Associazione Calcio Milan
Associazione Calcio Milan
Títulos Conquistados
Nacionais
- 🏆 Serie A – 19 títulos
- 🏆 Coppa Italia – 5 títulos
- 🏆 Supercoppa Italiana – 7 títulos
Internacionais
- 🏆 UEFA Champions League – 7 títulos (segunda maior vencedora)
- 🏆 Supercopa da UEFA – 5 títulos
- 🏆 Mundial de Clubes / Copa Intercontinental – 4 títulos
Ídolos do Clube



O Milan, oficialmente conhecido como Associazione Calcio Milan, é muito mais do que um clube de futebol — é uma verdadeira instituição esportiva com uma história gloriosa que atravessa séculos. Fundado em 1899, o clube rossonero se consolidou como um dos gigantes do esporte mundial, reverenciado por sua paixão, tradição e conquistas monumentais.
Com sete títulos da Liga dos Campeões da UEFA e 19 Scudettos, o Milan não é apenas um orgulho da Itália, mas um símbolo global de excelência no futebol.
Desde os tempos do lendário trio Gre-No-Li até a era dourada sob o comando de Arrigo Sacchi e Fabio Capello, o Milan sempre foi sinônimo de espetáculo, disciplina tática e talento inquestionável. E tudo isso tem como palco um dos templos mais sagrados do futebol: o San Siro.
Neste artigo, mergulharemos na história fascinante do Milan, suas glórias, ídolos, estádios e números que marcaram o clube como um dos maiores do planeta. Prepare-se para uma jornada repleta de emoção, tradição e, claro, muita bola na rede.
História do Milan
A trajetória do Milan é marcada por altos e baixos, transformações profundas e momentos de pura magia. Desde sua fundação no fim do século XIX até as recentes glórias do século XXI, o clube construiu uma identidade única, forjada por conquistas, lendas inesquecíveis e uma base de torcedores apaixonados.
A seguir, revisitamos os principais períodos que moldaram o gigante rossonero, década por década.
1899–1929: Fundação e primeiros títulos
O Milan nasceu em 16 de dezembro de 1899 pelas mãos de ingleses apaixonados por esportes, como Herbert Kilpin e Alfred Edwards. Inicialmente chamado Milan Football and Cricket Club, o time carregava em seu nome o orgulho britânico de seus fundadores, que optaram por manter a grafia “Milan” ao invés de “Milano”.
Em pouco tempo, o clube já demonstrava sua força nos gramados. Logo em 1901, apenas dois anos após a fundação, conquistou seu primeiro título do Campeonato Italiano, repetindo o feito em 1906 e 1907. Era o início da lenda rossonera, com um time formado por nomes como Kilpin, o primeiro capitão, que já deixava clara a vocação vitoriosa da equipe.
Com o passar dos anos, o Milan começou a se consolidar como uma das potências do futebol italiano, mesmo em meio a transformações no cenário esportivo e político da época. Em 1926, com a inauguração do Estádio San Siro, o clube ganhava uma casa que se tornaria símbolo eterno da paixão rossonera.
1930–1950: Tempos difíceis e reconstrução
As décadas de 1930 e 1940 não foram generosas com o Milan. Em meio à ascensão do fascismo, mudanças nas estruturas do futebol italiano e os impactos da Segunda Guerra Mundial, o clube atravessou um período de jejum de títulos e instabilidade esportiva.
Durante essa fase, o clube foi renomeado oficialmente como Associazione Calcio Milan e chegou a ser chamado de “Milano” por pressão do regime fascista que tentava italianizar todos os nomes estrangeiros. Apesar das dificuldades, a construção do San Siro e o fortalecimento da identidade da equipe mantiveram vivo o orgulho da torcida.
A reconstrução começou no pós-guerra, quando o Milan começou a olhar para fora da Itália e apostar em reforços estrangeiros — uma semente para o que viria na era seguinte.
1950–1979: Era dos craques (Nordahl, Rivera) e consolidação
Com a chegada do trio sueco Gre-No-Li (Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm), o Milan entrou em uma era de ouro nos anos 1950. Nordahl, inclusive, se tornaria o maior artilheiro da história do clube. O time conquistou vários Scudettos e passou a ser respeitado internacionalmente.
Na década de 1960, o clube brilhou com Gianni Rivera, um dos maiores ídolos da história rossonera. Com ele, o Milan conquistou sua primeira Liga dos Campeões da UEFA em 1963, derrotando o Benfica. Rivera também foi decisivo na conquista do título continental de 1969 e da Copa Intercontinental do mesmo ano.
A consolidação internacional e os talentos em campo transformaram o Milan num verdadeiro símbolo do futebol ofensivo e vencedor. A base estava formada para os anos de glória que viriam — mesmo que, como toda história lendária, alguns obstáculos ainda aparecessem pelo caminho.
1980–1986: Crise, rebaixamento e o retorno à elite
Os anos 1980 começaram de forma dramática para o Milan. Envolvido no escândalo de manipulação de resultados conhecido como Totonero, o clube foi punido com o rebaixamento à Serie B pela primeira vez em sua história, em 1980. A queda foi um duro golpe para a torcida rossonera, acostumada a glórias.
Mesmo após o retorno imediato à elite, o Milan voltou a ser rebaixado em 1982, dessa vez por desempenho técnico. Foram anos de instabilidade, campanhas fracas e ausência de protagonismo. O time passou por diversas trocas de técnicos e mudanças de gestão, sem conseguir reencontrar o caminho das vitórias.
A esperança começou a renascer em 1986, quando um nome mudaria para sempre o destino do clube: Silvio Berlusconi. Com visão empresarial e ambição sem limites, ele assumiria o controle do Milan para transformar a crise em um novo ciclo vitorioso.
1986–1996: Era Berlusconi, Sacchi, Capello e o Milan imbatível
Com Berlusconi no comando, o Milan entrou em sua fase mais gloriosa. Apostando em modernização, estrutura e craques de nível mundial, o clube contratou Arrigo Sacchi, que revolucionou o futebol com sua filosofia de jogo coletivo, pressão alta e movimentação.
Junto a Sacchi, chegaram os lendários holandeses Marco van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard, que levaram o Milan a dois títulos da Liga dos Campeões da UEFA (1989 e 1990) e a uma série de títulos nacionais e intercontinentais. O time ficou conhecido como um dos melhores da história do futebol mundial.
