O Campeonato Brasileiro é muito mais do que uma competição: é a essência do futebol no país que respira o esporte.
Desde suas raízes históricas até o formato moderno em pontos corridos, o Brasileirão se tornou palco dos maiores clássicos, revelações e momentos épicos da bola.
Reconhecido como um dos campeonatos mais equilibrados e emocionantes do mundo, ele consagra clubes e ídolos que marcam gerações.
Neste artigo, vamos mergulhar em sua trajetória, estrutura, ídolos e curiosidades que fazem do Campeonato Brasileiro um verdadeiro símbolo da paixão nacional.
História do Brasileirão
Com o reconhecimento das primeiras conquistas nacionais e a posterior unificação dos títulos, o Campeonato Brasileiro passou a contar com uma história ainda mais rica e complexa.
Para entender a verdadeira grandeza do Brasileirão, é preciso revisitar seus alicerces — desde as primeiras tentativas de organizar um torneio entre clubes de diferentes estados até as grandes reformulações institucionais que moldaram o torneio como conhecemos hoje.
A seguir, vamos explorar os momentos que pavimentaram o caminho para a consolidação do futebol brasileiro em nível nacional.
Antecedentes e primeira edição: o Torneio dos Campeões da FBF (1937)
Antes da criação de um campeonato nacional estável, o futebol brasileiro era dominado pelos torneios estaduais.
No entanto, em 1937, a Federação Brasileira de Futebol (FBF) — entidade dissidente da CBD e defensora do profissionalismo — organizou o Torneio dos Campeões, reunindo os vencedores dos principais estaduais do país.
O Atlético Mineiro sagrou-se campeão, e décadas depois, em 2023, a CBF reconheceu oficialmente a conquista como a primeira edição do Campeonato Brasileiro.
Esse torneio representou um marco importante por reunir, pela primeira vez, clubes de diferentes regiões em um certame nacional.
O início da regularidade a partir da CBD: a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata (1959–1970)
Foi somente em 1959, com a criação da Taça Brasil pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que o Brasil passou a ter um torneio nacional regular.
A competição reunia campeões estaduais em sistema eliminatório e foi a porta de entrada dos clubes brasileiros para a Copa Libertadores.
Paralelamente, a partir de 1967, surgiu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, posteriormente chamado de Taça de Prata, com formato mais abrangente e presença dos principais clubes do país.
Ambos os torneios foram posteriormente unificados ao Brasileirão, ampliando o número de campeões reconhecidos oficialmente.
Reformulações: o Campeonato Nacional de Clubes e a Copa Brasil (1971–1979)
A partir de 1971, a CBD instituiu o Campeonato Nacional de Clubes, reformulando o formato e ampliando a participação de equipes de vários estados.
Essa nova fase, muitas vezes considerada o “início oficial” do Brasileirão moderno, foi marcada por forte influência política durante o regime militar, o que inflacionou o número de participantes.
Em 1975, a competição passou a se chamar Copa Brasil, mantendo a estrutura com grandes clubes e tornando-se o principal torneio de clubes do país.
Nesse período, clubes como Atlético Mineiro, Internacional e Guarani escreveram capítulos memoráveis da história nacional.
Criação da CBF, novas reformulações e crises (1980–1988)
Com a extinção da Confederação Brasileira de Desportos, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) foi fundada em 1979, assumindo o comando total do futebol nacional.
A nova entidade reformulou a competição, que passou a se chamar Taça de Ouro nos anos 1980.
Porém, mesmo com novo nome e promessas de organização, o campeonato seguiu com fórmulas confusas, constantes mudanças no número de participantes e forte influência política.
Em meio à transição do regime militar para a redemocratização, o Brasileirão vivia uma crise de identidade, refletida também nos bastidores do futebol.
Ainda assim, clubes como Flamengo, Grêmio, Fluminense e Coritiba conquistaram títulos importantes nesse período.
Polêmicas e campeonatos contestados (ex: 1987 – Copa União)

O ano de 1987 marcou um dos episódios mais controversos da história do Brasileirão.
Diante da crise financeira da CBF, os principais clubes do país fundaram o Clube dos 13 e organizaram por conta própria a Copa União, com amplo apelo popular e sucesso de público.
Flamengo e Internacional fizeram a final do chamado “Módulo Verde”, enquanto a CBF criou paralelamente o “Módulo Amarelo” e exigiu um cruzamento final entre os dois.
Flamengo e Inter recusaram, e Sport e Guarani acabaram disputando o título oficialmente reconhecido pela entidade.
Anos depois, a polêmica chegou aos tribunais, e até hoje o título de 1987 segue envolto em disputas judiciais e paixões clubísticas.
Mudanças na CBF e no campeonato (1989–2002)
Em 1989, Ricardo Teixeira assume a presidência da CBF, dando início a uma nova era administrativa.
O campeonato passou a ter o nome definitivo de Campeonato Brasileiro, e houve certo avanço em termos de estrutura e calendário.
No entanto, o período também foi marcado por diversas fórmulas de disputa, escândalos de manipulação, rebaixamentos contestados e a emblemática Copa João Havelange em 2000, com 116 clubes e um formato único.
Foi uma fase de altos e baixos, em que clubes como Corinthians, Vasco, Palmeiras e Atlético Paranaense ergueram taças, enquanto o torcedor seguia tentando entender regulamentos que mudavam ano após ano.
Adoção do sistema de pontos corridos, estabilização e crescimento 2003
Após décadas de fórmulas instáveis, o Campeonato Brasileiro enfim encontrou um modelo consistente e transparente em 2003, com a adoção definitiva do sistema de pontos corridos.
Inspirado em ligas europeias, o novo formato premiava a regularidade e garantia mais previsibilidade ao calendário. A partir daí, o torneio passou a ser jogado em turno e returno, com 38 rodadas e uma tabela clara.
Essa mudança marcou o início de uma nova era, tanto em termos organizacionais quanto comerciais, elevando o Brasileirão a um patamar mais profissional e respeitado internacionalmente.
Introdução da era dos pontos corridos (2003)
O Cruzeiro, comandado por Vanderlei Luxemburgo, foi o primeiro campeão sob o novo formato, em uma campanha histórica com 100 pontos somados na contagem antiga.
