesmo diante das transformações do futebol mineiro.
Jogadores com Mais títulos
Entre os atletas mais vitoriosos do Campeonato Mineiro, nomes como João Leite, lendário goleiro do Atlético, se destacam com nove títulos conquistados, todos pelo Galo.
Outro nome importante é Procópio Cardoso, que venceu o torneio como jogador e técnico, tanto por Atlético quanto por Cruzeiro.
Na era recente, Hulk já soma diversos títulos consecutivos com o Atlético e é símbolo da nova fase dominante do clube.
Ao longo das décadas, muitos ídolos regionais construíram carreiras sólidas no estadual, acumulando conquistas que os eternizaram nas histórias de seus clubes.
Campeões da Recopa Mineira
A Recopa Mineira foi criada como uma forma de reconhecer o mérito esportivo de clubes que se destacam no interior do estado, especialmente aqueles que vão bem na Taça Inconfidência ou terminam entre os primeiros colocados fora do trio da capital.
Desde sua criação, o torneio se tornou uma vitrine para projetos regionais bem estruturados.
O Tombense, da cidade de Tombos, é o maior vencedor da competição, com dois títulos, conquistados em 2021 e 2022, período em que o clube vivia sua melhor fase no cenário estadual e nacional.
O Athletic Club, de São João del-Rei, levantou o troféu em 2023, coroando uma temporada sólida e a ascensão do clube como potência emergente do futebol mineiro.
A Recopa Mineira tem funcionado não apenas como premiação esportiva, mas também como incentivo ao crescimento de clubes do interior, premiando boas campanhas e contribuindo para a descentralização da força futebolística dentro de Minas Gerais.
Campeões consecutivos
Dentro da longa história do Campeonato Mineiro, algumas sequências de títulos se destacam por sua raridade e impacto. Ser campeão é difícil — manter a hegemonia por anos seguidos é ainda mais desafiador.
Ao observar os campeões consecutivos, é possível entender como determinados clubes dominaram épocas inteiras e marcaram gerações com campanhas históricas.
Abaixo, os principais destaques dessas sequências.
Campeões consecutivos
A sequência mais impressionante da história do Campeonato Mineiro pertence ao América, que conquistou um decacampeonato entre 1916 e 1925.
Esse domínio absoluto nos primeiros anos do torneio é até hoje um feito inédito no futebol brasileiro em competições estaduais, consolidando o Coelho como a grande potência da época.
O Atlético Mineiro, por sua vez, é o clube com mais sequências vitoriosas ao longo da história.
O Galo já alcançou dois hexacampeonatos: o primeiro entre 1978 e 1983 e o segundo de forma ainda mais recente, entre 2020 e 2025 — um feito histórico no futebol mineiro moderno, marcando o maior domínio do clube desde a profissionalização do torneio.
O Cruzeiro também teve períodos marcantes de hegemonia. O clube conquistou um pentacampeonato entre 1965 e 1969, seguido por um tetracampeonato entre 1972 e 1975.
Além disso, o time celeste somou quatro tricampeonatos, destacando sua constância em diferentes décadas.
O interior também tem seu espaço: o Villa Nova, de Nova Lima, foi tetracampeão entre 1932 e 1935, durante a transição entre o futebol amador e o profissional.
Essas conquistas ajudaram a consolidar a identidade vencedora de cada clube em suas respectivas eras.
Clássicos Mineiros
Mais do que apenas partidas decisivas, os clássicos mineiros são a alma do Campeonato Mineiro. Eles mobilizam torcidas, movimentam a imprensa e geralmente definem o rumo da competição.
Ao longo das décadas, os confrontos entre Atlético, Cruzeiro e América construíram uma das rivalidades mais intensas do futebol brasileiro.
A seguir, os principais duelos e suas histórias marcantes dentro do estadual.
Cruzeiro x Atlético
Conhecido como o Clássico Mineiro, o duelo entre Cruzeiro e Atlético é o mais emblemático do estado e um dos maiores do Brasil.
A rivalidade teve início em 1921, quando o então Palestra Itália enfrentou o Galo pela primeira vez.
Desde então, o confronto se tornou sinônimo de emoção, tensão e estádios lotados, com decisões de títulos, polêmicas e viradas históricas.
Até 2025, o clássico já foi disputado mais de 380 vezes, com leve vantagem histórica para o Atlético.
Em finais de Campeonato Mineiro, o Galo também leva vantagem, principalmente nas últimas décadas, com uma sequência dominante a partir dos anos 2010.
Já o Cruzeiro, especialmente entre os anos 60 e 90, foi protagonista de grandes conquistas sobre o rival.
América x Atlético
O duelo entre América e Atlético é o clássico mais antigo de Minas Gerais, tendo começado na década de 1910.
Nos primeiros anos do Campeonato Mineiro, a rivalidade era intensa, com o América dominando o estadual e o Atlético tentando quebrar essa hegemonia.
O confronto ganhou contornos históricos quando o Atlético acabou com o decacampeonato americano em 1926.
Atualmente, apesar do Galo ter se consolidado como o clube de maior torcida e conquistas, o América mantém a rivalidade viva, sendo adversário frequente nas fases finais.
O clássico é tradicionalmente marcado por equilíbrio técnico e partidas muito disputadas.
América x Cruzeiro
O clássico entre América e Cruzeiro tem raízes históricas e é considerado o mais equilibrado tecnicamente entre os três grandes.
Desde os tempos em que o Cruzeiro ainda era Palestra Itália, os dois clubes disputam espaço na elite do futebol mineiro.
Ao longo dos anos, o duelo teve momentos de protagonismo alternado, com o América vencendo confrontos importantes, inclusive em semifinais recentes.