Na sequência, com Fabio Capello no comando, o clube manteve o nível altíssimo. Entre 1991 e 1996, o Milan dominou a Serie A, incluindo um título invicto em 1991–92 e uma sequência de 58 jogos sem perder. Foi o auge do futebol moderno, com um elenco estrelado e uma organização tática impecável.
1997–2007: Novos títulos e a Champions de 2007

Após a saída de Capello, o Milan passou por um breve período de reformulação, até encontrar novamente o equilíbrio sob o comando de Carlo Ancelotti. Com ele, o clube voltou ao topo da Europa, mesclando juventude e experiência no elenco.
Em 2003, o Milan venceu a Juventus na final da Liga dos Campeões, em uma dramática disputa de pênaltis. Dois anos depois, viveu um dos capítulos mais dolorosos de sua história: a final de 2005 contra o Liverpool, onde perdeu um jogo épico após abrir 3 a 0. Mas a revanche viria.
Em 2007, o Milan reencontrou o Liverpool na final da Champions e, dessa vez, venceu por 2 a 1 com dois gols de Filippo Inzaghi, levantando seu sétimo título europeu. A conquista consolidou o clube como uma potência europeia inquestionável no início do século XXI.
2008–2017: Anos de transição e queda de rendimento
Após a glória de 2007, o Milan entrou em uma fase de transição marcada pela saída gradual de seus grandes ídolos. Lendas como Maldini, Gattuso, Pirlo, Seedorf, Inzaghi e Kaká foram deixando o clube, e a reposição à altura nem sempre foi eficiente.
Apesar do título da Serie A em 2010–11, com Ibrahimović liderando o ataque, o time começou a perder competitividade tanto na Itália quanto na Europa. As campanhas na Liga dos Campeões passaram a ser menos frequentes, e o clube mergulhou em dificuldades financeiras, gestões instáveis e desempenho irregular.
O período também marcou o fim da era Berlusconi, que vendeu o clube em 2017. Sem uma estrutura sólida, o Milan se afastou dos títulos e da elite europeia, vendo seus rivais ganharem terreno enquanto tentava reencontrar sua identidade.
2018–presente: Retomada com Pioli, Ibrahimović
A virada começou a se desenhar em 2018, com a reestruturação administrativa e um foco maior em jovens talentos. A contratação de Stefano Pioli como técnico foi decisiva para reestabelecer o equilíbrio em campo, assim como o retorno de Zlatan Ibrahimović, que trouxe liderança, experiência e espírito vencedor.
O Milan passou a apostar em nomes como Theo Hernández, Rafael Leão, Mike Maignan e Tonali, formando uma base jovem, competitiva e ofensiva. Com uma mentalidade renovada, o clube retomou o protagonismo na Serie A, mostrando um futebol dinâmico e corajoso.
O trabalho de Pioli devolveu ao torcedor a confiança perdida, e o Milan passou a brigar novamente na parte de cima da tabela — algo que já parecia distante após tantos anos de oscilação.
Scudetto de 2021–22
O esforço dos últimos anos foi recompensado com o tão aguardado título italiano na temporada 2021–22, o 19º da história do clube. Foi uma campanha memorável, com um elenco jovem, unido e determinado a escrever seu próprio capítulo na história rossonera.
A liderança técnica de Pioli, o talento de Leão — eleito o melhor jogador do campeonato — e a solidez defensiva garantida por Maignan e Tomori foram pilares dessa conquista histórica. O Milan voltou ao topo da Serie A com méritos, mostrando que o renascimento era real.
Esse título não apenas encerrou um longo jejum como também simbolizou a reconstrução de uma identidade vencedora. Para a torcida rossonera, o Scudetto de 2022 foi mais do que uma taça — foi o renascimento de um gigante.
Símbolos do Milan
Muito além das quatro linhas, o Milan carrega uma identidade visual e cultural que o torna imediatamente reconhecível no mundo todo. Seus uniformes emblemáticos, o escudo tradicional, as cores vibrantes e até mesmo o mascote ajudam a contar a história de um clube que respira tradição.
Cada detalhe visual do Milan representa mais do que estética — carrega história, orgulho e paixão.
Uniformes
Os uniformes do Milan são um verdadeiro ícone do futebol mundial. A camisa listrada em vermelho e preto — cores escolhidas por Herbert Kilpin para representar o “fogo dos nossos atacantes e o medo dos nossos adversários” — é uma das mais emblemáticas da história do esporte.
Combinada ao calção e às meias brancas, compõe o tradicional uniforme titular dos rossoneri.
O segundo uniforme, geralmente branco com detalhes em vermelho e preto, carrega uma aura especial. Foi com ele que o Milan venceu a maioria de suas finais europeias, consolidando a superstição entre torcedores de que a “camisa branca” é talismã de títulos.
Já o terceiro uniforme costuma variar a cada temporada, com cores alternativas como cinza, dourado ou até tons mais ousados, sempre respeitando a identidade visual do clube.
Além das camisas de jogo, o Milan também conta com uniformes de goleiro e de treino que seguem a mesma elegância, usando tons escuros e modernos. Desde 2018, o material esportivo é fornecido pela Puma, que assumiu o lugar da Adidas e vem mantendo uma linha visual forte, reverente à história do clube.
Escudo
O escudo do Milan é um dos mais clássicos do futebol europeu.
O atual modelo mantém a essência histórica: formato oval, com o nome do clube no topo (“ACM”), o ano de fundação (“1899”) na base e, ao centro, duas representações visuais poderosas — as cores vermelha e preta em listras verticais à esquerda e a cruz de São Jorge à direita, símbolo da cidade de Milão.
Essa combinação remete à união entre o clube e sua cidade, além de carregar mais de um século de tradição e conquistas. Apesar de pequenas atualizações ao longo dos anos, o escudo nunca perdeu sua essência. Ele continua a refletir os valores fundadores do Milan: respeito às origens, orgulho local e ambição global.
A versão atual é usada não apenas nas camisas, mas também em todo material oficial do clube, nas comunicações institucionais e nas redes sociais. É um emblema que atravessou gerações e continua sendo reverenciado por torcedores no mundo todo.
Bandeira
A bandeira do Milan é outro símbolo de orgulho, geralmente trazendo o escudo do clube centralizado sobre um fundo listrado em vermelho e preto. Ela é presença constante nas arquibancadas do San Siro, especialmente nas curvas onde se concentram as torcidas organizadas.
Há também versões da bandeira com a inscrição “Associazione Calcio Milan” ou simplesmente “Milan”, além de variações que exaltam conquistas específicas, como os títulos da Liga dos Campeões. Em clássicos contra a Inter ou em partidas decisivas, essas bandeiras ganham ainda mais destaque, transformando o estádio em um verdadeiro mar rossonero.