A era dos pontos corridos transformou o modo como os clubes se planejam ao longo do ano, valorizando elencos mais equilibrados, a consistência tática e a preparação física.
Com o tempo, clubes como São Paulo, Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Fluminense se adaptaram melhor à nova lógica, protagonizando campanhas dominantes.
Além disso, a competição se consolidou como um dos torneios mais imprevisíveis e equilibrados do planeta.
Expansão do número de clubes (ex: 20 clubes, desde 2006)
Em 2006, o Campeonato Brasileiro fixou a participação de 20 clubes na Série A, número que permanece até hoje.
Isso permitiu um calendário mais racional, com jogos entre maio e dezembro, além de favorecer contratos de TV e logística para os clubes. Contudo, a estabilidade foi colocada à prova em 2020, com a pandemia de COVID-19.
O Brasileirão foi adiado, jogos aconteceram sem público e vários clubes enfrentaram surtos de contaminação nos elencos.
Mesmo com os desafios, a edição foi concluída, e o Flamengo sagrou-se campeão em uma das corridas por título mais acirradas da década, mostrando a resiliência do campeonato mesmo diante de uma crise global.
Impactos da pandemia da COVID-19 no campeonato
A pandemia da COVID-19 representou um dos maiores desafios logísticos e sanitários da história do Campeonato Brasileiro.
Em 2020, o calendário foi radicalmente alterado, com o início da competição sendo adiado para agosto e sua conclusão apenas em fevereiro de 2021.
Estádios sem torcida, partidas remarcadas por surtos nos elencos e treinamentos comprometidos se tornaram parte da nova realidade dos clubes.
Mesmo em meio ao caos, o Brasileirão manteve sua competitividade, com uma disputa acirrada até a última rodada.
Flamengo, Internacional, Atlético-MG e São Paulo protagonizaram uma das brigas mais equilibradas por título da era dos pontos corridos.
O título rubro-negro acabou sendo decidido em detalhes, com o Flamengo se sagrando campeão mesmo após derrota na rodada final, beneficiado pelo tropeço do Inter.
Além das questões esportivas, a pandemia evidenciou a fragilidade financeira de vários clubes, que enfrentaram queda brusca de receitas com bilheteria, sócio-torcedor e patrocínios.
Ainda assim, a realização da competição sem paralisações foi considerada um marco de resiliência da organização e dos profissionais envolvidos no futebol brasileiro.
Formato da competição
Com a consolidação do modelo atual e o fortalecimento do Brasileirão como uma das ligas mais competitivas do mundo, o formato da competição passou a ser um dos grandes diferenciais em relação a outras ligas do continente.
O sistema de pontos corridos trouxe não só previsibilidade ao calendário, mas também clareza nos critérios de classificação, rebaixamento e acesso às competições internacionais.
A seguir, vamos detalhar como funciona a estrutura do Campeonato Brasileiro dentro e fora das quatro linhas.
Qualificação para as competições internacionais
O desempenho no Campeonato Brasileiro é fundamental para garantir vagas nos torneios continentais. Os quatro primeiros colocados se classificam diretamente para a fase de grupos da Copa Libertadores da América.
O quinto e o sexto lugares disputam a fase preliminar da mesma competição. Já os clubes que terminam entre a sétima e a décima segunda posição garantem vaga na Copa Sul-Americana.
Caso os campeões da Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-Americana estejam entre os classificados via Brasileirão, as vagas se estendem para os clubes seguintes na tabela.
Sistema de pontos corridos
Desde 2003, o Campeonato Brasileiro adota o sistema de pontos corridos, no qual os 20 clubes se enfrentam em turno e returno — ou seja, cada equipe joga 38 partidas ao longo da temporada.
Vence o time que somar o maior número de pontos ao final das rodadas.
Esse modelo valoriza a regularidade e o planejamento a longo prazo, reduzindo as chances de surpresas momentâneas e aumentando a consistência técnica da competição.
Critérios de desempate
Em caso de empate em número de pontos entre duas ou mais equipes, são aplicados os seguintes critérios, na ordem:
- Número de vitórias
- Saldo de gols
- Gols marcados
- Confronto direto (apenas entre dois clubes)
- Menor número de cartões vermelhos
- Menor número de cartões amarelos
Essa hierarquia ajuda a definir desde campeões até classificados para torneios continentais e rebaixados com o máximo de justiça esportiva.
Quantidade de jogos
Cada clube disputa 38 jogos durante a temporada do Campeonato Brasileiro, enfrentando todos os demais adversários em dois turnos — um em casa e outro fora.
Ao todo, o torneio conta com 380 partidas, distribuídas entre os meses de abril/maio até dezembro.
Essa carga permite um calendário mais bem planejado, com intervalos razoáveis entre os confrontos, favorecendo a preparação física, a recuperação dos atletas e o desempenho técnico das equipes.
Rebaixamento
Ao final das 38 rodadas, os quatro clubes com menor pontuação são rebaixados automaticamente para a Série B do ano seguinte.
O rebaixamento é um dos elementos mais dramáticos da competição, afetando diretamente a saúde financeira e esportiva dos clubes.
A briga para escapar da degola é tão intensa quanto a disputa pelo título e, em muitos casos, acaba sendo decidida apenas nos últimos minutos da última rodada.
Critérios para acesso e descenso (ligação com a Série B)
A ligação entre a Série A e a Série B segue um modelo claro de acesso e descenso direto.
Enquanto os quatro últimos da elite caem, os quatro primeiros colocados da Série B são promovidos para disputar o Brasileirão na temporada seguinte.
Essa conexão fortalece a competitividade nas duas divisões, permitindo renovação constante entre os participantes e dando chance a clubes emergentes de ganhar visibilidade nacional.
Clubes Participantes
Com a estrutura definida e o modelo de disputa estabilizado, o Campeonato Brasileiro se transformou também em um retrato fiel da diversidade e da força do futebol nacional.
Ao longo das décadas, centenas de clubes já participaram da competição, representando diferentes regiões, histórias e tradições. Enquanto alguns se tornaram protagonistas frequentes, outros marcaram presença em apenas uma ou poucas edições.
A seguir, mergulhamos nos números, trajetórias e curiosidades dos clubes que escreveram — e seguem escrevendo — a história do Brasileirão.