Apesar da maior visibilidade dos duelos entre Atlético e Cruzeiro, o clássico entre Coelho e Raposa carrega grande importância, especialmente pelo equilíbrio estatístico e pelo papel que ambos desempenham como formadores de talentos.
Números e curiosidades dos clássicos
- Atlético x Cruzeiro é o clássico mais disputado do estado, com mais de 380 confrontos.
- O maior artilheiro da história do clássico mineiro é Reinaldo, com 25 gols marcados pelo Atlético.
- A maior goleada da história do clássico foi aplicada pelo Cruzeiro: 6 a 1, em 2011, no encerramento do Brasileirão.
- O América foi o único clube a vencer os dois rivais na mesma edição do estadual nas últimas três temporadas, evidenciando sua força crescente.
- Em edições recentes do Campeonato Mineiro, os clássicos mineiros têm tido papel decisivo nas fases de mata-mata, definindo títulos ou eliminando rivais diretos nas semifinais.
Esses clássicos são muito mais que jogos: são capítulos centrais da história do Campeonato Mineiro e do futebol brasileiro.
Curiosidades sobre o Campeonato Mineiro
Ao longo de mais de um século, o Campeonato Mineiro acumulou fatos curiosos que vão muito além das estatísticas.
Episódios inusitados, marcas impressionantes e personagens lendários ajudam a dar ainda mais cor à rica trajetória do estadual.
Essas curiosidades mostram como o torneio é repleto de histórias que marcaram o futebol mineiro e seguem sendo lembradas por gerações de torcedores. Confira algumas delas.
Artilharia histórica em uma edição
O maior artilheiro em uma única edição do Campeonato Mineiro foi Ninão, do antigo Palestra Itália, com 43 gols em 1928 — um recorde absoluto e até hoje insuperado na história do torneio.
Decacampeonato do América
Entre 1916 e 1925, o América conquistou dez títulos consecutivos, tornando-se o clube com a maior sequência de conquistas em estaduais no Brasil. Esse domínio marcou os primeiros anos da competição.
Atlético: hexacampeão em duas eras
O Atlético é o único clube com dois hexacampeonatos: o primeiro entre 1978 e 1983, e o segundo de 2020 a 2025, consolidando duas fases de supremacia estadual distintas.
Dois campeões no mesmo ano
Em 1932, o estadual teve dois campeões reconhecidos oficialmente pela FMF: o Atlético, pela LMDT, e o Villa Nova, pela AMEG. Foi um dos poucos casos de bicampeonato paralelo no futebol brasileiro.
Maiores goleadas da história
Duas partidas dividem o posto de maior goleada da competição, ambas em 1928, com o placar de 14 a 0:
- Palestra Itália x Alves Nogueira
- América x Palmeiras-BH
Jogador com mais títulos
O goleiro João Leite, ídolo do Atlético, é o jogador com mais conquistas do estadual, somando 9 títulos entre os anos 1970 e 1980.
O “campeão simbólico” de 2002
A edição de 2002 teve a Caldense como campeã oficial, mas um torneio extra chamado Supercampeonato Mineiro foi vencido pelo Cruzeiro. No entanto, a FMF não reconhece oficialmente esse título.
Interior em ascensão
A criação da Recopa Mineira evidenciou o crescimento dos clubes do interior. Tombense (2 títulos) e Athletic Club (1 título) já ergueram a taça, mostrando força fora da capital.
Redes sociais oficiais
A Federação Mineira de Futebol (FMF) mantém canais oficiais de comunicação para informar torcedores, jornalistas e clubes sobre tudo o que envolve o Campeonato Mineiro.
Pelo site e redes sociais, é possível acompanhar notícias, tabelas, resultados, regulamentos, transmissões ao vivo e bastidores do torneio.
- Site: fmf.com.br/
- Instagram: instagram.com/mineirosicoob/
- X. Com: x.com/fmf_oficial
Essas plataformas são a fonte mais confiável e dinâmica para quem acompanha o futebol mineiro de perto.
Perguntas Frequentes
Qual o maior time de Minas Gerais?
A resposta varia conforme o critério: em títulos estaduais, o Atlético lidera; em conquistas nacionais e internacionais, o Cruzeiro possui mais. Ambos são gigantes com enorme relevância histórica.
Quem é o maior campeão mineiro?
O Atlético Mineiro é o maior campeão do Campeonato Mineiro, com 50 títulos até 2025.
Quem é maior, Cruzeiro ou Atlético Mineiro?
O Cruzeiro tem mais títulos nacionais e internacionais, enquanto o Atlético tem mais estaduais e vive uma era recente de domínio. A rivalidade é histórica e o debate segue acirrado entre torcedores.
Qual torcida é maior, Galo ou Cruzeiro?
Pesquisas recentes indicam que o Atlético possui a maior torcida de Minas atualmente, embora a diferença para o Cruzeiro seja pequena e varie conforme a metodologia.
Qual time mineiro ganhou mais clássicos?
O clássico entre Atlético e Cruzeiro é equilibrado, mas o Atlético tem leve vantagem no número de vitórias no confronto direto.
Qual o maior time de BH?
Historicamente, Atlético e Cruzeiro dividem esse posto. O Atlético tem mais títulos mineiros; o Cruzeiro, mais conquistas nacionais. O América também tem tradição e importância no cenário local.
Quando foi o 14×3 do Cruzeiro?
Essa goleada histórica sobre o Atlético ocorreu em 27 de novembro de 1927, quando o clube ainda se chamava Palestra Itália.
Quem é o maior artilheiro do Clássico Mineiro?
O maior artilheiro do clássico é Reinaldo, do Atlético Mineiro, com 25 gols marcados contra o Cruzeiro.