Muito mais do que um adereço, a bandeira simboliza a paixão dos torcedores e a identidade que une milhões de milanistas ao redor do mundo — uma extensão visual do amor pelo clube.
Mascote
O mascote oficial do Milan é o diabo, uma escolha ousada e simbólica que tem tudo a ver com a identidade do clube. A figura foi inspirada no apelido “Il Diavolo” — uma referência ao uniforme vermelho e preto, que, segundo Herbert Kilpin, faria os adversários tremerem de medo como se estivessem diante do próprio diabo.
Ao longo dos anos, o diabo foi representado de diferentes formas, desde ilustrações em publicações antigas até mascotes em partidas e ações de marketing. Embora o clube nunca tenha oficializado um personagem fixo como outros times, o símbolo é amplamente reconhecido e utilizado de maneira criativa pelos torcedores.
Além do diabo, há também quem considere o leão como um mascote alternativo e não-oficial do Milan, devido à força e bravura que representa. Mas é a imagem do diabo — temido, vibrante e provocador — que se mantém como a verdadeira encarnação do espírito rossonero.
Hino
O hino do Milan é uma celebração da paixão milanista. Intitulado “Milan Milan”, ele foi composto em 1984 e logo se tornou um clássico. Com melodia envolvente e letra que exalta o orgulho de ser rossonero, o hino é tocado antes das partidas no San Siro, embalando a torcida e criando um clima único no estádio.
A canção é um reflexo direto da história do clube: fala de coragem, glória e tradição. Muitos torcedores sabem de cor os versos e os cantam com emoção antes do apito inicial, criando uma atmosfera que arrepia até os adversários.
Mais do que um simples cântico, o hino do Milan é um símbolo vivo da união entre o time e seus torcedores — um elo que se fortalece a cada jogo, independentemente do resultado.
Cores
As cores do Milan são mais do que um elemento visual — são parte da alma do clube. O vermelho simboliza o fogo, a energia e a paixão dos jogadores e da torcida. Já o preto representa o medo que o time deve impor aos adversários. Essa escolha, feita por Kilpin ainda na fundação do clube, continua extremamente atual e significativa.
A combinação vermelho e preto aparece em todos os elementos visuais do Milan: escudo, uniformes, bandeiras, redes sociais, estádio e até mesmo na iluminação do San Siro em noites especiais. São cores que comunicam força, intensidade e tradição.
Mais do que uma paleta cromática, o vermelho e preto do Milan é uma declaração de identidade. Uma bandeira silenciosa que, mesmo antes do apito inicial, já impõe respeito por tudo o que ela representa.

Estrutura e patrimônio
Além da tradição em campo, o Milan também se destaca por sua estrutura física e institucional. O clube investiu ao longo das décadas em instalações modernas, gestão profissional e um modelo de excelência que reflete sua grandeza mundial.
Seja no icônico San Siro ou nos bastidores de Milanello, a base que sustenta o time é um pilar fundamental para seu sucesso duradouro.
San Siro: O templo do futebol italiano
O San Siro não é apenas o estádio do Milan — é um dos palcos mais icônicos do futebol mundial. Inaugurado em 1926 por iniciativa do então presidente Piero Pirelli, o estádio foi concebido desde o início como a casa do Milan.
Com o tempo, passou a ser compartilhado com a Internazionale, tornando-se também o palco do Derby della Madonnina, um dos clássicos mais intensos do planeta.
Oficialmente nomeado Giuseppe Meazza em 1980, em homenagem ao craque que brilhou por ambos os clubes, o estádio ainda é chamado de San Siro pelos torcedores milanistas.
Com capacidade atual para mais de 80 mil espectadores, ele já recebeu finais de Champions League, partidas de Copa do Mundo e shows históricos, sendo considerado um verdadeiro patrimônio do esporte e da cidade de Milão.
Reformado diversas vezes ao longo das décadas — especialmente para a Copa de 1990 —, o San Siro mistura tradição com modernidade. Apesar dos planos recentes de construir uma nova arena, o San Siro permanece como um símbolo eterno da grandeza rossonera.
Milanello: A base da excelência
Outro ponto-chave na estrutura do clube é o Milanello, centro de treinamento localizado em Carnago, a cerca de 50 km de Milão. Inaugurado em 1963, foi considerado durante muito tempo o centro esportivo mais moderno da Europa — e até hoje é uma referência em preparação física, médica e tática.
Milanello foi um dos segredos por trás do sucesso do Milan nas eras Sacchi, Capello e Ancelotti. O centro possui campos de treinamento, ginásios, áreas de reabilitação, dormitórios, refeitórios e salas de imprensa — tudo pensado para maximizar o rendimento dos atletas.
A estrutura também abriga as categorias de base do clube e recebe constantemente delegações estrangeiras e equipes interessadas em replicar o modelo de excelência que o Milan construiu ali. Não por acaso, Milanello é lembrado por muitos jogadores como o “berço da disciplina e da mentalidade vencedora”.
Museu e sede: A memória viva do Milan
A sede oficial do Milan e seu museu formam um verdadeiro santuário para os apaixonados pelo clube. Localizado dentro do complexo do San Siro, o museu exibe troféus, camisas históricas, chuteiras, vídeos e documentos que contam toda a trajetória do clube desde 1899.
Entre os destaques estão as taças da Liga dos Campeões, painéis interativos, espaços dedicados a ídolos como Maldini, Rivera e Kaká, além de itens raros como bilhetes de jogos históricos e uniformes originais de finais marcantes.
A sede administrativa do clube, moderna e bem estruturada, comanda as operações institucionais e de negócios do Milan. É lá que decisões estratégicas são tomadas — reforçando que, além da força em campo, o Milan também é uma potência fora dele.
Estatísticas
A grandeza do Milan também se traduz em números. Os dados acumulados ao longo da história refletem não apenas a longevidade do clube, mas sua relevância contínua nas principais competições do futebol europeu e italiano.
Desde recordes individuais até campanhas históricas, as estatísticas ajudam a contar — com precisão — a trajetória de um dos maiores clubes do planeta.
Categorias de Base
Últimas dez temporadas: Oscilações e retomada
As últimas dez temporadas do Milan revelam um ciclo de reconstrução e ascensão. Após anos fora da elite europeia, o clube reencontrou sua identidade competitiva com a chegada de novos gestores e o comando técnico de Stefano Pioli.
