Esporte Clube Vitória
Esporte Clube Vitória
Títulos Conquistados
Nacionais
- 🏆 Campeonato Brasileiro Série B – 2023
- 🏆 Campeonato Brasileiro Série C – 2006
- 🥈 Vice-Campeão da Série A – 1993
- 🏆 Copa do Nordeste – 1997, 1999, 2003, 2010
Estaduais
- 🏆 Campeonato Baiano – 29 títulos
- 🏆 Copa Governador do Estado – 3 títulos
Ídolos do Clube




O Esporte Clube Vitória é mais do que um time de futebol. Fundado em 13 de maio de 1899, o clube carrega uma das histórias mais ricas do futebol brasileiro, sendo símbolo de resistência, paixão e orgulho para a torcida rubro-negra.
Conhecido como o Leão da Barra, o Vitória é uma das principais forças do Nordeste e um dos clubes mais tradicionais do Brasil.
A jornada do clube baiano mistura pioneirismo, rivalidades intensas, títulos marcantes e uma base formadora de grandes craques.
História do Vitória
A trajetória do Esporte Clube Vitória é marcada por desafios, transformações e momentos inesquecíveis.
Desde sua fundação no final do século XIX, o clube baiano evoluiu de uma agremiação de cricket para se tornar uma potência esportiva regional e nacional.
Ao longo de mais de um século, o Vitória construiu uma identidade própria, repleta de conquistas, tradição e uma torcida apaixonada.
A seguir, conheça em detalhes os principais capítulos dessa rica e vibrante história rubro-negra.
Fundação e pioneirismo
A história do Esporte Clube Vitória começou com um espírito rebelde e inovador.
Criado inicialmente como Club de Cricket Victoria, o time surgiu da iniciativa dos irmãos Artur e Artêmio Valente, cansados da exclusão dos brasileiros nos esportes dominados por imigrantes ingleses.
Fundado por jovens da elite baiana, o clube tornou-se a primeira agremiação esportiva do país criada exclusivamente por brasileiros — um marco de nacionalismo esportivo no final do século XIX.
Inicialmente voltado ao cricket, o clube logo expandiu para outras modalidades, tornando-se pioneiro em esportes como remo, natação, basquete e polo aquático na Bahia.
O Esporte Clube Vitória sempre teve como característica a inovação, o que o posiciona como uma instituição fundamental na estruturação do esporte no estado.
Surgimento do “Leão da Barra”
Em 1902, o clube deu os primeiros passos rumo ao futebol. Foi nesse momento que passou a se chamar Sport Club Victoria, praticando várias modalidades, incluindo o recém-chegado futebol.
No mesmo ano, foi adotado o vermelho e preto como cores oficiais — substituindo o preto e branco — por sugestão de Cesar Godinho Spínola, ex-remador do Flamengo.
Foi também nesse período que surgiu o apelido Leão da Barra, uma referência à bravura dos atletas do remo do Vitória, que enfrentavam travessias desafiadoras desde o Porto da Barra até o Porto dos Tainheiros.
A alcunha logo se estendeu à torcida, selando uma identidade aguerrida que perdura até hoje.
Começando no futebol
O futebol começou a ganhar protagonismo no Vitória graças a José Ferreira Júnior, conhecido como Zuza Ferreira, que trouxe a bola de futebol de sua temporada de estudos na Inglaterra.
Em 22 de maio de 1901, ocorreu o primeiro “baba” no Campo da Pólvora — marco inicial da prática do esporte em Salvador.
A primeira partida oficial foi registrada em 13 de setembro de 1902, com vitória do Leão por 2 a 0 contra o São Paulo Bahia Football Club.
Já em 1905, o Vitória ajudou a fundar a Liga Bahiana de Esportes Terrestres, que organizaria o primeiro Campeonato Baiano.
Essa fase inicial consolidou o clube como protagonista do futebol baiano, embora os primeiros títulos demorassem um pouco para chegar.
Primeiros títulos, amadorismo e o jejum
O Esporte Clube Vitória conquistou seu primeiro título do Campeonato Baiano em 1908, repetindo o feito em 1909 e se firmando entre os grandes do futebol estadual.