Participações dos clubes
Desde 1937, mais de 160 clubes diferentes já participaram de alguma edição do Campeonato Brasileiro — incluindo Taça Brasil, Robertão e suas versões unificadas.
Alguns nomes se tornaram presenças quase permanentes, enquanto outros viveram o sonho da elite apenas por um curto período.
Grêmio e Santos são os recordistas em participações totais, com 62 cada, seguidos de perto por clubes como Atlético Mineiro, Cruzeiro e Palmeiras.
Com o modelo em pontos corridos, desde 2003, Flamengo, Fluminense e São Paulo são os únicos que estiveram presentes em todas as edições.
Pontuação histórica
O ranking histórico do Brasileirão, levando em consideração todas as edições unificadas, mostra uma disputa apertada entre os gigantes.
São Paulo lidera a tabela de pontuação acumulada, seguido por Internacional, Palmeiras, Santos e Atlético Mineiro. Esse dado evidencia a consistência desses clubes ao longo das décadas.
Curiosamente, o Flamengo — mesmo sendo o clube com mais torcedores — aparece alguns postos abaixo, resultado de oscilações em determinados períodos.
O ranking considera pontos somados, número de vitórias, saldo de gols e outros indicadores que refletem a longevidade e o desempenho geral de cada time.
Clubes mais tradicionais
Entre os clubes mais tradicionais do Campeonato Brasileiro estão os chamados “grandes” dos principais centros: Palmeiras, Santos, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético Mineiro.
Esses times não apenas possuem múltiplas participações, como também acumulam títulos, campanhas históricas, ídolos inesquecíveis e enorme base de torcedores.
Além deles, clubes como Bahia, Coritiba, Athletico Paranaense e Vitória também ajudaram a construir a identidade do torneio, figurando com frequência nas décadas passadas e mantendo relevância no cenário nacional.
Clubes campeões

Até aqui, 17 clubes diferentes já conquistaram o Campeonato Brasileiro, representando a pluralidade do futebol nacional.
O Palmeiras é o maior campeão, com 12 títulos, seguido por Santos (8), Corinthians e Flamengo (7 cada), e São Paulo (6).
O auge do Santos nos anos 60, o domínio do São Paulo no fim dos anos 2000 e o recente protagonismo de Palmeiras e Flamengo refletem diferentes eras da competição.
Clubes como Bahia, Coritiba, Sport, Guarani e Athletico Paranaense também ergueram a taça em campanhas memoráveis, reforçando a imprevisibilidade e o equilíbrio do Brasileirão.
Estreias e estreantes
Ao longo da história, o Brasileirão já foi palco de estreias emblemáticas e surpresas inesperadas. Alguns clubes participaram apenas uma vez, como São Raimundo-AM, Nacional-AM, Brasil de Pelotas-RS e Gama-DF, enquanto outros, como o Red Bull Bragantino, têm se reinventado e consolidado novas trajetórias. Estrear na elite representa um marco para muitos clubes, tanto em visibilidade quanto em arrecadação. Nos últimos anos, a Série B tem revelado projetos estruturados que chegam fortes à elite, como foi o caso de Fortaleza, Cuiabá e Juventude.
Clubes rebaixados
Com a introdução do rebaixamento em 1988, a luta para evitar o descenso passou a ser um dos ingredientes mais emocionantes do Brasileirão.
Desde então, gigantes como Grêmio, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras já viveram o drama da queda — e também o desafio da reconstrução.
Alguns clubes, como Santa Cruz, América-RN e Portuguesa, acumularam várias quedas e subidas ao longo dos anos, enquanto outros acabaram não retornando mais à elite.
O rebaixamento, embora doloroso, costuma impulsionar reestruturações e movimentos internos que muitas vezes recolocam os clubes no trilho.
Participações por década
A presença dos clubes no Brasileirão varia bastante de acordo com o contexto de cada década. Nos anos 70 e 80, o inchaço no número de participantes deu espaço a times de várias partes do Brasil.
Já nos anos 90 e 2000, houve uma tentativa de estabilização, reduzindo o número de clubes e aumentando o nível técnico.
A partir de 2003, com o sistema de pontos corridos, os clubes mais estruturados passaram a ter mais longevidade na elite.
Times como São Paulo, Flamengo, Fluminense e Atlético Mineiro se destacaram por manter sequência na Série A, enquanto outros oscilaram mais ou acabaram desaparecendo da divisão principal.
Troféu
Além do prestígio esportivo e das vagas internacionais, levantar o troféu do Campeonato Brasileiro é um dos maiores símbolos de glória no futebol nacional.
Ao longo das décadas, diferentes modelos foram utilizados para representar essa conquista, acompanhando as mudanças de nomes e formatos da competição.
Do tradicionalismo à modernidade, cada taça carrega uma parcela importante da história do torneio. A seguir, conheça os troféus que marcaram as eras do Brasileirão.
Os primeiros troféus: Taça Brasil e Robertão
Nos primórdios do futebol nacional, os troféus acompanhavam os nomes das competições.
Entre 1959 e 1968, os campeões da Taça Brasil recebiam uma taça que podia ser conquistada em posse definitiva por clubes que vencessem três vezes consecutivas ou cinco alternadas.
Foi o caso do Santos, que se tornou dono da taça original após seu pentacampeonato seguido (1961–1965).
Já o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que se tornou a principal competição a partir de 1967, também teve suas próprias versões de troféus — inclusive o simbólico Troféu Abreu Sodré, entregue em 1967 ao Palmeiras.
Taça das Bolinhas e a era da Copa Brasil
Em 1975, durante a fase da Copa Brasil, foi criada a icônica Taça das Bolinhas — oficialmente chamada de Troféu Copa Brasil — produzida pelo artista Maurício Salgueiro.
A taça tinha 60 cm de altura, era feita com 156 esferas metálicas e uma bola de ouro no topo.
A proposta era premiar o primeiro clube a conquistar o Brasileirão três vezes consecutivas ou cinco alternadas a partir daquele ano.
Houve intensa disputa entre Flamengo e São Paulo pela posse definitiva da taça, gerando controvérsias que duraram anos. Ainda assim, ela se tornou um dos símbolos mais populares da competição.
O troféu atual e a modernização
Desde 2014, o Campeonato Brasileiro entrega um troféu mais moderno e imponente ao clube campeão.
