América Futebol Clube (MG)
O América Futebol Clube, tradicionalmente conhecido como América Mineiro ou simplesmente Coelho, é uma das instituições mais históricas e respeitadas do futebol brasileiro. Fundado em 30 de abril de 1912, o clube de Belo Horizonte carrega mais de um século de glórias, tradição e paixão enraizada na cultura esportiva de Minas Gerais. A palavra que define o América é resistência: mesmo diante de crises, rebaixamentos e mudanças no futebol nacional, o clube manteve sua identidade, seu escudo original e suas cores — o verde, o branco e o preto — com orgulho.
O América Futebol Clube não apenas soma títulos importantes em todas as divisões nacionais, como também construiu sua grandeza revelando talentos à Seleção Brasileira e ao futebol mundial, como Gilberto Silva, Fred e Richarlison. A força de sua base, a emblemática Arena Independência e a fiel torcida americana ajudam a sustentar o Coelho como protagonista constante nos campeonatos estaduais e nacionais, mantendo viva a rivalidade com Atlético-MG e Cruzeiro.
Mais do que estatísticas e conquistas, o América representa a alma de um torcedor que valoriza a tradição, o trabalho de base e o amor genuíno pelo futebol. Neste artigo, vamos explorar toda a trajetória, títulos, ídolos, curiosidades e o impacto que o América Futebol Clube exerce no cenário esportivo brasileiro.
História do América
A trajetória centenária do América Futebol Clube é marcada por ciclos de glória, resistência e reinvenção. Para entender o peso que o Coelho carrega em Minas Gerais e no futebol brasileiro, é essencial revisitar seus primeiros passos, seu domínio absoluto nas primeiras décadas e a consolidação de uma identidade própria através de um estádio emblemático, o Estádio da Alameda.
Primeiros anos
Fundado por jovens da elite belo-horizontina em 1912, o América nasceu do entusiasmo por um esporte ainda em ascensão no Brasil. O nome do clube foi escolhido por sorteio, e suas cores — verde e branco — definidas no mesmo espírito democrático. Já em seus primeiros anos, o clube mostrou força ao vencer seu primeiro clássico contra o Atlético em 1914, e logo depois, ao se fundir com o Minas Gerais FC, cresceu em estrutura e competitividade.
Supremacia
A partir de 1916, o América iniciou um feito inédito: a conquista de dez campeonatos estaduais consecutivos, entre 1916 e 1925. Essa sequência histórica de títulos transformou o Coelho em um dos clubes mais temidos do país na época, dividindo o recorde de decacampeonato com o ABC de Natal. O time que encantou Minas contava com jogadores lendários como Didico, Kainço, José Borges e Oscar Monte, e venceu até equipes formadas por ingleses, numa época em que o futebol ainda se organizava no Brasil.
Décadas de 1930, 1940 e 1950 — O Estádio da Alameda e outros títulos
Mesmo enfrentando turbulências causadas pela resistência ao profissionalismo na década de 1930 — período em que chegou a adotar o vermelho como forma de protesto — o América consolidou sua estrutura ao inaugurar o Estádio Otacílio Negrão de Lima, conhecido como Estádio da Alameda, em 1929. Nos anos 1940, o clube voltaria a levantar o Campeonato Mineiro com destaque para o título invicto de 1948. Já nos anos 1950, o ápice veio em 1957 com a Tríplice Coroa estadual: campeão nas categorias juvenil, aspirante e profissional.
Década de 1960 — Início da Era Mineirão
A década de 1960 começou com mudanças estruturais profundas. A inauguração do Estádio Mineirão, em 1965, centralizou o futebol de Minas em um novo palco. Porém, para o América, o impacto não foi apenas técnico: em 1964, o clube tomou uma das decisões mais prejudiciais de sua história ao fechar, temporariamente, o departamento de base — o que acabou facilitando a migração de talentos promissores como Tostão para o Cruzeiro. Mesmo assim, o América manteve sua competitividade e foi vice-campeão mineiro em 1964 e 1965, tendo Jair Bala como artilheiro da competição com 25 gols.