Entre 2013 e 2020, o Milan viveu campanhas irregulares na Serie A, alternando entre posições intermediárias e classificações modestas para torneios continentais.
A virada começou a partir da temporada 2020–21, com uma equipe jovem e organizada, marcada pelo retorno de Zlatan Ibrahimović. O ponto alto foi a conquista do Scudetto de 2021–22, quebrando um jejum de 11 anos e colocando o clube novamente entre os protagonistas do futebol italiano.
Desde então, o Milan tem frequentado as fases finais da Champions League e se mantido entre os quatro primeiros da Serie A, demonstrando consistência e ambição renovada.
Mais partidas: Lendas eternas de vermelho e preto
Entre os jogadores que mais defenderam a camisa do Milan, Paolo Maldini reina absoluto. Com impressionantes 902 partidas entre 1984 e 2009, ele representa a essência do clube: lealdade, classe e liderança. Em seguida vem Franco Baresi, outro símbolo rossonero, com 719 jogos disputados como um verdadeiro pilar defensivo.
Outros nomes históricos também figuram nesse ranking, como Alessandro Costacurta (663 jogos), Gianni Rivera (658) e Mauro Tassotti (583), todos fundamentais em diferentes gerações vitoriosas do Milan.
Esses atletas não apenas somaram jogos, mas escreveram capítulos decisivos na história do clube, representando o espírito milanista com orgulho e excelência.
Maiores artilheiros: Nordahl, Shevchenko e lendas do gol
No topo da artilharia histórica do Milan está o sueco Gunnar Nordahl, com impressionantes 237 gols marcados entre 1949 e 1956. Sua potência física e faro de gol o eternizaram como o maior goleador da história rossonera.
Logo atrás aparece o ucraniano Andriy Shevchenko, autor de 182 gols em duas passagens pelo clube — incluindo momentos memoráveis em finais europeias.
A lista segue com Gianni Rivera (163 gols), símbolo dos anos dourados do clube, e José Altafini, ítalo-brasileiro que marcou 161 vezes. Completam o top 10 nomes como Filippo Inzaghi, Marco van Basten e Kaká, todos protagonistas em conquistas inesquecíveis.
Esses artilheiros ajudaram a construir o DNA ofensivo do Milan, sempre com elegância e precisão diante do gol.
Ídolos e Personagens Históricos
A história do Milan é inseparável de seus grandes nomes. São jogadores que não apenas vestiram a camisa rossonera, mas a eternizaram com atuações lendárias, títulos inesquecíveis e uma conexão profunda com a torcida. De defensores imbatíveis a artilheiros decisivos, o Milan foi moldado por personalidades que definiram eras — e inspiram gerações até hoje.
Kaká

Kaká é sinônimo de magia com a camisa do Milan. Contratado em 2003 vindo do São Paulo, o meia brasileiro rapidamente conquistou San Siro com sua velocidade, visão de jogo e personalidade serena. Foi peça-chave na conquista da Liga dos Campeões de 2006–07, liderando o time com gols decisivos e atuações de gala.
Em sua primeira passagem pelo clube (2003–2009), Kaká marcou 104 gols em 270 partidas, foi eleito o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em 2007, e tornou-se um dos maiores nomes do futebol mundial.
Mesmo após sua saída para o Real Madrid, manteve um vínculo emocional com o clube e retornou por uma breve, porém simbólica, segunda passagem em 2013.
Mais do que números, Kaká representou o Milan com classe e profissionalismo, sendo até hoje um dos maiores ídolos estrangeiros da história do clube.
Zlatan Ibrahimović
Poderia haver Milan sem drama? Zlatan Ibrahimović nunca permitiu. O sueco, com sua personalidade magnética e presença dominante, teve duas passagens marcantes pelo clube. A primeira, entre 2010 e 2012, rendeu um título da Serie A. A segunda, iniciada em 2020, foi ainda mais simbólica: mesmo aos 38 anos, liderou uma equipe jovem de volta à elite.
Ibra não apenas marcou gols — 93 ao todo com a camisa rossonera — como também foi o ponto de virada mental e emocional do elenco. Sua autoconfiança, profissionalismo e exigência interna reacenderam a chama competitiva que o clube havia perdido por anos.
Mesmo sem erguer a Champions pelo Milan, Ibrahimović é considerado um verdadeiro símbolo de liderança e coragem, reverenciado por ter restaurado a identidade vencedora em um momento decisivo.
Paolo Maldini
Paolo Maldini é, sem exageros, a alma do Milan. Com 902 jogos oficiais entre 1984 e 2009, o defensor dedicou sua carreira inteira ao clube, sendo exemplo de lealdade, consistência e classe dentro e fora de campo. Com ele, o Milan conquistou cinco Ligas dos Campeões da UEFA, sete Scudettos, entre outros títulos, em uma carreira de quase 25 anos.
Maldini era versátil, atuando tanto como lateral-esquerdo quanto zagueiro, sempre com inteligência tática e elegância nos movimentos. Era um líder silencioso, mas absoluto, respeitado por companheiros e adversários em todo o mundo.
Após se aposentar, seguiu contribuindo nos bastidores como dirigente e figura institucional do clube, mantendo viva a conexão entre o Milan do passado e o do presente. Seu nome está tão entrelaçado com o clube que seu número 3 foi aposentado em homenagem à sua trajetória.
Franco Baresi
Antes de Maldini, o símbolo da defesa do Milan era Franco Baresi. Capitão por longos anos e verdadeiro líder espiritual da equipe, Baresi disputou 719 partidas entre 1977 e 1997. Conhecido por sua inteligência tática, posicionamento impecável e entrega absoluta, ele foi o coração da zaga rossonera por duas décadas.
Mesmo nos períodos de crise, como os rebaixamentos dos anos 1980, Baresi permaneceu fiel ao clube, recusando ofertas para sair e ajudando o Milan a retornar ao topo. Foi também pilar das conquistas da era Sacchi, formando uma das defesas mais lendárias da história ao lado de Maldini, Costacurta e Tassotti.
Seu número 6 foi aposentado pelo clube como reconhecimento eterno. Para muitos, Baresi foi o maior zagueiro que o Milan — e talvez o futebol italiano — já viu.
Marco van Basten
Marco van Basten é lembrado como um dos atacantes mais elegantes e letais que já pisaram em um campo. No Milan entre 1987 e 1995, o holandês marcou 124 gols, conquistou duas Ligas dos Campeões, três Scudettos e deixou uma coleção de gols antológicos, incluindo voleios, cabeceios perfeitos e dribles desconcertantes.