A peça, com cerca de 15 kg e banhada a ouro, foi criada na era do patrocínio da Chevrolet, marcando um novo ciclo de valorização comercial e simbólica do torneio.
O design arrojado reflete a grandiosidade da Série A e ajuda a reforçar a imagem da competição como uma das mais importantes do mundo.
Desde então, clubes como Cruzeiro, Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro e Botafogo já ergueram essa nova taça em meio a grandes celebrações.
Finanças
Com o fortalecimento do Brasileirão enquanto produto global, a dimensão financeira da competição passou a ser um dos pilares da sua sustentabilidade e expansão.
O envolvimento de grandes patrocinadores, aliado à valorização dos direitos de transmissão e ao crescimento das receitas dos clubes, transformou o Campeonato Brasileiro em uma das ligas mais rentáveis fora da Europa.
A seguir, vamos entender melhor como o torneio é financiado e quais marcas têm estampado sua história recente.
Patrocinadores
O Campeonato Brasileiro se tornou, ao longo dos anos, uma vitrine cobiçada pelas grandes marcas.
O patrocínio naming rights da competição — que associa uma empresa diretamente ao nome do torneio — passou a ser adotado a partir de 2009, elevando ainda mais o valor comercial do Brasileirão.
Entre 2009 e 2013, o torneio foi chamado de Brasileirão Petrobras, reforçando o vínculo entre o futebol e uma das maiores empresas estatais do país.
De 2014 a 2016, a montadora Chevrolet assumiu o posto, com ações de marketing integradas e distribuição do troféu oficial.
Após um breve hiato, o Assaí Atacadista firmou parceria em 2018 e permaneceu até 2023, consolidando uma das mais longas associações com a competição.
A partir de 2024, a casa de apostas Betano se tornou a nova patrocinadora principal, refletindo o avanço das empresas do setor de betting no futebol brasileiro.
Esse movimento acompanha uma tendência global e amplia as possibilidades de investimento na liga.
Além do naming rights, o Brasileirão conta com parceiros oficiais e fornecedores exclusivos, como a Nike, que fornece a bola oficial do campeonato, e outras marcas envolvidas em transmissões, plataformas digitais e experiências para os torcedores.
Direitos de transmissão: o peso da televisão na receita dos clubes
A televisão sempre teve um papel central na consolidação financeira do Campeonato Brasileiro.
Os direitos de transmissão representam uma das maiores fontes de receita para os clubes, com valores que variam conforme a visibilidade, número de jogos exibidos e audiência gerada.
Desde os anos 1990, o Grupo Globo tem sido o principal detentor dos direitos, transmitindo os jogos em múltiplas plataformas: TV aberta (Globo), TV por assinatura (SporTV) e pay-per-view (Premiere).
A partir de 2012, as negociações passaram a ser feitas individualmente por cada clube, rompendo com o antigo modelo centralizado no Clube dos 13.
Isso aumentou a discrepância entre os valores recebidos, favorecendo equipes como Flamengo e Corinthians, que passaram a receber cotas muito superiores à média.
Ainda assim, a venda coletiva de pacotes segue sendo discutida como uma forma de equilibrar a competição.
Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia e das plataformas digitais, surgiram novos players interessados em transmitir o Brasileirão, incluindo empresas de streaming e canais esportivos internacionais.
Essa diversificação pode, no futuro, aumentar ainda mais a receita dos clubes e ampliar a exposição global da competição.
Faturamento dos clubes e o desafio das dívidas
O crescimento do Campeonato Brasileiro em visibilidade e receita não impediu que muitos clubes enfrentassem sérios problemas financeiros.
Apesar de algumas agremiações atingirem cifras milionárias em faturamento anual — como Flamengo, Palmeiras e Corinthians, que superam R$ 700 milhões — o alto grau de endividamento ainda é um dos principais obstáculos à estabilidade financeira do futebol brasileiro.
Em 2015, por exemplo, os 20 clubes da Série A registraram um faturamento conjunto de R$ 3,6 bilhões.
No entanto, o endividamento total ultrapassava os R$ 4,8 bilhões, com destaque negativo para dívidas fiscais e bancárias.
Mesmo com receitas crescentes por direitos de transmissão, bilheteria, patrocínios e vendas de atletas, a má gestão e os gastos inflacionados com elencos desequilibram as contas.
Nos últimos anos, a criação de clubes-empresa (SAF) e a implementação de tetos de gastos, em alguns casos, têm sido caminhos para buscar sustentabilidade.
Ainda assim, o contraste entre clubes superavitários e outros em colapso financeiro segue como um reflexo das diferenças estruturais dentro do próprio Brasileirão.
Transmissão televisiva
Dentro da engrenagem que move o Campeonato Brasileiro, a transmissão televisiva exerce um papel estratégico — não apenas como fonte de receita, mas também como canal de difusão da cultura futebolística nacional.
A forma como os jogos são exibidos ao público impacta diretamente na popularidade dos clubes, no alcance da competição e nas oportunidades comerciais que giram em torno dela.
A seguir, exploramos como o Brasileirão chega às telas dos torcedores e como esse ecossistema tem evoluído ao longo dos anos.
Canais e plataformas atuais
Atualmente, o Campeonato Brasileiro é exibido em múltiplas plataformas.
A TV Globo transmite jogos em rede aberta, geralmente aos domingos e quartas-feiras, enquanto o SporTV, canal por assinatura do mesmo grupo, cobre diversas partidas ao longo da rodada.
O serviço de pay-per-view Premiere exibe praticamente todos os jogos, permitindo ao torcedor acompanhar seu time em qualquer rodada.
Nos últimos anos, o modelo começou a se diversificar. Clubes como o Athletico Paranaense passaram a vender seus direitos de forma independente, e novas plataformas como YouTube, Amazon Prime Video e HBO Max têm demonstrado interesse em adquirir jogos.
A transmissão via streaming, inclusive, é vista como o próximo grande passo para a globalização do Brasileirão.
Conflitos e exclusividade
O atual modelo de transmissão ainda enfrenta polêmicas relacionadas à exclusividade dos direitos, especialmente no que diz respeito à Lei do Mandante, sancionada em 2021.
A nova legislação permite que o clube mandante negocie seus direitos de transmissão de forma isolada, sem precisar do aval do visitante.