A reestruturação do América e novas conquistas relevantes
Após uma longa seca, o Coelho reencontrou a glória em 1971 ao conquistar de forma invicta o Campeonato Mineiro, encerrando um jejum de 14 anos. Essa conquista, aliada à boa campanha no Campeonato Brasileiro de 1973 — quando terminou em sétimo entre 40 clubes —, mostrou que o América ainda tinha fôlego para competir em alto nível. No entanto, problemas financeiros começaram a assombrar o clube, que teve que vender parte de seu patrimônio, incluindo o lendário Estádio da Alameda.
Momentos difíceis, recuperação e novos títulos nacionais
As décadas seguintes foram marcadas por altos e baixos. O América viveu um período instável com rebaixamentos e mudanças constantes de divisão, mas iniciou uma recuperação no fim dos anos 1980. O clube voltou a investir nas categorias de base e, em 1993, quebrou o jejum estadual ao conquistar o Campeonato Mineiro, com apenas uma derrota em toda a campanha. Em 1997, veio o primeiro título nacional: o Campeonato Brasileiro da Série B, coroando uma fase de renascimento. No mesmo ano, empatou em 1 a 1 com o Milan em um jogo histórico pela Copa Centenário, provando sua relevância até mesmo em cenário internacional.
Década de 2020
A chegada da década de 2020 marcou um novo capítulo para o América Futebol Clube, com o clube alcançando feitos inéditos e consolidando sua presença na elite do futebol brasileiro. Após anos de oscilação entre divisões e reestruturações internas, o Coelho mostrou maturidade dentro e fora de campo, protagonizando campanhas memoráveis em competições nacionais e continentais, e ganhando respeito até dos rivais mais tradicionais.
Campanha histórica na Copa do Brasil
Em 2020, o América escreveu uma das páginas mais emocionantes de sua história recente ao alcançar, pela primeira vez, uma semifinal da Copa do Brasil. Com atuações consistentes e um time extremamente competitivo, o Coelho eliminou grandes adversários, como o Internacional, em um confronto decidido nos pênaltis no Independência. A campanha heroica terminou com o clube na terceira colocação, um feito inédito que mostrou ao país a força do time mineiro, tanto tecnicamente quanto em termos de resiliência.
Permanência na série A
Ainda em 2020, o América garantiu o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro com uma campanha sólida na Série B, terminando como vice-campeão, a apenas um gol de diferença da líder Chapecoense. Já em 2021, o clube quebrou um antigo tabu: conseguiu, pela primeira vez desde o início da era dos pontos corridos, permanecer na primeira divisão por dois anos consecutivos. Com uma equipe organizada e destaque para jogadores como Ademir e Matheus Cavichioli, o Coelho conquistou o 8º lugar no Brasileirão e, de quebra, carimbou uma vaga inédita na Copa Libertadores da América — coroando a melhor campanha da história do clube na era moderna da elite nacional.
Classificação inédita para a Copa Libertadores da América
Em dezembro de 2021, o América Futebol Clube alcançou um marco memorável ao garantir a classificação inédita para a Copa Libertadores da América de 2022. A vaga foi confirmada na última rodada do Campeonato Brasileiro, com uma vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, em Belo Horizonte, com dois gols de Ademir. O resultado garantiu ao Coelho o oitavo lugar no Brasileirão — sua melhor campanha em pontos corridos até então — e assegurou uma vaga na fase preliminar do torneio continental.
A conquista representou muito mais do que uma simples posição na tabela: foi o reconhecimento de uma gestão coerente, de um elenco competitivo e da persistência de um clube que, por muitos anos, brigou contra o rebaixamento e enfrentou crises estruturais. Pela primeira vez, a torcida americana pôde sonhar com o continente, com a emoção de disputar a Libertadores e de escrever novos capítulos em sua rica história.
Símbolos do Clube
Com uma trajetória marcada por identidade e tradição, o América Futebol Clube também se destaca pela preservação de seus símbolos ao longo dos mais de cem anos de história. Diferente de muitos clubes que modernizaram ou alteraram radicalmente seus emblemas, o Coelho manteve viva a essência visual que o acompanha desde a fundação — um reflexo do respeito às suas origens e à sua torcida.
