
A noite de terça-feira, 15 de julho de 2025, será lembrada pelos torcedores cruz-maltinos como uma das mais difíceis da temporada.
Como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco? Um verdadeiro pesadelo para o time carioca, que sofreu uma goleada por 4 a 0 em Quito, pela partida de ida dos playoffs da Copa Sul-Americana.
Com um jogador a menos desde os primeiros minutos, o Vasco não conseguiu resistir à intensidade do adversário na altitude e agora precisa de um milagre em São Januário para seguir na competição continental.
Vasco começa bem, mas expulsão de Piton muda tudo
Nos minutos iniciais, o Vasco até conseguiu equilibrar as ações e criar boas oportunidades, especialmente com Nuno e Rayan, exigindo defesas do goleiro equatoriano.
No entanto, aos 11 minutos, o cenário da partida mudou drasticamente. Lucas Piton pisou no tornozelo de Guagua em uma disputa no meio-campo. O árbitro, após revisar o lance no VAR, aplicou o cartão vermelho direto.
A partir daí, a proposta do técnico Fernando Diniz precisou ser completamente ajustada.
Com um a menos e enfrentando a altitude de quase 3.000 metros em Quito, o Vasco recuou e passou a resistir como podia. Mas o desgaste físico e a pressão contínua do Del Valle logo surtiram efeito.
Primeiro tempo: pressão equatoriana e gol nos acréscimos
Mesmo em inferioridade numérica, o Vasco ainda assustou em duas cobranças de falta de Rayan. Porém, era evidente a dificuldade da equipe em conter os ataques do Del Valle.
O goleiro Léo Jardim foi protagonista durante boa parte da primeira etapa, com defesas importantes e até ajuda da trave.
No entanto, a resistência se rompeu nos acréscimos. Após chute forte de Guagua, Léo Jardim deu rebote e Carabajal apareceu livre para empurrar para as redes, abrindo o placar e dando início à avalanche equatoriana.
O gol antes do intervalo foi um golpe duro para o time carioca, que já dava sinais de cansaço físico e mental.
Segundo tempo: Del Valle impõe ritmo avassalador e constrói goleada

Se o primeiro tempo foi de sobrevivência, o segundo trouxe o colapso. Logo aos 3 minutos, Mercado marcou o segundo após sobra na área.
Dois minutos depois, foi a vez de Spinelli aproveitar falha defensiva e fazer o terceiro. O Vasco, completamente desorganizado na defesa, não conseguia mais conter as investidas do time da casa.
Mesmo com a vantagem, o Del Valle seguiu pressionando. Mercado marcou mais um aos 36 minutos, chegando ao quarto gol.
O placar poderia ter sido ainda mais elástico: Spinelli marcou o que seria o quinto, mas o gol foi anulado por impedimento. No último lance, Mercado sofreu pênalti, mas Casares desperdiçou — Léo Jardim defendeu, evitando uma tragédia ainda maior.
Atuação dos destaques: quem brilhou e quem decepcionou em Del Valle x Vasco
Uma goleada como a de 4 a 0 normalmente evidencia desempenhos individuais — tanto positivos quanto negativos.
E como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco nesse aspecto? Enquanto alguns nomes brilharam no time equatoriano, no lado cruz-maltino a atuação coletiva e individual foi muito abaixo do esperado.
Mercado, autor de dois gols e ainda responsável por sofrer o pênalti no fim da partida, foi o grande nome da noite. Participativo, veloz e inteligente nas finalizações, ele explorou bem os espaços deixados pela zaga vascaína.
No Vasco, o destaque positivo foi o goleiro Léo Jardim, que apesar dos quatro gols sofridos, impediu um desastre maior com pelo menos cinco grandes defesas, incluindo uma cobrança de pênalti.
Já Lucas Piton, expulso logo no início, foi o principal vilão da noite. Sua entrada imprudente prejudicou toda a estratégia do técnico Fernando Diniz e determinou o destino da partida.
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Expulsão de Piton: o lance que selou o destino do Vasco

Não há como analisar como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco sem destacar a expulsão de Lucas Piton como o ponto de inflexão.
O lateral pisou de forma desnecessária no tornozelo de Guagua aos 11 minutos de jogo, em uma jogada sem grande perigo. Após revisão do VAR, o cartão vermelho foi inevitável.
Com isso, o Vasco teve que jogar cerca de 80 minutos (incluindo acréscimos) com um a menos na altitude de Quito. A condição física, aliada à força ofensiva do Del Valle, tornou a tarefa praticamente impossível.