Esses foram os únicos títulos conquistados na era do amadorismo. A partir de então, o clube enfrentaria um dos períodos mais difíceis de sua história.
Entre 1910 e 1952, o Vitória não levantou nenhum troféu estadual.
Diversos fatores contribuíram para esse jejum: resistência à profissionalização, abandono temporário de campeonatos e uma postura elitista que, por um tempo, afastou o clube das ligas populares e das mudanças sociais no futebol baiano — como a inclusão de jogadores negros e de classe trabalhadora.
Mesmo sem títulos, o clube manteve a tradição esportiva com destaque no remo, atletismo, polo aquático e natação.
O hexacampeonato do Torneio Início (uma competição prestigiada na época) ajudou a manter viva a paixão rubro-negra.
Profissionalização e títulos
A virada começou na década de 1950. Em 1953, o Vitória se profissionalizou de forma definitiva e voltou a conquistar o Campeonato Baiano após mais de quatro décadas de espera.
Com o atacante Quarentinha em destaque, o time venceu o Botafogo na final, marcando o início de uma nova era.
Nos anos seguintes, o Vitória voltou a vencer o estadual em 1955, 1957, 1964 e 1965, este último representando o segundo bicampeonato da história do clube.
Mesmo com o crescimento do rival Bahia, o Leão da Barra resistia e começava a formar uma base mais sólida no futebol baiano.
Além dos títulos, o período marcou o fortalecimento institucional do clube, com maior envolvimento da torcida e o surgimento de ídolos que alimentaram a paixão rubro-negra por novas conquistas.
Bicampeonato boicotado pela imprensa
O bicampeonato estadual conquistado em 1964 e 1965 foi envolto em polêmica. Após uma denúncia de suposta irregularidade na escalação de um jogador do Vitória, um jornalista local passou a atacar o clube.
Dias depois, foi agredido dentro de um ônibus e a diretoria rubro-negra, especialmente o presidente Ney Ferreira, foi acusada de envolvimento.
A reação da imprensa foi dura: veículos importantes simplesmente deixaram de noticiar os títulos do clube.
O caso ficou conhecido como o “bicampeonato invisível”, e até hoje é lembrado como um episódio emblemático da resistência do Vitória frente às pressões externas.
Apesar do boicote midiático, o Leão consolidava sua trajetória de afirmação e crescimento no cenário estadual, enquanto fortalecia a identidade de um clube combativo e orgulhoso de suas raízes.
Campeonato Baiano de 1972 e Brasileirão
Em 1972, o Esporte Clube Vitória viveu um dos momentos mais emblemáticos de sua história: a conquista do Campeonato Baiano de forma invicta, com um elenco que entrou para a memória do torcedor rubro-negro.
Liderado por jogadores como Mário Sérgio, Osni e André Catimba, o time quebrou a hegemonia do Bahia na década e sagrou-se campeão em cima do maior rival, em uma série de decisões memoráveis.
No mesmo ano, o Vitória estreou no Campeonato Brasileiro, reforçando sua presença no cenário nacional. A estreia não trouxe grandes campanhas, mas marcou o início da trajetória do clube nas competições da elite do futebol brasileiro.
Uma das partidas mais lembradas de 1972 foi a vitória histórica sobre o Santos de Pelé, por 1 a 0, na Fonte Nova, com gol de Almiro.
No ano seguinte, viria outro feito: o Vitória venceu o primeiro Ba-Vi da história dos Campeonatos Brasileiros, superando o Bahia por 1 a 0, com gol de Mário Sérgio.
Década de 1980: Surgimento do “Nêgo”, lançamento de hino e Barradão
A década de 1980 foi um divisor de águas para o Vitória. Em 1981, surgiu de forma espontânea o grito mais icônico da torcida: “Nêêêêgo!”.
O que era para ser um “Leão” puxado pelas organizadas acabou virando um símbolo sonoro da paixão rubro-negra, ecoado até hoje nas arquibancadas.
Outro marco veio em 1985, com o lançamento do atual hino oficial, composto por Walter Queiroz.