Uniformes
Desde 1912, as cores verde e branco fazem parte do manto americano, representando a fundação e os valores do clube. Em 1913, o preto foi incorporado ao uniforme, formando o tricolor tradicional que o América carrega até hoje. Em períodos históricos, como entre 1933 e 1942, o clube adotou o vermelho em protesto contra a profissionalização do futebol — uma decisão que reforça o engajamento do América com suas convicções. Ao longo dos anos, as camisas mantiveram traços clássicos e, mesmo com modernizações, seguem reverenciando a tradição.
Escudo
O escudo do América é um dos mais icônicos e estáveis do futebol brasileiro. Com as letras entrelaçadas “AFC” — iniciais de América Futebol Clube — o distintivo nunca foi alterado desde sua criação. Em 2018, o clube atualizou o conjunto de estrelas acima do escudo: duas douradas, simbolizando os títulos da Série B (1997 e 2017), e uma vermelha, em homenagem à conquista da Copa Sul-Minas de 2000. Além disso, uma faixa é mantida em referência ao lendário decacampeonato mineiro entre 1916 e 1925.
Bandeira
A bandeira oficial do América carrega as três listras horizontais que representam suas cores históricas: branco, verde e preto. Ao centro, o escudo tradicional aparece sobre fundo branco. Essa composição simboliza o equilíbrio entre tradição, modernidade e o orgulho de ser um clube que nunca abriu mão de sua identidade visual — um traço raro e admirado no cenário futebolístico nacional.
Mascote
O coelho, mascote oficial do América desde 1944, é uma criação do cartunista Fernando Pieruccetti, o Mangabeira, a pedido do jornal Folha de Minas. A escolha do animal — ágil, esperto e veloz — representava bem as características desejadas para o time dentro de campo. Ao longo dos anos, o “Coelhão” se tornou uma figura carismática e inseparável do clube, sendo presença constante em jogos, eventos e campanhas promocionais. Antes disso, curiosamente, o mascote do América chegou a ser o Pato Donald.
Hino
O hino oficial do América foi composto por Vicente Motta, também responsável pelo hino do rival Atlético Mineiro. Com uma melodia marcante e letra que exalta a força, a garra e as glórias do clube, a música é um verdadeiro patrimônio sentimental dos torcedores. Na década de 1990, Fernando Brant e Tavinho Moura ainda compuseram uma segunda canção, e há também o “Hino da Torcida”, intitulado O Meu América, criado pelo comediante Fernando Ângelo, que é muito querido entre os fãs.
Cores
As cores verde e branco foram escolhidas por sorteio ainda na fundação, em 1912, e simbolizam a juventude, a esperança e a paz. O preto foi incorporado em 1913, dando origem ao tradicional tricolor americano. Essas três cores se mantêm presentes nas variações de uniformes até os dias de hoje, sendo parte fundamental da identidade visual do clube e um elo direto com sua história centenária.
Estrutura e patrimônio
O crescimento do América Futebol Clube nas últimas décadas também passa pela solidez de sua estrutura fora das quatro linhas. Enquanto muitos clubes vivem altos e baixos sem planejamento, o Coelho apostou na organização patrimonial e em centros de excelência para manter-se competitivo e sustentável. Essa base estrutural sólida é um dos pilares do sucesso recente do clube.
Centro de treinamento
O principal centro de treinamento do América é o CT Lanna Drumond, localizado no bairro Santa Branca, em Belo Horizonte. Modernizado ao longo dos anos, o espaço oferece excelente infraestrutura para o time profissional, com campos de padrão internacional, áreas de recuperação física, departamento médico e espaços de convivência. É um ambiente que alia tecnologia e conforto, servindo também como um centro estratégico para a preparação de atletas da base.