Sua parceria com Gullit e Rijkaard foi vital para transformar o Milan na potência mundial da era Berlusconi. Van Basten também foi eleito Melhor Jogador do Mundo três vezes (1988, 1989 e 1992), consolidando-se como uma referência absoluta da posição.
Infelizmente, lesões graves encerraram sua carreira precocemente aos 30 anos, mas seu legado é eterno. Para muitos torcedores, van Basten foi a definição do que é ser um craque.
Ruud Gullit
Se van Basten era o toque refinado, Ruud Gullit era a potência e a versatilidade. Com seus longos dreadlocks e presença imponente, o meia-atacante holandês conquistou os torcedores do Milan desde sua chegada em 1987. Tinha técnica de sobra, mas também uma força física impressionante, que lhe permitia dominar no meio-campo e no ataque.
Com ele em campo, o Milan conquistou dois títulos europeus, três campeonatos italianos e viveu o auge sob o comando de Arrigo Sacchi. Gullit foi eleito Melhor Jogador do Mundo em 1987, e rapidamente virou um símbolo da era moderna do clube.
Carismático, criativo e decisivo, Gullit ajudou a redefinir o estilo de jogo do Milan e a projetar o clube como uma marca global.
Andriy Shevchenko
Andriy Shevchenko, ou simplesmente Sheva, é um dos maiores atacantes da história do Milan. Com 182 gols marcados entre 1999 e 2006 (e uma breve volta em 2008–09), o ucraniano conquistou o coração dos torcedores com sua frieza na finalização, movimentação inteligente e espírito competitivo.
Foi o principal nome do título da Liga dos Campeões de 2002–03, quando converteu o pênalti decisivo na final contra a Juventus. Em 2004, ganhou a Bola de Ouro, coroando seu auge técnico. Letal com os dois pés, veloz e cerebral, Shevchenko foi o atacante perfeito para a era Carlo Ancelotti.
Mesmo após sua saída para o Chelsea, permaneceu como um dos nomes mais admirados pela torcida rossonera — um símbolo de eficiência e elegância no ataque.
Andrea Pirlo
Andrea Pirlo reinventou a posição de volante com a camisa do Milan. De 2001 a 2011, comandou o meio-campo com sua classe inconfundível, lançamentos milimétricos e leitura de jogo apurada. Mais do que um construtor de jogadas, era o cérebro da equipe.
Com Pirlo, o Milan venceu duas Ligas dos Campeões (2003 e 2007), além de dois Scudettos e inúmeros títulos nacionais e internacionais. Sua parceria com Gattuso — força e técnica lado a lado — marcou época na Europa.
Apesar de ter encerrado a carreira em clubes rivais, Pirlo é sempre lembrado com carinho pela torcida do Milan, por tudo o que entregou ao clube com uma elegância única e uma precisão de tirar o fôlego.
Clarence Seedorf
Clarence Seedorf é uma lenda rara: o único jogador da história a conquistar a Liga dos Campeões por três clubes diferentes. Pelo Milan, foram duas conquistas (2003 e 2007), além de títulos italianos e atuações memoráveis entre 2002 e 2012.
Com sua versatilidade, o meia holandês podia jogar centralizado, aberto, mais recuado ou até como armador. Unia força física com controle de bola e uma incrível inteligência tática, sendo peça-chave no meio-campo rossonero por uma década.
Seedorf era discreto fora de campo, mas gigante dentro dele. Um profissional exemplar e um dos nomes mais respeitados da era moderna do Milan.
Filippo Inzaghi
Poucos jogadores incorporaram o espírito de oportunismo como Filippo Inzaghi. Entre 2001 e 2012, ele marcou 126 gols pelo Milan, muitos deles em jogos decisivos. Seu estilo era peculiar: não participava tanto da construção, mas era sempre o primeiro a empurrar a bola para as redes.
Super Pippo foi o herói da final da Champions League de 2007, marcando os dois gols da vitória sobre o Liverpool. Sua intuição dentro da área era quase sobrenatural, sempre bem posicionado, sempre atento ao menor vacilo do adversário.
Inzaghi virou sinônimo de gol fácil, mas nunca banal. Era a prova de que instinto e leitura de jogo podem ser tão letais quanto dribles e força.
Gennaro Gattuso
Se o Milan teve técnica e genialidade em abundância, teve também um guerreiro que simbolizava a alma da equipe: Gennaro Gattuso. De 1999 a 2012, o volante italiano foi o motor do time. Incansável, raçudo e apaixonado, Gattuso personificava a entrega total em campo.
Jogava ao lado de craques como Pirlo, Kaká e Seedorf, e fazia o trabalho sujo com orgulho. Roubava bolas, liderava nos bastidores e mantinha o espírito competitivo aceso mesmo nos momentos mais difíceis.
Amado pela torcida, Gattuso nunca foi o mais técnico, mas talvez tenha sido o mais milanista. Um símbolo puro de comprometimento e amor à camisa.
Torcida e Cultura
Nenhuma história de grandeza se sustenta sem uma base apaixonada por trás. No caso do Milan, a torcida é muito mais do que um apoio — é parte ativa da identidade do clube. Suas organizadas, cânticos, bandeiras e tradições ajudaram a construir um ambiente único, especialmente no San Siro.
A cultura rossonera vai além dos 90 minutos, deixando marcas profundas na sociedade italiana e no imaginário global do futebol.
Torcidas organizadas
A torcida do Milan é uma das mais fiéis, apaixonadas e organizadas do mundo. No coração do San Siro, especialmente na Curva Sud, grupos históricos como a Fossa dei Leoni (dissolvida em 2005), os Commandos Tigre e os atuais Curva Sud Milano mantêm vivo o pulsar rossonero em cada partida.
Com bandeirões, fumaças, faixas e cânticos incessantes, esses grupos transformam o estádio em um verdadeiro caldeirão. Mais do que torcedores, são guardiões da identidade milanista, fazendo da arquibancada um espetáculo à parte — mesmo quando o desempenho em campo oscila.
Em clássicos contra a Inter e confrontos decisivos europeus, a força das organizadas é ainda mais evidente. A sinergia entre torcida e clube é tão intensa que muitos jogadores afirmam sentir uma energia única ao vestir a camisa no San Siro.
Impacto cultural
A influência do Milan transcende o campo e invade a cultura pop, a moda, o cinema e até a política italiana. Durante décadas, o clube esteve associado à figura de Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro do país, o que aumentou ainda mais sua visibilidade e presença na mídia.