A campanha “Este hino vai levantar o estádio” foi criada para arrecadar fundos para uma das obras mais importantes da história do clube: a construção do Barradão.
Em 1986, foi inaugurado o Estádio Manoel Barradas, a casa do Leão.
Localizado em Canabrava, bairro periférico de Salvador, o estádio representou mais do que uma nova arena: foi a base da transformação institucional do clube, que passaria a viver seus anos mais gloriosos nas décadas seguintes.
Década de 1990: Independência e hegemonia estadual
Nos anos 1990, o Esporte Clube Vitória deu um salto estrutural e esportivo.
Sob nova direção, o clube conquistou sua tão sonhada independência financeira, apostando fortemente em categorias de base e formação de atletas, o que renderia frutos por décadas.
Com uma gestão moderna e ousada, o Vitória conquistou seis títulos estaduais entre 1990 e 1997, retomando a hegemonia no futebol baiano.
A supremacia rubro-negra começou a incomodar o rival Bahia, que já não dominava o cenário local como antes.
Foi nessa década que o clube revelou ao país craques como Dida, Alex Alves, Vampeta, Paulo Isidoro, Leandro Domingues e Ramon Menezes.
O Vitória passou a ser visto como uma “fábrica de talentos”, exportando atletas para grandes centros e para a Seleção Brasileira, ao mesmo tempo em que montava equipes altamente competitivas.
Vice-campeonato brasileiro

Em 1993, o Esporte Clube Vitória alcançou um feito histórico: foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro, em uma das campanhas mais surpreendentes da década.
Com um elenco jovem e majoritariamente formado por atletas da base, como Dida, Alex Alves, Paulo Isidoro e Rodrigo, o Leão superou gigantes como Flamengo, Santos e Corinthians até chegar à final.
Na decisão, enfrentou o poderoso Palmeiras, que vivia o auge da era Parmalat.
Mesmo com a enorme disparidade financeira entre os dois clubes — a folha salarial inteira do Vitória era menor do que o salário de um jogador adversário —, o time baiano fez história, levando quase 80 mil torcedores à Fonte Nova na primeira partida da final.
O título não veio, mas o vice-campeonato brasileiro de 1993 projetou o Vitória no cenário nacional e consolidou sua imagem como um clube de gestão eficiente, formador de talentos e capaz de brigar de igual para igual com as maiores forças do futebol brasileiro.
Tricampeonato baiano e Nordestão
Com a confiança adquirida na campanha nacional, o Vitória entrou em uma sequência de conquistas regionais e estaduais.
Em 1997, o clube conquistou o seu primeiro tricampeonato baiano, vencendo o estadual em 1995, 1996 e 1997 — todos com autoridade e muitas vezes superando o rival Bahia nas finais.
O mesmo ano marcou a conquista da primeira Copa do Nordeste, uma competição cada vez mais valorizada no cenário nacional.
O Leão bateu o arquirrival Bahia também na final e se consolidou como a maior potência da região, título que voltaria a erguer outras três vezes nas décadas seguintes.
Com uma base sólida, estrutura em crescimento e uma torcida cada vez mais engajada, o Vitória vivia um de seus melhores momentos esportivos.
A hegemonia estadual era clara, e o clube já colhia os frutos de sua ousadia na formação de atletas.
Centenário
O ano de 1999, o centenário do Esporte Clube Vitória, foi celebrado da melhor maneira possível: com mais um título da Copa do Nordeste, a conquista do Campeonato Baiano e uma das melhores campanhas do clube em Campeonatos Brasileiros, alcançando o 3º lugar nacional.
Naquele Brasileirão, o Vitória — treinado por Toninho Cerezo — eliminou o Vasco da Gama nas quartas de final, com uma vitória eletrizante por 5 a 4, em um dos jogos mais emocionantes da Era Barradão.
Nas semifinais, foi derrotado pelo Atlético Mineiro, mas deixou sua marca com atuações memoráveis.
O título estadual de 1999 foi dividido com o Bahia, após uma final polêmica e sem jogo de desempate.