Sede social
A sede administrativa e social do América está localizada no tradicional bairro Santa Efigênia, na região central de Belo Horizonte. O local abriga departamentos internos do clube, setores de comunicação, marketing e gestão, além de ser um ponto de encontro para conselheiros e torcedores. Apesar de não ter o mesmo apelo que as estruturas de lazer de outros clubes, a sede americana mantém viva a ligação institucional com o passado e reforça a presença do Coelho no coração da capital mineira.
Categorias de base / Cidade do Coelho
Um dos maiores orgulhos da história americana é a formação de atletas — e a Cidade do Coelho, centro de desenvolvimento das categorias de base, é prova disso. De lá saíram nomes como Tostão, Éder, Gilberto Silva, Fred, Danilo e Richarlison. Com estrutura independente e metodologia própria, o espaço é voltado exclusivamente para o crescimento técnico e humano dos jovens talentos. O sucesso das divisões de base é tão significativo que o América coleciona títulos importantes nas categorias sub-17 e sub-20, além de alimentar constantemente o elenco profissional com promessas da casa.
Estatísticas
Dentro de campo, o América sempre se destacou por sua consistência ao longo dos anos — seja na elite, seja nos desafios das divisões inferiores. Sua história é rica em participações marcantes, jogadores lendários e números que ajudam a contar a trajetória do Coelho com ainda mais precisão. As estatísticas, nesse sentido, revelam o quanto o clube já enfrentou, superou e deixou sua marca no futebol brasileiro.
Temporadas por divisão (Série A, B, etc.)
O América Futebol Clube acumula ampla experiência nas principais divisões do futebol nacional. Até 2025, foram 28 participações na Série B, onde o clube se sagrou campeão em 1997 e 2017, além de um vice-campeonato em 2020. Na Série C, o Coelho também brilhou com um título em 2009. Já na Série A, embora tenha enfrentado oscilações e rebaixamentos, o clube soma campanhas históricas como a 7ª colocação em 1973 e o 8º lugar em 2021 — este último, que garantiu a vaga inédita para a Libertadores.
Artilheiros históricos
O maior artilheiro da história americana é Satyro Taboada, com impressionantes 167 gols marcados entre 1922 e 1935. Ele lidera uma lista de ídolos que inclui nomes como Gunga (109 gols), Petrônio (106), Euller (79), Jair Bala (78) e Palhinha (77). Esses jogadores ajudaram a construir a imagem ofensiva do clube em diferentes gerações, sendo referências tanto nas conquistas regionais quanto nas campanhas nacionais.
Jogadores com mais jogos
O jogador que mais vestiu a camisa do América é Juninho, com 426 partidas até setembro de 2024, símbolo da regularidade e identificação com o clube. Logo atrás vem Milagres, goleiro entre 1990 e 2001, com 372 jogos. Outros nomes marcantes incluem Gaia (360), Tonho (325) e Wellington Paulo (307). Esses atletas não apenas acumularam presenças, mas também ajudaram a manter vivo o espírito competitivo e a tradição do Coelho dentro de campo.
Participações em competições internacionais
A estreia internacional do América aconteceu em 2022, na Copa Libertadores da América, após a histórica campanha no Brasileirão do ano anterior. O Coelho enfrentou o Guaraní do Paraguai na fase preliminar, sendo derrotado por 1 a 0 em Belo Horizonte, mas revertendo o placar em Assunção com uma vitória por 3 a 2, avançando nos pênaltis. Na sequência, eliminou o Barcelona de Guayaquil, do Equador, novamente nos pênaltis, e alcançou a fase de grupos — onde enfrentou Atlético Mineiro, Tolima e Independiente del Valle, terminando com uma campanha honesta em sua primeira experiência continental.
Em 2023, foi a vez da Copa Sul-Americana, e o América novamente mostrou sua força. Chegou até as quartas de final, sendo eliminado pelo também brasileiro Fortaleza. A campanha consolidou o clube como um competidor internacional em ascensão e reforçou a evolução esportiva e estrutural da instituição nos últimos anos. Participar e avançar nessas competições representou não apenas resultados, mas um salto de visibilidade e prestígio para o Coelhão.