Isso quebrou o monopólio de determinados grupos e abriu espaço para uma maior fragmentação do mercado.
A lei também reacendeu o debate sobre a distribuição mais equilibrada das receitas, já que os valores repassados variam bastante entre os clubes.
Ainda assim, a televisão segue sendo essencial para conectar o Brasileirão a milhões de torcedores, dentro e fora do país.
Resultados
Ao longo das décadas, os resultados acumulados do Campeonato Brasileiro ajudam a pintar um retrato claro da força geográfica e histórica do futebol no país.
A análise dos títulos e desempenhos não apenas por clube, mas também por cidade, estado e região, revela padrões de hegemonia, rivalidades e ciclos de domínio.
Esses dados mostram como o Brasileirão é, ao mesmo tempo, uma competição nacional e profundamente marcada por identidades locais.
A seguir, vamos aos números que sustentam essa narrativa.
Por clube
O Palmeiras lidera o ranking de títulos do Campeonato Brasileiro com 12 conquistas, seguido por Santos (8), Corinthians e Flamengo (7 cada), e São Paulo (6).
Esses cinco clubes formam a elite histórica da competição em termos de troféus. Outros campeões notáveis incluem Cruzeiro, Vasco, Internacional, Fluminense, Grêmio e Atlético Mineiro, todos com campanhas memoráveis.
Clubes como Bahia, Athletico Paranaense, Coritiba, Guarani e Sport também deixaram sua marca como campeões em momentos distintos.
Por cidade
São Paulo (SP) é, disparado, o epicentro do Brasileirão em termos de conquistas, com clubes da capital acumulando dezenas de títulos.
Rio de Janeiro aparece logo atrás, com Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo dividindo o protagonismo. Belo Horizonte também se destaca, com títulos de Cruzeiro e Atlético Mineiro.
Cidades como Porto Alegre (Grêmio e Inter), Curitiba (Coxa, Furacão), Recife (Sport) e Salvador (Bahia) completam o mapa das capitais que já conquistaram a Série A.
Por estado
O estado de São Paulo é o maior vencedor do Brasileirão, com clubes paulistas somando mais de 30 títulos.
O Rio de Janeiro segue com mais de 15 conquistas, enquanto Minas Gerais tem 9 títulos — todos divididos entre Cruzeiro e Atlético-MG.
O Rio Grande do Sul soma 5 (Grêmio e Inter), Bahia tem 2 (Bahia), Paraná conta com 2 (Athletico e Coritiba), Pernambuco com 1 (Sport), e Ceará e Goiás, apesar de participações frequentes, ainda buscam seu primeiro título.
Por região
A Região Sudeste domina amplamente o Campeonato Brasileiro, concentrando mais de 70% dos títulos.
A Região Sul aparece em seguida, com os gaúchos e paranaenses mantendo presença constante na elite e contribuindo com troféus importantes. O Nordeste, embora tradicional no cenário nacional, soma apenas dois títulos, ambos com o Bahia.
As regiões Centro-Oeste e Norte ainda não levantaram a taça, mas já tiveram representantes com campanhas dignas de destaque, como Goiás, Vila Nova, Brasiliense e Paysandu.
Estádios

Assim como os clubes e torcedores, os estádios também são personagens centrais na história do Campeonato Brasileiro.
Palcos de grandes decisões, viradas épicas e públicos históricos, essas arenas carregam não apenas a emoção do jogo, mas também a identidade cultural de cada região.
Desde os lendários templos do passado até os modernos estádios da era pós-Copa do Mundo, o Brasileirão segue sendo disputado em cenários que ajudam a construir a mística da competição.
Vamos conhecer alguns dos mais emblemáticos.
Estádios históricos
Antes da era dos estádios modernos, o Brasileirão já era disputado em verdadeiros templos do futebol brasileiro.
O Maracanã, inaugurado em 1950, foi palco de incontáveis clássicos, decisões e públicos recordes — como os mais de 150 mil torcedores em algumas partidas dos anos 80.
O Mineirão, em Belo Horizonte, e o Beira-Rio, em Porto Alegre, também carregam décadas de história, sendo arenas fundamentais para a construção da identidade de clubes como Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio e Internacional.
Outros nomes icônicos incluem o Morumbi, casa do São Paulo; o Pacaembu, que marcou gerações antes da era das arenas; o Arruda, no Recife; e a Fonte Nova, em Salvador.
Esses estádios ajudaram a moldar a atmosfera do Campeonato Brasileiro com suas torcidas fervorosas e confrontos marcantes.
Estádios modernos e arenas da Copa
Com a chegada da Copa do Mundo de 2014, muitos clubes passaram a atuar em arenas mais modernas, o que transformou a experiência do torcedor e ampliou as oportunidades comerciais.
Estádios como o Allianz Parque (Palmeiras), a Neo Química Arena (Corinthians), a Arena MRV (Atlético-MG) e a Arena da Baixada (Athletico Paranaense) oferecem estruturas de padrão internacional, com gramados de alto nível, tecnologia de ponta e conforto para os torcedores.
Além deles, arenas reformadas para a Copa também se tornaram palco do Brasileirão: a Arena Castelão (Fortaleza), a Arena Pantanal (Cuiabá), a Arena Fonte Nova (Bahia) e a Arena Amazônia (Manaus), esta última utilizada esporadicamente.
Embora nem todas sejam utilizadas com frequência, essas estruturas elevaram o nível das partidas realizadas fora do eixo Rio-São Paulo.
Presença e impacto da torcida
O fator casa segue sendo crucial no Brasileirão, e os estádios lotados fazem diferença.
Torcidas como a do Flamengo no Maracanã, a do Grêmio na Arena, a do Fortaleza no Castelão e a do Corinthians na Neo Química Arena são conhecidas por empurrar seus times com intensidade.
Em temporadas recentes, clubes do Nordeste e do Sul têm se destacado por médias de público expressivas, desafiando a tradicional hegemonia do eixo Sudeste nesse quesito.
A combinação entre estrutura moderna, torcida presente e tradição local faz dos estádios brasileiros muito mais do que campos de jogo — são verdadeiros centros de identidade, paixão e história viva.
Treinadores
Além dos jogadores e dos clubes, os treinadores exercem papel fundamental na construção da história do Campeonato Brasileiro.