Ainda assim, o centenário rubro-negro foi comemorado com muita festa e orgulho por uma torcida que já via seu clube entre os mais competitivos do país.
Década de 2000: amplo domínio estadual, rebaixamento e retorno
A década de 2000 começou de forma promissora para o Esporte Clube Vitória, que manteve sua hegemonia no futebol baiano.
Entre 2000 e 2005, o Leão conquistou seis títulos estaduais — incluindo um tetracampeonato inédito (2002 a 2005), que consolidou o domínio rubro-negro sobre o futebol da Bahia.
O clube também brilhou regionalmente, conquistando mais uma vez a Copa do Nordeste, em 2003, reafirmando sua força no cenário nordestino.
No entanto, o sucesso dentro de campo não impediu que problemas estruturais e financeiros começassem a se acumular nos bastidores.
O ano de 2004 foi um divisor de águas: mesmo com boas campanhas na Copa do Brasil e no início do Brasileirão, o time caiu de rendimento e acabou rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Em 2005, o cenário piorou, com novo rebaixamento — agora para a Série C — pela primeira vez na história do clube.
Começo de década promissor
Apesar das quedas, o Vitória não se entregou. Em meio à crise, o clube manteve o orgulho e a tradição, e usou o estadual como base para reconstrução.
Conquistou o histórico tetracampeonato baiano invicto em 2005, e voltou a apostar fortemente nas categorias de base, que mais uma vez se mostraram fundamentais para o renascimento do Leão.
Com um elenco jovem e técnico, o Vitória enfrentou a difícil Série C de 2006.
Superando desconfiança e adversários complicados, o clube foi vice-campeão da competição e garantiu o retorno à Série B, iniciando sua jornada de recuperação com dignidade e apoio maciço da torcida.
Em 2007, a equipe manteve a consistência e ficou com a 4ª colocação da Série B, conquistando o tão aguardado retorno à elite do futebol brasileiro.
Era a prova de que, mesmo nas dificuldades, o Vitória sabia se reerguer com competência, planejamento e paixão.
Série B após treze anos
O rebaixamento de 2004 havia tirado o Vitória da Série A após 13 anos consecutivos na elite, mas o retorno em 2008 representou mais do que uma subida de divisão — foi a retomada de uma mentalidade vencedora.
Com um elenco renovado e forte apoio da torcida, o clube voltou a disputar o Campeonato Brasileiro da Série A como protagonista.
Na temporada, o time surpreendeu, chegando a brigar por vaga na Libertadores e terminando em 10º lugar, garantindo vaga na Copa Sul-Americana do ano seguinte. A campanha consolidou o Barradão como um verdadeiro caldeirão e mostrou que o Vitória havia retornado para ficar.
No Campeonato Baiano, o clube continuava forte, conquistando o bicampeonato em 2008 e 2009, reafirmando sua supremacia no estado e alimentando a confiança de sua enorme torcida.
Tetracampeonato baiano e Série C
Mesmo enfrentando oscilações no cenário nacional, o Esporte Clube Vitória manteve sua força no futebol baiano.
Em 2005, o clube conquistou seu primeiro tetracampeonato estadual, feito inédito até então, com uma campanha invicta que reforçou o apelido de “Leão da Barra”.
No entanto, o mesmo ano que trouxe glórias locais foi trágico no cenário nacional.
Apesar de um elenco competitivo, o Vitória não conseguiu manter regularidade na Série B, sofreu uma sequência de derrotas e, por uma improvável combinação de resultados, foi rebaixado à Série C pela primeira vez em sua história.
O impacto foi devastador.
O clube reformulou completamente sua diretoria, elenco e estrutura. A torcida, mesmo ferida, seguiu apoiando. O episódio serviu como lição e marcaria uma nova virada na trajetória rubro-negra.
Retorno à Série A
Após o trauma de 2005, o Vitória deu a volta por cima em grande estilo.
Em 2006, o clube reconquistou a torcida com uma campanha sólida na Série C, garantindo o acesso com um time formado por jovens promissores e reforços pontuais.