Categorias de Base
O América é amplamente reconhecido como um dos maiores celeiros de craques do futebol brasileiro. Não por acaso, revelou jogadores que brilharam em Copas do Mundo, como Tostão, Gilberto Silva, Fred, Danilo e Richarlison — todos formados em suas categorias de base. Além deles, nomes como Euller, Éder, Alex Mineiro e Irênio também passaram pelos gramados da formação americana.
A estrutura das divisões de base se consolidou com a Cidade do Coelho, centro de treinamento voltado exclusivamente ao desenvolvimento de jovens. Lá, os atletas recebem suporte físico, técnico, psicológico e educacional, com foco em formar não apenas jogadores, mas cidadãos preparados para a vida.
Nas conquistas, o América também se destaca. É campeão da Copa São Paulo de Juniores (1996), do Campeonato Brasileiro Sub-20 (2011), além de ter vencido duas edições da Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior (2000 e 2014). Esses resultados evidenciam a excelência do trabalho realizado, consolidando o clube como uma das referências do país na formação de atletas.
Ídolos e Personagens Históricos
Entre os maiores artilheiros da história americana, Satyro Taboada ocupa lugar de destaque com seus 167 gols — sendo um dos maiores símbolos da era dourada do clube. Outros nomes históricos incluem Gunga, Petrônio, Jair Bala e Euller, este último conhecido como o “Filho do Vento”, que brilhou em várias passagens pelo América e teve também destaque na Seleção Brasileira.
Na construção da identidade tática e emocional do time, nomes como Milagres (goleiro com 372 partidas), Wellington Paulo, Tonho e Gaia marcaram época por sua longevidade, dedicação e amor ao clube. No banco de reservas, Givanildo Oliveira se consolidou como um dos técnicos mais importantes da história do Coelho, conduzindo o time em campanhas memoráveis.
E quando o assunto são as revelações da base, o América tem orgulho de nomes que conquistaram o mundo: Tostão, campeão mundial em 1970; Gilberto Silva, peça-chave na Copa de 2002; Fred, artilheiro e ídolo nacional; e Richarlison, campeão olímpico e presença constante na Seleção. Eles representam a força formadora do clube e a projeção internacional do talento americano.
Palhinha
Revelado pelo América e com grande passagem também pelo São Paulo, foi campeão brasileiro e se destacou na Libertadores de 1992. Ídolo em vários clubes, sempre manteve forte vínculo com o Coelho.
Juninho
Lateral-direito e meio-campista, recordista de jogos pelo América com mais de 420 partidas. Sua fidelidade ao clube e regularidade o tornaram símbolo da era moderna americana.
Gérson de Salles Coelho
Um dos fundadores do clube, foi atleta e dirigente. Seu sobrenome deu origem ao apelido “Coelho”, eternizando-se como uma das figuras mais influentes na fundação do América.
Wellington Paulo
Zagueiro clássico com 307 jogos, teve várias passagens pelo clube e foi peça-chave em campanhas de acesso e estabilidade defensiva.
Tupãzinho
Atacante que brilhou no título da Série B de 1997 e foi artilheiro da competição. Muito lembrado por seu oportunismo e pelos gols decisivos.
Yuji Nakazawa
Zagueiro japonês revelado pelo América nos anos 90. Disputou Copas do Mundo pela Seleção Japonesa e é um símbolo da influência internacional da base americana.
Torcida e Cultura
A história do América não se faz apenas dentro de campo. Fora dele, o clube é sustentado por uma torcida fiel, apaixonada e resistente — que mesmo diante de décadas de desafios e oscilações, jamais deixou de apoiar. A cultura americana vai além do futebol: ela é um traço identitário de Belo Horizonte e de Minas Gerais, refletida em suas organizadas, manifestações culturais e homenagens institucionais.
Torcidas organizadas
O Coelho conta com diversas torcidas organizadas espalhadas pelo estado e pelo país. A mais conhecida é a Seita Verde, fundada em 2002, símbolo da presença ativa e barulhenta nas arquibancadas do Independência. Outras torcidas, como Avacoelhada, Koelhomania, Unida Nação Americana (UNA) e a tradicional Camisa 12, também marcam presença constante, promovendo festas, carreatas, bandeirões e ações sociais em defesa do clube. A pluralidade das organizadas reforça a capilaridade e diversidade da torcida americana.