Seja pelo estilo de jogo inovador, pelos títulos conquistados ou pela longevidade no comando, muitos técnicos se tornaram ícones da competição.
Em um cenário marcado por trocas frequentes, alguns nomes desafiaram a lógica e deixaram legados duradouros. A seguir, revisitamos os treinadores mais vitoriosos, emblemáticos e influentes da trajetória do Brasileirão.
Treinadores mais vitoriosos

O maior vencedor da história do Campeonato Brasileiro é Luiz Felipe Scolari, com títulos por dois clubes diferentes: Grêmio (1996) e Palmeiras (1998), além de campanhas expressivas em outras edições.
Porém, quem lidera em número absoluto de conquistas é Vanderlei Luxemburgo, com cinco títulos (Palmeiras em 1993 e 1994, Corinthians em 1998, Cruzeiro em 2003 e Santos em 2004).
Seu domínio nos anos 90 e início dos anos 2000 o consolidou como referência técnica no futebol nacional.
Outros nomes marcantes incluem Muricy Ramalho, tricampeão consecutivo com o São Paulo (2006–2008), e Tite, que venceu com o Corinthians em 2011 e 2015, com campanhas pautadas pela organização defensiva e solidez tática.
Esses técnicos conseguiram aliar bom desempenho com regularidade, o que é essencial no sistema de pontos corridos.
Técnicos estrangeiros em destaque
Nos últimos anos, o Campeonato Brasileiro viu uma nova onda de treinadores estrangeiros ganharem protagonismo.
Jorge Jesus revolucionou o Flamengo em 2019 com um estilo ofensivo, conquistando o título com recordes e encantando torcedores.
O sucesso do português abriu portas para outros nomes como Abel Ferreira, bicampeão com o Palmeiras (2022 e 2023), e Juan Pablo Vojvoda, que tem feito campanhas consistentes com o Fortaleza.
Essa presença estrangeira trouxe uma mudança de mentalidade, com foco maior em intensidade, preparação física, análise de desempenho e trabalho a longo prazo — contrastando com a tradicional instabilidade vivida pelos técnicos brasileiros.
Desafios e rotatividade
Apesar dos exemplos de sucesso, a rotatividade de treinadores segue sendo uma das marcas do Brasileirão.
É comum ver clubes trocando de técnico mais de uma vez na mesma temporada, em busca de resultados imediatos.
Essa cultura acaba prejudicando projetos de médio e longo prazo e limita a evolução tática dos elencos.
Ainda assim, treinadores que conseguem estabilidade e contam com estruturas organizadas, como tem sido o caso de Abel Ferreira, Renato Gaúcho e Fernando Diniz, tendem a obter resultados consistentes — provando que continuidade, quando bem gerida, é um trunfo valioso no futebol brasileiro.
Jogadores
Dentro de campo, são os jogadores que fazem o espetáculo acontecer — e muitos deles deixaram suas marcas eternizadas na história do Campeonato Brasileiro.
Desde artilheiros implacáveis até estrangeiros que se tornaram ídolos nacionais, a trajetória dos atletas no torneio é repleta de feitos memoráveis, recordes e personagens inesquecíveis.
A seguir, exploramos o impacto dos jogadores estrangeiros, os destaques da artilharia por temporada e os maiores goleadores da história do Brasileirão.
Estrangeiros
Embora o Campeonato Brasileiro tenha sido historicamente dominado por jogadores nacionais, a presença de estrangeiros tem crescido significativamente nas últimas décadas.
Nomes como Petkovic (Sérvia), Tevez (Argentina), Romagnoli (Argentina) e De Arrascaeta (Uruguai) marcaram época em clubes de ponta.
O sucesso recente de técnicos estrangeiros também incentivou a chegada de atletas de fora, principalmente sul-americanos.
Jogadores como Barcos, Montillo, Conca, Paolo Guerrero, Arrascaeta e Nacho Fernández não só jogaram em alto nível, como também se tornaram referências técnicas e ídolos das torcidas.
Atualmente, é comum ver quase todos os clubes da Série A contando com pelo menos um estrangeiro no elenco — reflexo da abertura do mercado e da valorização do talento internacional.
Artilharia
Desde 1971, o Campeonato Brasileiro consagra a cada ano o artilheiro da competição, um título que muitas vezes impulsiona a carreira dos jogadores para convocações, transferências internacionais ou status de ídolo local.
Alguns artilheiros emblemáticos incluem:
- Dario “Dadá Maravilha”, em 1971 (Atlético-MG)
- Romário, em 2000 (Vasco)
- Washington, em 2004 (Atlético-PR)
- Fred, em 2012 (Fluminense)
- Gabigol, que liderou a artilharia em 2019 e 2020 (Flamengo)
Além de premiar a eficiência ofensiva, a artilharia reflete o protagonismo dos atacantes dentro do formato dos pontos corridos, onde a regularidade é essencial.
Maiores artilheiros
Quando o assunto é artilharia histórica, alguns nomes se destacam com números impressionantes.
O maior goleador da era moderna (pontos corridos, desde 2003) é Fred, com 158 gols em edições da Série A.
Ele é seguido por Diego Souza, Gabigol e Paolo Guerrero, todos ainda ativos e com chances de subir no ranking.
Na era geral do Campeonato Brasileiro (incluindo Taça Brasil), Roberto Dinamite lidera a lista com 190 gols, marcados com a camisa do Vasco.
Esses números reforçam o peso dos artilheiros na história da competição e mostram como o Brasileirão sempre foi palco para goleadores lendários.
Estatísticas
Ao longo das décadas, o Campeonato Brasileiro acumulou uma vasta coleção de números que ajudam a contar sua história de forma objetiva e impressionante.
Das goleadas históricas aos recordes de público, passando por invencibilidades marcantes e marcas de gols, as estatísticas revelam o tamanho, a competitividade e a riqueza do torneio.
A seguir, reunimos alguns dos dados mais relevantes e curiosos que moldaram a trajetória do Brasileirão.
Maiores goleadas
O Campeonato Brasileiro já foi palco de placares avassaladores. A maior goleada da história ocorreu em 1983, quando o Coritiba aplicou 7 a 1 no Ferroviário-CE.
Outros resultados marcantes incluem o Atlético Mineiro 7 x 1 Ferroviária (1970) e o Bahia 6 x 0 Flamengo (2001).