Mesmo com tentativas de recomposição e linhas recuadas, o desgaste foi inevitável.
Essa decisão individual impactou diretamente o coletivo. O time perdeu capacidade de atacar, ficou vulnerável nas transições e não teve tempo para se adaptar taticamente a um novo cenário.
Diante de um adversário acostumado à altitude e ao toque de bola rápido, o resultado foi a consequência de uma bola de neve iniciada cedo demais.
Estatísticas do jogo: domínio do Del Valle e números que explicam o placar
Os números da partida ajudam a entender como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco de forma mais objetiva. O domínio do time equatoriano não ficou apenas no placar, mas também em praticamente todos os aspectos estatísticos:
- Posse de bola: Del Valle 66% x 34% Vasco
- Finalizações totais: 21 (Del Valle) x 5 (Vasco)
- Finalizações no gol: 10 x 2
- Escanteios: 7 x 1
- Faltas cometidas: 12 (Del Valle) x 14 (Vasco)
- Defesas do goleiro: 7 (Léo Jardim) x 2 (Ramírez)
Esses dados evidenciam a pressão imposta pelo time da casa, sobretudo após a expulsão. O Vasco praticamente não teve volume ofensivo e passou boa parte do tempo dentro de seu próprio campo.
Além disso, a intensidade do Del Valle foi constante até os minutos finais, o que impediu qualquer chance de reação.
Altitude de Quito: fator decisivo na queda de rendimento vascaíno
Uma das variáveis mais complexas de partidas disputadas no Equador é a altitude.
Quito está situada a cerca de 2.850 metros acima do nível do mar, e esse detalhe, muitas vezes subestimado, influencia diretamente o desempenho dos times visitantes.
No caso da goleada de 4 a 0, como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco também passa por esse ponto.
Fisicamente, o Vasco sofreu visivelmente no segundo tempo. Jogadores mais lentos para reagir, dificuldades de recomposição e falta de explosão nos contra-ataques ficaram evidentes, principalmente após os 60 minutos.
Com um jogador a menos, o desgaste foi ainda maior, potencializando o domínio técnico e tático do Del Valle.
Fernando Diniz já havia enfrentado situações parecidas em outras competições continentais, mas desta vez a combinação entre a altitude e a inferioridade numérica se mostrou fatal.
A equipe não conseguiu reagir às investidas constantes dos donos da casa, que aproveitaram bem esse aspecto físico para ampliar o placar.
O que o Vasco precisa fazer no jogo de volta? Existe alguma chance real?
Pensar em como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco inevitavelmente leva à pergunta: há como reverter esse placar? A resposta, embora desafiadora, não é impossível — mas beira o improvável.
O Vasco precisa vencer por cinco gols de diferença para avançar direto às oitavas de final. Caso vença por quatro gols, a decisão será nos pênaltis.
O jogo será em São Januário, na próxima terça-feira (22), às 21h30. O fator casa pode ser decisivo. A torcida cruz-maltina é conhecida por sua força em jogos grandes, e um gol logo no início pode incendiar o ambiente.
No entanto, o time precisará ser quase perfeito: ofensivamente agressivo e, ao mesmo tempo, seguro na defesa.
Fernando Diniz terá que montar uma equipe que consiga controlar a posse de bola, manter intensidade o jogo inteiro e corrigir os erros defensivos mostrados em Quito.
A volta de Piton está descartada, e isso exigirá mudanças na linha defensiva. Ainda assim, é preciso lembrar que o Del Valle não é um time qualquer — tem tradição recente em competições sul-americanas e um elenco bastante entrosado.
Impacto da derrota na temporada do Vasco: alerta ligado
Além da desvantagem esportiva na Sul-Americana, a derrota também traz implicações para o restante da temporada vascaína.
Como foi o jogo Independiente Del Valle x Vasco escancara fragilidades que já haviam sido apontadas em outras partidas, principalmente a falta de profundidade no elenco e as falhas defensivas sob pressão.
O Vasco ainda está envolvido no Campeonato Brasileiro e terá um confronto difícil contra o Grêmio no próximo sábado.
Como dividir foco entre Sul-Americana e Brasileirão, agora que a classificação continental parece distante? Essa é a pergunta que a comissão técnica terá de responder com urgência.
Uma possível eliminação precoce na Sul-Americana também pode abalar a confiança do elenco e da torcida. Resta saber se o time vai conseguir se reestruturar rapidamente, ou se essa goleada será o início de uma sequência negativa na temporada.
O jogo de volta será decisivo não só pelo placar, mas pelo psicológico da equipe.