No ano seguinte, a equipe foi ainda mais eficaz: com um dos melhores ataques da competição, terminou a Série B de 2007 na 4ª colocação e retornou à elite do futebol brasileiro.
A campanha teve como destaques os atacantes Índio e Joãozinho, além do crescimento contínuo do projeto do clube com foco nas divisões de base.
O feito colocou o Vitória entre os raros clubes brasileiros que conseguiram subir da Série C para a Série A em apenas dois anos, sem qualquer ajuda externa ou virada de mesa — um feito de respeito.
Consistência na elite e Copa Sul-Americana
Com a casa arrumada e o moral elevado, o Esporte Clube Vitória voltou a competir na Série A com força.
Em 2008, o clube fez um excelente primeiro turno, terminando entre os cinco primeiros colocados e surpreendendo a imprensa nacional.
Apesar de uma queda de rendimento no segundo turno, o Vitória finalizou o campeonato em uma respeitável 10ª colocação, classificando-se pela primeira vez para a Copa Sul-Americana de 2009.
Foi o início de um novo ciclo de projeção internacional.
Embora eliminado nas oitavas de final pelo River Plate do Uruguai, o clube mostrava que podia competir também fora do Brasil, sem perder sua identidade e tradição.
Em paralelo, garantiu mais um título estadual em 2009, reafirmando sua força em casa.
2010—presente
A década de 2010 começou intensa para o Esporte Clube Vitória, com novas ambições e participações marcantes.
O ano de 2010 ficou na história: além do tetracampeonato baiano conquistado sobre o rival Bahia, o clube também alcançou a final da Copa do Brasil, um feito inédito para uma equipe do estado.
Na final, enfrentou o Santos de Neymar, Ganso e Robinho. Apesar da vitória por 2 a 1 no Barradão, o Leão não conseguiu reverter a derrota por 2 a 0 sofrida na Vila Belmiro e ficou com o vice-campeonato nacional — resultado digno de orgulho, pois colocou o Vitória entre os grandes do país mais uma vez.
Em 2010, o clube ainda levantou seu quarto título da Copa do Nordeste, reafirmando sua grandeza regional.
Mas, logo após esse auge, vieram desafios: no mesmo ano, foi rebaixado novamente para a Série B, encerrando um ciclo e dando início a um novo período de instabilidade.
Novo rebaixamento e permanência na segundona
O rebaixamento em 2010 teve efeitos duradouros. Em 2011 e 2012, o Vitória lutou para voltar à elite, enfrentando dificuldades internas, mudanças de técnicos e instabilidade no elenco.
Mesmo assim, o clube manteve seu orgulho intacto e a torcida seguiu presente, com médias de público entre as maiores do país.
A temporada de 2012 marcou o fim desse hiato. Após uma excelente campanha na Série B, liderada por jovens formados na base e reforços pontuais, o Vitória garantiu o acesso à Série A com uma rodada de antecedência.
O clube terminou em 4º lugar, mas com uma das campanhas mais marcantes da sua história recente — incluindo o projeto “Meu Sangue é Rubro-Negro”, que uniu futebol e solidariedade.
Mesmo com um cenário financeiro complicado e alternância na gestão, o clube manteve-se fiel ao seu DNA formador e lutador.
Perda do estadual e retorno à primeira divisão
Antes do acesso à Série A, o clube enfrentou uma sequência incômoda no estadual.
Em 2011, perdeu o título para o Bahia de Feira e, em 2012, foi novamente superado — dessa vez pelo Bahia, seu principal rival, encerrando uma sequência de 10 finais consecutivas vencidas ou disputadas.
Essas derrotas, no entanto, serviram como combustível para uma reestruturação dentro de campo. A base rubro-negra voltou a brilhar, revelando nomes como Gabriel Paulista, Mansur, Leílson e Willie.
Ao lado de atletas mais experientes, o grupo formou uma equipe competitiva que recolocou o Leão no lugar de onde nunca deveria ter saído: a Série A do Campeonato Brasileiro.
Campanha “Meu Sangue é Rubro-Negro”
Em 2012, o Esporte Clube Vitória mostrou que sua força vai além das quatro linhas. Lançou a inovadora campanha “Meu Sangue é Rubro-Negro”, que transformou seu uniforme tradicional em uma ferramenta de solidariedade.