Impacto cultural
Mesmo com uma torcida numericamente menor em relação a rivais locais, o América sempre teve grande influência cultural. Com raízes na elite belo-horizontina, o clube é citado em músicas, livros e é lembrado em manifestações artísticas da capital. Sua imagem está associada à tradição, elegância e formação de base — o que contribui para um respeito que vai além do número de torcedores. Pesquisas como a Lance!/IBOPE indicam mais de 200 mil torcedores só na Grande BH, com destaque para o alto poder aquisitivo e engajamento.
Homenagens
O reconhecimento ao papel histórico do clube também aparece em forma de homenagens oficiais. Desde 2008, a Câmara Municipal de Belo Horizonte instituiu o Dia do Torcedor Americano, celebrado em 30 de abril, data da fundação do clube. A data é parte do calendário turístico da cidade e uma celebração da resistência americana. Além disso, o clube já foi homenageado por escritores, jornalistas e ex-atletas, sendo considerado um patrimônio cultural do futebol mineiro e brasileiro.
Rivalidades Históricas
Dentro do futebol mineiro, o América construiu sua história também por meio de confrontos marcantes e rivalidades carregadas de tradição, emoção e significado. Apesar das diferenças de tamanho em torcida ou investimento ao longo dos anos, o Coelho sempre se impôs diante dos seus maiores adversários, sendo protagonista de clássicos históricos que ajudam a contar a trajetória do futebol em Minas Gerais.
Rivalidades Históricas
A principal rivalidade do América é com o Atlético Mineiro, duelo conhecido como o Clássico das Multidões. A origem do nome vem dos anos 1910 e 1920, quando ambos disputavam o protagonismo absoluto em Minas, e o América vivia seu auge como decacampeão estadual. Até hoje, o confronto é carregado de simbolismo e equilíbrio, com vitórias históricas e decisões emblemáticas — como a final do Campeonato Mineiro de 2016, vencida pelo Coelho.
Outro embate marcante é contra o Cruzeiro, conhecido como o clássico Coelho x Raposa. Embora a rivalidade tenha crescido mais nas últimas décadas, especialmente com a ascensão cruzeirense a partir dos anos 1960, os jogos costumam ser acirrados e decisivos, inclusive com o América vencendo o rival nas finais da Copa Sul-Minas de 2000.
Há ainda o clássico contra o Villa Nova, o Coelho x Leão, que remonta aos primórdios do futebol mineiro. Com o passar dos anos, esse duelo perdeu força em termos de exposição nacional, mas continua sendo respeitado por sua importância histórica e pelas disputas ferrenhas do passado, especialmente nas primeiras décadas do século XX.
Títulos Conquistados pelo América
A grandeza do América Futebol Clube também se expressa em sua galeria de troféus, conquistados com garra ao longo de mais de um século de história. O Coelho é um dos clubes mais vitoriosos de Minas Gerais e tem o orgulho de levantar taças em todos os níveis: municipal, estadual, regional, nacional e até internacional — um feito que poucos clubes brasileiros podem ostentar com legitimidade.
Títulos nacionais
No cenário nacional, o América é um dos poucos clubes a ter títulos nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro. O clube foi bicampeão da Série B em 1997 e 2017, com campanhas sólidas e marcadas por apoio massivo da torcida no Independência. Também conquistou a Série C em 2009, coroando o processo de reconstrução iniciado após anos difíceis. Além desses, foi semifinalista da Copa do Brasil em 2020, alcançando seu melhor desempenho na competição.
Títulos internacionais
Em sua primeira excursão internacional, o América colecionou bons resultados, mas foi no fim dos anos 1990 que o clube levantou um troféu fora do país: o Mini Torneio de Maribor, em 1999, na Eslovênia. Embora não seja uma conquista de grande expressão, simboliza o início da inserção do clube no futebol internacional. Além disso, o América participou de torneios continentais oficiais, como a Libertadores e a Sul-Americana, alcançando as quartas de final desta última em 2023.