Em termos de estilo, o Milan foi um dos primeiros clubes a mesclar esportividade com sofisticação, muito antes das collabs modernas entre moda e futebol. Suas camisas se tornaram peças de desejo e os jogadores, ícones internacionais.
Craques como Kaká, Beckham, Pirlo e Maldini inspiraram gerações não apenas pela técnica, mas também pela imagem fora de campo.
O Milan também é tema recorrente em músicas, séries, filmes e até em videogames. Seu escudo, cores e história já foram citados em produções mundo afora, consolidando o clube como parte da cultura futebolística global.
Homenagens
Ao longo dos anos, o Milan prestou inúmeras homenagens a seus heróis e momentos históricos. Os números 3 (Paolo Maldini) e 6 (Franco Baresi) foram aposentados — um gesto raríssimo no futebol — em respeito à grandeza desses ídolos. Além disso, bustos, murais e bandeiras em San Siro imortalizam figuras inesquecíveis da trajetória rossonera.
Eventos comemorativos, datas históricas e até ações sociais também fazem parte do calendário do clube, sempre com foco na preservação da memória e na valorização dos que ajudaram a construir a lenda milanista. A cada aniversário de fundação, o Milan celebra com vídeos, conteúdos especiais e homenagens institucionais aos torcedores e ex-jogadores.
Para o clube, recordar é mais do que respeitar o passado — é reafirmar o que significa ser Milan.
Rivalidades Históricas
Ao longo de sua trajetória centenária, o Milan colecionou glórias — e também rivais à altura. Esses confrontos não só esquentam o calendário como ajudam a definir a identidade competitiva do clube.
Seja pela proximidade geográfica, pela disputa direta por títulos ou pela força simbólica dos encontros, as rivalidades do Milan carregam história, tensão e capítulos inesquecíveis.
Derby della Madonnina (contra a Inter de Milão) – maior clássico do Milan.
O Derby della Madonnina, entre Milan e Inter, é um dos maiores clássicos do futebol mundial. A rivalidade nasceu em 1908, quando um grupo dissidente fundou a Internazionale, rompendo com o Milan por discordâncias sobre a participação de estrangeiros.
Desde então, os dois clubes dividem não apenas a cidade de Milão, mas também o icônico estádio San Siro.
Mais do que um jogo, o derby é um evento que paralisa a cidade e mobiliza torcedores de todo o mundo. Cada confronto carrega uma atmosfera única, com bandeiras, provocações e uma paixão incontrolável vinda das arquibancadas.
Ao longo da história, o equilíbrio no número de vitórias e o peso dos confrontos decisivos aumentaram ainda mais a tensão entre os rivais.
Clássicos marcantes, como as semifinais da Liga dos Campeões de 2002–03 e 2022–23, ajudam a manter o confronto como um dos mais emblemáticos do planeta. Em cada edição do derby, está em jogo mais do que três pontos — está em disputa a alma de Milão.
Rivalidade com Juventus – histórica, pelos títulos.
A rivalidade entre Milan e Juventus é marcada pela luta direta por títulos. São os dois clubes mais vitoriosos da Itália, com elencos históricos e torcidas espalhadas por todo o país. Embora não seja uma rivalidade local como o clássico contra a Inter, os confrontos com a Juve têm um peso especial — especialmente quando há troféus em jogo.
Essas duas potências já decidiram finais de Coppa Italia, Supercoppa Italiana e, de forma épica, a final da Liga dos Campeões de 2002–03. Na ocasião, o Milan saiu vencedor nos pênaltis, no Old Trafford, em um duelo que reuniu o que havia de melhor no futebol italiano da época.
Por serem protagonistas recorrentes nas competições nacionais e continentais, Milan e Juventus protagonizam um clássico de respeito, rivalidade e muita história. É um duelo de escudos pesados, onde cada vitória tem sabor de afirmação.
Rivalidade com Napoli – recente, por disputas de títulos.
A rivalidade entre Milan e Napoli ganhou força nos últimos anos, impulsionada pelas disputas diretas por títulos e protagonismo na Serie A. Embora a tensão entre os clubes não seja antiga como com Inter ou Juventus, o confronto cresceu em importância principalmente após a ascensão do Napoli na era pós-Maradona e a retomada do Milan na década de 2020.
O ápice da rivalidade recente veio nas temporadas 2021–22 e 2022–23, quando os dois times brigaram ponto a ponto pelo Scudetto e se enfrentaram nas quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA. O Milan levou a melhor, avançando à semifinal com uma atuação madura e estratégica.
Hoje, o duelo Milan x Napoli é visto como um confronto de gerações: de um lado, a tradição centenária e a camisa pesada dos rossoneri; do outro, o brilho de um novo ciclo no sul da Itália. Um clássico moderno que só tende a crescer.
Também há rivalidade com a Roma, mas não com a Lazio especificamente.
Embora Milan e Roma frequentemente estejam no topo da tabela e tenham protagonizado grandes jogos ao longo das décadas, a rivalidade entre os clubes não possui a mesma carga emocional ou histórica dos confrontos com Inter, Juventus ou Napoli.
Ainda assim, trata-se de um duelo de grande apelo, geralmente envolvendo briga por vagas em competições europeias ou posições decisivas na Serie A. O respeito entre as torcidas e a admiração mútua por ídolos como Totti, do lado romano, e Maldini, pelo Milan, tornam esse confronto mais técnico do que passional.
A Roma já tirou pontos importantes do Milan em temporadas cruciais — e vice-versa —, mas nunca houve uma atmosfera de animosidade intensa entre os clubes. É um clássico nacional, sim, mas com menos peso simbólico no imaginário rossonero.
Títulos Conquistados pelo Milan
Ao longo de mais de um século de história, o Milan construiu uma das salas de troféus mais respeitadas do futebol mundial. Suas conquistas não são apenas numerosas, mas também simbólicas, marcando diferentes eras e estilos de jogo que influenciaram o esporte globalmente.
Entre glórias nacionais e triunfos internacionais, o legado vitorioso do Milan reafirma sua posição entre os maiores clubes da história.
Títulos nacionais (Serie A, Coppa Italia, Supercoppa)
O Milan é uma das equipes mais vitoriosas da Itália, acumulando um impressionante histórico de títulos nas principais competições nacionais.

- Serie A (Campeonato Italiano): O clube conquistou o Scudetto 19 vezes, sendo campeão em temporadas históricas como 1950–51, 1987–88, 2003–04 e, mais recentemente, 2021–22, marcando o retorno ao topo após 11 anos.