Em tempos mais recentes, vitórias como Internacional 6 x 1 Corinthians (2005) e Flamengo 6 x 1 Goiás (2019) também entraram para os livros como massacres inesquecíveis.
Essas partidas costumam virar marcos para as torcidas — tanto no orgulho quanto no trauma.
Públicos
Apesar da oscilação de médias ao longo dos anos, o Brasileirão sempre atraiu grandes públicos.
O recorde absoluto de presença em uma partida foi em 1983, quando mais de 155 mil torcedores lotaram o Maracanã para assistir Flamengo x Santos.
Mesmo com a modernização dos estádios e a redução na capacidade, jogos decisivos e clássicos seguem batendo médias elevadas.
Nas edições recentes, clubes como Flamengo, Corinthians, Fortaleza e Palmeiras têm liderado os rankings de público, com médias acima de 35 mil torcedores por jogo.
O engajamento da torcida nas arquibancadas é um fator decisivo, tanto esportivamente quanto financeiramente.
Clubes com mais vitórias
Em termos de vitórias acumuladas na história da competição, o São Paulo lidera o ranking, seguido de perto por Palmeiras, Flamengo, Internacional e Santos.
Esses clubes, além de terem participado de quase todas as edições, mantêm boas médias de desempenho ao longo dos anos — o que ajuda a consolidar suas posições entre os maiores vencedores do torneio.
Clubes com mais rebaixamentos
O rebaixamento é uma ferida que marca a história de qualquer clube.
Alguns, no entanto, acumularam mais descidas do que gostariam. O recordista de quedas é a Portuguesa, com cinco rebaixamentos.
Outros clubes com histórico amargo incluem Santa Cruz, Vitória, América-RN, Paysandu e Avaí.
Entre os grandes, Vasco, Cruzeiro, Bahia, Sport e Botafogo também já experimentaram o lado mais doloroso da tabela.
Invencibilidades
O Botafogo de 1978, com 52 jogos invictos somando Campeonato Brasileiro e Carioca, detém uma das maiores sequências sem derrotas no futebol nacional.
No Brasileirão especificamente, o São Paulo de 2007 teve uma série notável de 18 jogos sem perder. Mais recentemente, o Palmeiras de 2023 chegou a 17 jogos invictos durante sua arrancada ao título.
Recordes de gols
O time com mais gols em uma única edição é o Santos de 2004, que marcou 103 gols no campeonato.
Já o jogador com mais gols em uma edição desde o início dos pontos corridos é Washington, com 34 gols pelo Atlético-PR em 2004.
Em termos de gols totais, o Flamengo lidera o ranking histórico geral, seguido por São Paulo, Palmeiras e Santos.
Premiações
Encerrando cada edição do Campeonato Brasileiro, as premiações funcionam como um reconhecimento formal do desempenho ao longo da temporada — não apenas para o clube campeão, mas também para os atletas, técnicos e destaques individuais.
Esses prêmios ajudam a eternizar nomes, valorizar talentos emergentes e alimentar o prestígio da competição.
A seguir, um panorama das principais formas de reconhecimento no Brasileirão.
Clubes
O título do Campeonato Brasileiro é a principal consagração coletiva da temporada nacional.
O clube campeão recebe oficialmente o troféu da CBF, além da vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores.
Embora apenas o primeiro colocado seja considerado campeão, os demais clubes também são premiados de forma indireta, principalmente com a classificação para torneios internacionais, o que representa impacto técnico, financeiro e institucional.
Além do prestígio, a competição distribui premiações financeiras de acordo com a colocação final.
O campeão costuma receber cerca de R$ 45 a 50 milhões, enquanto os demais colocados recebem valores decrescentes — o vice-campeão, por exemplo, ganha em torno de R$ 42 milhões, e assim por diante.
Essas quantias se somam às cotas de televisão e influenciam diretamente no orçamento dos clubes para a temporada seguinte.
Jogadores
Os jogadores que se destacam ao longo do Brasileirão recebem reconhecimento em diferentes frentes.
Além do prestígio junto às torcidas e da valorização no mercado, os atletas que lideram estatísticas como gols, assistências e desarmes geralmente aparecem nas listas de prêmios oficiais ao fim do campeonato.
Embora a CBF não ofereça prêmios em dinheiro diretamente aos jogadores, muitos clubes preveem bonificações contratuais por metas atingidas (como número de gols, assistências ou presença em premiações individuais), além de bichos e bônus por desempenho coletivo e individual.
Prêmios individuais (craque do campeonato, revelação, técnico do ano)
Desde 2005, a CBF organiza uma cerimônia oficial que reconhece os melhores desempenhos individuais do torneio.
Nela, são premiados o craque do campeonato, a revelação, o melhor técnico, além de categorias como melhor goleiro, árbitro, e gol mais bonito da temporada.
Esses prêmios consolidam o protagonismo de jogadores e treinadores, eternizando seu desempenho em edições específicas do Brasileirão.
Embora a cerimônia tenha caráter simbólico e midiático, não há repasse financeiro direto da CBF aos premiados.
No entanto, é comum que clubes e patrocinadores prevejam bonificações internas para os atletas e membros da comissão técnica que recebem esse tipo de reconhecimento.
Equipe ideal da competição
A equipe ideal do Campeonato Brasileiro é anunciada ao final de cada edição, reunindo os melhores jogadores por posição, de acordo com o desempenho ao longo do torneio.
Essa seleção funciona como um “time dos sonhos” da temporada e é acompanhada com grande expectativa por torcedores, imprensa e profissionais do futebol.
Estar na seleção do campeonato também pode ativar cláusulas de bonificação nos contratos dos atletas, embora não haja um valor pago pela CBF pela inclusão na equipe ideal.
Ainda assim, o impacto em termos de valorização de mercado e prestígio é considerável.
Bola de Prata (revista Placar)
Criada pela revista Placar em 1970, a Bola de Prata é a premiação mais tradicional e respeitada do futebol brasileiro.
Ela consagra os melhores jogadores de cada posição com base em notas atribuídas rodada a rodada, utilizando critérios técnicos.
O jogador com maior média geral leva a Bola de Ouro, um dos reconhecimentos individuais mais prestigiados do país.
A premiação é honorífica, sem pagamento de valores em dinheiro aos vencedores.