Títulos estaduais
O América é um dos clubes mais tradicionais e vitoriosos do Campeonato Mineiro, com 16 títulos conquistados, sendo o primeiro em 1916 e o mais recente em 2016. O grande destaque histórico foi o decacampeonato entre 1916 e 1925, um feito inédito no futebol brasileiro. O Coelho também venceu a Taça Minas Gerais (2005) e o Módulo II do Mineiro (2008), além de ser o maior campeão do Torneio Início, com 13 conquistas — um símbolo da força do clube nas décadas passadas.
Títulos amistosos relevantes
Um dos mais emblemáticos foi o Torneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1948, vencido pelo América em uma edição histórica que contou com clubes como Vasco, São Paulo e Atlético-MG — todos campeões estaduais no ano anterior. O título foi tratado à época como uma espécie de campeonato brasileiro informal, dada a força dos participantes.
Outros torneios amistosos importantes conquistados pelo Coelho incluem o Triangular de Belo Horizonte (1955, 1956, 1964), o Quadrangular de Juiz de Fora (1957), o Torneio Hexagonal de Belo Horizonte (1965) e o Torneio Pentagonal de Aniversário do América (1966). Também se destacam conquistas em cidades do interior, como os quadrangulares de Barbacena e Teófilo Otoni, que reforçaram a presença do clube em todo o estado de Minas Gerais.
Essas taças, embora não reconhecidas como títulos oficiais, representam capítulos importantes da história do América e mostram que, mesmo em torneios preparatórios ou festivos, o Coelho sempre soube competir com seriedade e ambição.
Administração e Finanças
A solidez institucional do América Futebol Clube ao longo dos anos é resultado de uma administração centrada na responsabilidade financeira, valorização da base e investimentos sustentáveis. Em um cenário nacional marcado por dívidas e gestões instáveis, o Coelho tem se destacado por manter uma política de equilíbrio orçamentário, aliando competitividade com prudência administrativa.
Administração e Finanças
A gestão do América é considerada uma das mais organizadas do futebol brasileiro, especialmente entre os clubes fora do chamado “eixo Rio-São Paulo”. Presidido por Alencar da Silveira Jr., o clube tem se apoiado em modelos modernos de governança, priorizando o controle de gastos, a geração de receitas próprias e a transparência nos processos internos. A profissionalização de setores como marketing, financeiro e jurídico tem sido uma marca da atual administração.
Financeiramente, o América adota uma postura conservadora, com foco em formação e venda de jogadores como principal fonte de receita — modelo que já rendeu frutos com nomes como Richarlison, Danilo, Messias e Matheusinho. Além disso, o clube investe em parcerias comerciais com empresas que compartilham da filosofia institucional, como a MC Games e a Volt Sport, atual fornecedora de material esportivo.
Outro ponto relevante é o fato de o América ser um dos poucos clubes brasileiros a mandar seus jogos em estádio próprio, o Independência, o que proporciona maior autonomia e melhor aproveitamento da bilheteria. Essa estrutura, somada à credibilidade no mercado e à ausência de grandes passivos, permite ao Coelho planejar o futuro com solidez, mesmo em meio às oscilações esportivas.
Marketing e Comunicação
Mesmo com uma torcida menor em comparação aos gigantes do futebol brasileiro, o América tem buscado se destacar em áreas estratégicas como marketing e comunicação. Nos últimos anos, o clube apostou em ações criativas, maior presença digital e parcerias comerciais bem alinhadas ao seu posicionamento institucional — consolidando sua marca e ampliando sua visibilidade.
O departamento de marketing do América tem atuado com foco em engajamento e identidade. A comunicação oficial valoriza o orgulho de ser americano, promovendo campanhas que exaltam a história, as cores e a resistência do clube. As redes sociais, cada vez mais ativas, têm se tornado importantes canais de aproximação com a torcida, principalmente com conteúdos voltados ao dia a dia do elenco, bastidores e ações institucionais.