- Coppa Italia: São 5 conquistas, com destaque para o bicampeonato consecutivo em 1971–72 e 1972–73. Embora a competição não seja o foco principal do clube historicamente, o Milan sempre entra como um dos favoritos.
- Supercoppa Italiana: Com 8 títulos, o Milan mostrou consistência ao longo das décadas, vencendo adversários diretos em finais que medem os campeões da Serie A e da Coppa Italia. A mais recente foi em 2024, reforçando o momento competitivo do clube.
Esses troféus refletem a regularidade do Milan dentro de casa, sustentando sua grandeza nacional por gerações.
Títulos internacionais (Champions League, Mundial, Supercopa Europeia)
Se dentro da Itália o Milan é gigante, fora dela é ainda mais imponente. Poucos clubes no mundo têm um currículo internacional tão rico quanto o rossonero.
- Liga dos Campeões da UEFA: Com 7 títulos (1963, 1969, 1989, 1990, 1994, 2003 e 2007), o Milan é o segundo maior campeão da Champions, atrás apenas do Real Madrid. Suas campanhas históricas incluem goleadas memoráveis e finais eletrizantes.
- Copa Intercontinental: Venceu 3 vezes (1969, 1989 e 1990), em duelos contra os campeões da América do Sul que consolidaram o Milan como potência global no fim do século XX.
- Mundial de Clubes da FIFA: Em 2007, o Milan venceu o Boca Juniors por 4 a 2 e se tornou campeão mundial pela quarta vez, contando os títulos intercontinentais anteriores.
- Supercopa da UEFA: São 5 títulos (1989, 1990, 1994, 2003 e 2007), provando que o clube sempre manteve sua força nas disputas entre os maiores campeões europeus.
- Recopa Europeia: Conquistada duas vezes, em 1968 e 1973, a competição somava-se ao prestígio continental do Milan nas décadas de ouro.
Os títulos internacionais do Milan moldaram sua identidade como clube de elite mundial. Em noites europeias, o Milan é simplesmente diferente.
Outros títulos e amistosos relevantes (como troféus de pré-temporada e torneios internacionais não oficiais)
Além dos campeonatos oficiais, o Milan também soma vitórias em competições de prestígio que, embora não reconhecidas pela UEFA ou FIFA como torneios principais, contribuíram para sua projeção e prestígio global:
- Copa Latina: Um torneio precursor das competições continentais, vencido duas vezes (1951 e 1956), reunindo campeões da Itália, França, Espanha e Portugal.
- Copa Mitropa: Vencida em 1982, tradicional torneio centro-europeu disputado por clubes de relevância histórica.
- Troféu Luigi Berlusconi: Competição amistosa criada em homenagem ao pai de Silvio Berlusconi. O Milan venceu diversas edições contra rivais italianos e internacionais.
- Torneios de pré-temporada: Ao longo das décadas, o Milan também brilhou em torneios como o Teresa Herrera, o Santiago Bernabéu Trophy e o Emirates Cup, além de amistosos internacionais que fortaleceram sua imagem fora da Europa.
Esses troféus ajudam a contar a história de um clube que sempre buscou competir no mais alto nível — mesmo fora dos palcos oficiais.
Administração e Finanças
Por trás da grandeza em campo, o Milan também passou por transformações profundas fora das quatro linhas. Ao longo dos anos, o clube viveu diferentes fases administrativas, que impactaram diretamente sua performance esportiva e estabilidade financeira.
De gestões históricas como a de Berlusconi até a atual fase sob comando internacional, a administração do Milan se tornou um componente estratégico para sustentar sua reconstrução e ambições globais.
Propriedade e presidência: Da era Berlusconi à RedBird Capital
Durante mais de três décadas, o Milan foi sinônimo de Silvio Berlusconi. Sua gestão, iniciada em 1986, marcou a era mais vitoriosa da história do clube, com forte investimento em jogadores, estrutura e marketing. Berlusconi transformou o Milan em uma marca global, aliando carisma político à visão empresarial.
Em 2017, após anos de dificuldades financeiras e afastamento do protagonismo esportivo, Berlusconi vendeu o clube. A transição para investidores chineses foi marcada por instabilidade, o que levou à intervenção do fundo norte-americano Elliott Management, que assumiu o controle e iniciou um processo de saneamento financeiro.
Desde 2022, o clube pertence ao grupo RedBird Capital Partners, que detém 99,93% das ações. Sob essa nova gestão, o Milan busca combinar responsabilidade financeira com ambição esportiva. O atual presidente é Paolo Scaroni, que atua como figura institucional e estratégica na administração do clube.
Diretoria: Profissionalização e gestão moderna
Com a chegada dos grupos estrangeiros, o Milan adotou uma abordagem mais corporativa em sua gestão. Nomes como Giorgio Furlani (CEO) e Geoffrey Moncada (diretor de scouting) assumiram posições-chave, promovendo um modelo baseado em dados, sustentabilidade financeira e valorização de ativos — especialmente jovens promessas.
Essa filosofia foi determinante para o sucesso recente do clube, com contratações de baixo custo que se valorizaram rapidamente, como Theo Hernández, Leão, Maignan e Bennacer. A política de contenção de gastos e foco em planejamento a médio e longo prazo substituiu os grandes investimentos de outrora por um modelo mais sustentável.
Além da diretoria executiva, o Milan conta com nomes históricos em funções simbólicas, como Franco Baresi e Daniele Massaro, que atuam como embaixadores da marca e reforçam a conexão com o passado glorioso do clube.
Finanças e investimentos: Sólido, mas ainda em crescimento
Nos últimos anos, o Milan deu passos importantes para equilibrar suas finanças. Após temporadas com déficits significativos, o clube passou a operar com mais controle orçamentário, reduzindo gastos salariais, evitando contratações de risco e apostando em atletas com alto potencial de revenda.
Com o retorno à Champions League e o título da Serie A em 2021–22, o clube aumentou suas receitas com premiações, bilheteria e acordos comerciais. Parcerias com marcas como Emirates, Puma e MSC também ajudaram a elevar os ganhos.
Um dos maiores desafios da nova administração está na modernização do estádio. A busca por uma nova arena ou pela reforma do San Siro envolve decisões estratégicas que podem impactar diretamente a capacidade de gerar receita a longo prazo — essencial para competir com os gigantes da Europa.
Marketing e Comunicação
Na era da globalização esportiva, o Milan se posiciona não apenas como um clube vencedor, mas como uma marca com alcance internacional.