No entanto, sua importância simbólica e histórica é tamanha que diversos jogadores consagrados consideram o troféu um dos mais importantes de suas carreiras.
Como ocorre nas demais premiações, eventuais bônus podem ser ativados por cláusulas específicas em contratos com clubes ou patrocinadores.
Curiosidades sobre o Campeonato Brasileiro
Ao longo das décadas, o Campeonato Brasileiro acumulou não apenas estatísticas e títulos, mas também uma infinidade de histórias curiosas, momentos inusitados e episódios que marcaram a memória coletiva do torcedor.
Entre jogadores emblemáticos, gols inesquecíveis e polêmicas que dividiram o país, o Brasileirão mostra que sua riqueza vai muito além das quatro linhas.
A seguir, alguns dos casos que ajudaram a construir essa mística única.
Jogadores emblemáticos
O Campeonato Brasileiro foi o palco de grandes nomes que marcaram gerações. Zico, pelo Flamengo, se tornou sinônimo de genialidade e liderança.
Sócrates, com sua elegância e visão de jogo, foi o símbolo da Democracia Corinthiana. Romário, artilheiro nato, empilhou gols e polêmicas, sempre sob os holofotes.
E nomes como Rogério Ceni, com mais de 100 gols como goleiro, e Petkovic, ídolo estrangeiro, mostram como o Brasileirão sempre acolheu figuras lendárias.
Esses atletas não apenas brilharam em campo, mas também moldaram a identidade de seus clubes e do próprio torneio.
Gols históricos
O campeonato tem uma galeria vasta de gols que entraram para a história.
O gol de Petkovic na final do Carioca de 2001 ficou eternizado mesmo sendo de estadual, mas seu desempenho no Brasileirão também rendeu pinturas memoráveis.
O chapéu triplo de Edílson, o gol de bicicleta de Mauro Galvão, os gols olímpicos de Marcos Assunção e o gol de placa de Robinho contra o Vitória em 2004, são apenas alguns exemplos de jogadas que marcaram época.
Também não se pode esquecer o gol 1000 de Romário, feito em 2007, dentro do Campeonato Brasileiro, em um momento carregado de simbolismo.
Defesas históricas

Se os gols encantam, as defesas salvadoras também têm lugar cativo na memória do Brasileirão. Rogério Ceni, além de artilheiro, acumulou defesas espetaculares ao longo da carreira.
Marcos, ídolo palmeirense, foi decisivo em momentos críticos, como em 2008, quando salvou o time em um clássico contra o Santos com defesas em sequência dignas de replay eterno.
Fábio, pelo Cruzeiro, se tornou referência em regularidade, com intervenções milagrosas em praticamente todas as temporadas que disputou.
E não se pode esquecer de Dida, que brilhou com reflexos impressionantes no início dos anos 2000. Essas defesas, muitas vezes em jogos decisivos, são lembradas com a mesma emoção dos grandes gols — afinal, elas também decidem campeonatos.
Polêmicas e decisões controversas
Nenhuma história do Brasileirão estaria completa sem suas polêmicas.
A mais emblemática talvez seja a disputa do título de 1987, com o impasse entre Flamengo e Sport — ainda motivo de debate até hoje.
Em 2000, o “Módulo Azul” da Copa João Havelange reuniu clubes em grupos de divisão discutível e levou o Vasco ao título em um modelo questionado.
Em 2005, o escândalo da máfia do apito, que envolveu manipulação de resultados, levou à anulação de 11 partidas e influenciou diretamente o rumo do campeonato vencido pelo Corinthians.
Essas situações mostram que o Brasileirão, além de competitivo, também é repleto de bastidores turbulentos que muitas vezes extrapolam os gramados.
Redes sociais oficiais
Em um cenário cada vez mais conectado, as redes sociais desempenham um papel fundamental na aproximação entre o Campeonato Brasileiro e seus torcedores.
Por meio de plataformas digitais, a competição divulga gols, bastidores, estatísticas, entrevistas e conteúdos exclusivos que ampliam a experiência dos fãs além dos 90 minutos.
A seguir, os canais oficiais onde é possível acompanhar tudo sobre o Brasileirão em tempo real.
- Site: brasileiraobetano.com.br/
- Instagram: instagram.com/brasileirao/
- X. Com: x.com/brasileirao
- Facebook: facebook.com/CampeonatoBrasileirodeFutebol
Perguntas Frequentes
Quantos clubes participam do Brasileirão?
A Série A do Campeonato Brasileiro conta com 20 clubes participantes. Eles se enfrentam em turno e returno, totalizando 38 rodadas por temporada.
Quem é o maior campeão do Campeonato Brasileiro?
Até o momento, o Palmeiras é o maior campeão do Brasileirão, com 12 títulos oficiais reconhecidos pela CBF, incluindo as conquistas da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
Qual a diferença entre a Série A e as outras divisões?
A Série A é a primeira divisão, que reúne os principais clubes do país. Abaixo dela estão a Série B, Série C e Série D, que representam os níveis inferiores do futebol nacional, com acesso e rebaixamento entre elas ao fim de cada temporada.
Como funciona o rebaixamento?
Ao final das 38 rodadas, os quatro últimos colocados da tabela da Série A são rebaixados para a Série B no ano seguinte. Da mesma forma, os quatro primeiros da Série B sobem para disputar a elite.
Quem transmite os jogos do Brasileirão?
As transmissões são divididas entre diferentes emissoras e plataformas. TV Globo, SporTV e Premiere (pay-per-view) são os principais canais, mas clubes com acordos próprios também podem exibir jogos via YouTube, Twitch ou plataformas fechadas, conforme a Lei do Mandante.
Quais são os maiores artilheiros da história do campeonato?
O maior artilheiro da era dos pontos corridos é Fred, com 158 gols. No geral, Roberto Dinamite lidera a lista histórica, com 190 gols marcados em edições anteriores ao atual formato.
Qual o critério para se classificar para a Libertadores pelo Brasileirão?
Os quatro primeiros colocados da Série A garantem vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores. O 5º e o 6º colocados disputam a fase preliminar. Caso algum clube brasileiro vença a Libertadores, a Copa do Brasil ou a Sul-Americana, novas vagas podem ser abertas, beneficiando posições abaixo do G6.