Principais patrocínios e materiais esportivos
Nos últimos anos, o América fechou parcerias estratégicas com empresas que compartilham da sua filosofia de gestão e imagem. O principal patrocinador atual é a MC Games, estampa central no uniforme do clube. Além disso, o Coelho já teve apoios importantes como Caixa, MRV e Banco BMG em diferentes momentos da última década.
No fornecimento de material esportivo, o clube passou por marcas como Lupo, Kickball, Adidas e Volt Sport — essa última sendo a atual fornecedora, conhecida por personalizar os uniformes com referências históricas e elementos regionais, o que tem agradado a torcida e impulsionado vendas.
Curiosidades sobre o América.
Ao longo de sua rica e centenária história, o América Futebol Clube acumulou não apenas títulos e craques, mas também uma série de curiosidades que ajudam a mostrar o quanto o clube é singular no cenário esportivo brasileiro. São fatos que vão desde recordes inusitados até feitos pioneiros, revelando o lado mais curioso, simbólico e, por vezes, surpreendente do Coelhão.
Curiosidades sobre o América
Primeiro decacampeão do Brasil: entre 1916 e 1925, o América conquistou dez títulos estaduais consecutivos — um feito inédito no país e só igualado décadas depois pelo ABC-RN.
Maior goleada da história: em 1928, aplicou 14 a 0 sobre o Palmeiras-MG, pelo Campeonato Mineiro — essa é a maior goleada oficial já registrada pelo clube.
Gol mais rápido do futebol brasileiro: o atacante Fred, revelado pelo Coelho, marcou um gol com 3 segundos e 17 centésimos pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2003, quando ainda jogava na base americana.
Tríplice Coroa Mineira: em 1957, o América conquistou os campeonatos estaduais nas categorias juvenil, aspirante e profissional — um domínio absoluto em todas as frentes.
Clube formador de seleções: em 2006, o América teve três jogadores revelados em sua base representando seleções na Copa do Mundo — Fred e Gilberto Silva pelo Brasil, e Nakazawa pelo Japão.
Empate histórico com o Milan: em 1997, pela Copa Centenário de BH, o América empatou em 1 a 1 com o Milan de Weah, Boban e Kluivert — com gol salvador de Celso aos 47 do segundo tempo.
Redes sociais oficiais
Para os torcedores que desejam acompanhar de perto as novidades, bastidores, campanhas e conteúdos exclusivos, o América mantém uma presença digital ativa e bem estruturada. Abaixo estão os canais oficiais do clube:
- Site: https://www.americafc.com.br/
- Instagram: https://www.instagram.com/america_mg/
- X. Com: https://x.com/AmericaFC1912?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor
- Facebook: https://www.facebook.com/AmericaFutebolClube1912/?locale=pt_BR
- Youtube: https://www.youtube.com/@coelhotvafc
Perguntas Frequentes
Quem é o dono do América Futebol Clube?
O América Futebol Clube é uma associação civil sem fins lucrativos, ou seja, não possui um dono. O clube é administrado por um presidente eleito e por um conselho deliberativo. Atualmente, o presidente é Alencar da Silveira Jr.
Quanto ganham os jogadores do América Mineiro?
Os salários variam de acordo com a função e destaque do atleta, mas, em média, os jogadores do elenco principal recebem entre R$ 30 mil e R$ 150 mil mensais. Alguns jovens da base e reservas recebem menos, enquanto atletas mais experientes ou titulares podem ultrapassar esses valores.
Quantos títulos mineiros o América tem?
O América Futebol Clube conquistou 16 títulos do Campeonato Mineiro. O clube também é o único decacampeão estadual consecutivo em Minas, com dez conquistas seguidas entre 1916 e 1925.
Quantas vezes o América-RN foi para a série A?
Apesar do nome parecido, o América-RN é um clube diferente, do estado do Rio Grande do Norte. Ele disputou a Série A do Campeonato Brasileiro cinco vezes, sendo a mais recente em 2007.