Suas estratégias de marketing e comunicação evoluíram junto com o futebol moderno, buscando ampliar a presença digital, estreitar o vínculo com torcedores ao redor do mundo e atrair novos públicos por meio de conteúdo, parcerias e inovação.
Presença digital e redes sociais: O Milan no mundo conectado
O Milan é hoje uma das marcas mais engajadas do futebol mundial nas redes sociais. Com presença ativa em plataformas como Instagram, Twitter (X), TikTok, YouTube e Facebook, o clube produz conteúdo em múltiplos idiomas e se comunica diretamente com torcedores de diferentes partes do planeta.
Além de divulgar bastidores, treinos, entrevistas e ações promocionais, o Milan também aposta em formatos inovadores, como minidocumentários, séries de vídeos curtos e conteúdos interativos. A linguagem é moderna e adaptada ao público jovem, sem perder a essência e a tradição do clube.
A expansão digital também inclui o site oficial (acmilan.com), que oferece informações completas, loja virtual, conteúdo exclusivo para sócios e acesso a serviços digitais que fortalecem o vínculo com o torcedor.
Campanhas de marketing e branding: Tradição aliada à modernidade
O Milan tem se destacado por campanhas de marketing que unem história e inovação. A parceria com a Puma, iniciada em 2018, elevou o patamar das camisas do clube, com lançamentos impactantes que resgatam designs históricos e inserem elementos culturais milaneses.
Outras campanhas, como “Born to Lead”, “From Milan to Many” e “Sempre Milan”, ajudaram a reposicionar o clube como uma potência cultural, além de esportiva. A estética visual forte, a coerência na identidade da marca e o uso estratégico de ídolos como Maldini e Kaká reforçam o apelo emocional com o público.
A colaboração com artistas, marcas de moda e criadores de conteúdo também faz parte da nova abordagem de marketing do clube, cada vez mais presente no universo lifestyle.
Internacionalização e relacionamento com torcedores
Expandir a base global é uma prioridade clara na estratégia do Milan. O clube tem investido em parcerias comerciais e ações localizadas em mercados estratégicos como Ásia, Oriente Médio, América do Norte e América Latina.
Isso inclui turnês internacionais de pré-temporada, ativações locais com patrocinadores e até academias de futebol oficiais em diferentes países.
Ao mesmo tempo, o relacionamento com o torcedor tradicional segue forte. Programas como o Milan Club — com núcleos oficiais ao redor do mundo —, experiências exclusivas para sócios e campanhas de engajamento reforçam o senso de comunidade.
O equilíbrio entre internacionalização e identidade local tem sido uma das marcas da atual gestão de comunicação do clube, tornando o Milan uma marca com apelo global, mas alma profundamente rossonera.
Curiosidades sobre o Milan
Ao longo de mais de um século de história, o Milan acumulou não apenas títulos e ídolos, mas também uma série de fatos curiosos que ajudam a revelar detalhes únicos da alma rossonera.
Algumas histórias se tornaram lendas entre os torcedores, outras reforçam a dimensão global do clube ou mostram como o Milan sempre esteve um passo à frente dentro e fora de campo.
O nome do clube nunca foi italianizado
Diferente da maioria dos clubes italianos, o Milan manteve seu nome com grafia inglesa — e não “Milano” — desde a fundação em 1899. Isso ocorreu como forma de homenagem às origens britânicas de seus fundadores, especialmente Herbert Kilpin, um dos idealizadores do clube.
Esse detalhe reforça o caráter internacional que o Milan sempre cultivou, desde o início.
Camisa branca da Champions: um talismã
O segundo uniforme do Milan, todo branco, ganhou fama de camisa da sorte. A superstição nasceu porque o clube venceu a maioria de suas finais de Liga dos Campeões com esse manto — incluindo 1969, 1989, 1994, 2003 e 2007. Para os torcedores, sempre que o Milan entra com a camisa branca numa decisão, há algo especial no ar.
O Milan foi o primeiro campeão europeu a vencer na América do Sul
Em 1969, ao conquistar a Copa Intercontinental contra o Estudiantes da Argentina, o Milan se tornou o primeiro clube europeu a vencer uma final intercontinental jogando na América do Sul. A vitória em casa por 3 a 0 e a dura batalha em Buenos Aires — com muitos episódios violentos — marcaram uma das decisões mais tensas da história.
O clube já teve um time só de italianos… e um só de estrangeiros
Em diferentes momentos da história, o Milan adotou posturas bem distintas quanto à nacionalidade de seus jogadores. Na década de 1960, por exemplo, jogou com elencos quase 100% italianos. Já nos anos 2000, chegou a escalar um time titular com apenas estrangeiros — algo raríssimo no futebol italiano.
Símbolo de excelência na defesa
Com lendas como Franco Baresi, Paolo Maldini, Alessandro Nesta e Cafu, o Milan é conhecido por ter formado algumas das melhores defesas da história do futebol. Em várias temporadas, a equipe terminou campeonatos nacionais e continentais com as menores médias de gols sofridos — fruto de uma cultura tática muito valorizada dentro do clube.
Redes sociais oficiais
O Milan mantém uma forte presença digital, oferecendo conteúdo exclusivo, notícias em tempo real, bastidores e interações com torcedores ao redor do mundo por meio de suas redes sociais. Confira os canais oficiais:
- Site oficial: acmilan.com
- Instagram: @acmilan
- X (antigo Twitter): @acmilan
- Facebook: @ACMilan
- YouTube: @acmilan
Perguntas Frequentes
Quem é o maior artilheiro da história do Milan?
O maior artilheiro do Milan é Gunnar Nordahl, com 237 gols marcados entre 1949 e 1956.
Quem é o jogador com mais jogos pelo Milan?
Paolo Maldini é o recordista, com impressionantes 902 partidas disputadas entre 1984 e 2009.
Qual é o estádio do Milan e por que o divide com a Inter?
O estádio do Milan é o San Siro, oficialmente chamado Giuseppe Meazza. Ele é dividido com a Internazionale desde 1947 por uma decisão do governo municipal de Milão, que é o proprietário do estádio.
Qual é o apelido do Milan?
O principal apelido do clube é “Rossoneri”, que significa “vermelhos e pretos”, em referência às cores do uniforme. Outro apelido tradicional é “Il Diavolo” (O Diabo).
Por que o Milan tem sete Champions League?
O Milan conquistou sete Champions League por sua excelência técnica, grandes elencos e estratégias inovadoras em diferentes eras. As conquistas ocorreram nos anos: 1963, 1969, 1989, 1990, 1994, 2003 e 2007, tornando o clube o segundo maior campeão da competição.