As tradicionais listras vermelhas do manto rubro-negro foram removidas progressivamente e só retornavam à medida que os estoques de sangue do Hemoba (hemocentro da Bahia) aumentavam.
A iniciativa teve repercussão nacional e internacional, sendo reconhecida por veículos como BBC, Al Jazeera e até premiada com o Effie Awards Brasil.
A campanha ajudou a aumentar em mais de 50% as doações de sangue e mostrou que o Vitória é mais do que futebol: é comprometimento social, criatividade e engajamento com sua comunidade.
Essa ação ajudou também a aproximar ainda mais o clube da torcida e consolidou sua imagem como um dos clubes mais inovadores e socialmente responsáveis do Brasil.
Título estadual incontestável e boa campanha no Brasileirão
Em 2013, o Vitória viveu um ano especial. Começou conquistando o Campeonato Baiano com uma goleada histórica sobre o Bahia: 7 a 3 no jogo de ida da final, na Fonte Nova.
A atuação arrasadora, somada ao empate por 1 a 1 no Barradão, garantiu o 27º título estadual do clube, com grande destaque para o atacante Dinei, autor de quatro gols na decisão.
No Campeonato Brasileiro, o Leão surpreendeu e encerrou a competição na 5ª colocação, sua melhor campanha na era dos pontos corridos.
O time, comandado por Ney Franco, chegou a brigar por uma vaga na Libertadores até a última rodada, ficando à frente de clubes como São Paulo, Santos, Corinthians e Internacional.
A temporada de 2013 provou que o Vitória poderia ser competitivo nacionalmente, mesmo sem investimentos milionários — e reforçou o poder do Barradão, que mais uma vez se mostrou um verdadeiro caldeirão rubro-negro.
Frustração e novo rebaixamento
Após o brilho de 2013, a expectativa era alta para 2014. No entanto, o ano foi marcado por frustrações.
O clube foi eliminado precocemente na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil e acabou perdendo o título estadual novamente para o rival Bahia.
No Brasileirão, mesmo com jogadores experientes no elenco, o desempenho foi irregular. Na última rodada, o Vitória precisava apenas vencer o Santos no Barradão para escapar do rebaixamento.
Porém, o time acabou sofrendo um gol nos acréscimos e perdeu por 1 a 0, sendo rebaixado novamente à Série B.
O rebaixamento frustrou a torcida e evidenciou os problemas administrativos que voltaram a afetar o clube.
Ainda assim, o Vitória manteve sua resiliência — e, no ano seguinte, em 2015, garantiu o retorno à elite, mais uma vez com o apoio incondicional da torcida e com a base como protagonista.
Contrato para jogos na Fonte Nova
Em 2019, numa tentativa de reestruturar financeiramente o clube, o Esporte Clube Vitória firmou contrato para mandar seus jogos na Arena Fonte Nova, deixando temporariamente o Barradão.
A decisão gerou polêmica entre torcedores e dirigentes, já que o Barradão é considerado um símbolo da identidade rubro-negra.
A experiência durou pouco. Após alguns jogos com público aquém do esperado e prejuízos financeiros, o clube rescindiu o contrato e retornou ao Barradão, reafirmando que a Toca do Leão segue sendo o verdadeiro lar do Vitória.
O episódio mostrou que, para além de estratégias financeiras, existe uma ligação emocional e simbólica entre o clube e seu estádio.
O primeiro título nacional

Em 2023, o Esporte Clube Vitória viveu um dos capítulos mais emocionantes de sua história.
Após anos de altos e baixos, o clube fez uma campanha memorável na Série B, sendo campeão com autoridade e conquistando seu primeiro título nacional oficial.
O time, comandado por Léo Condé, teve um início avassalador e manteve a regularidade ao longo da temporada.
O acesso à Série A foi garantido com antecedência, e o título veio antes mesmo do clube entrar em campo, graças a um empate entre adversários diretos.
A entrega da taça ocorreu num Barradão lotado, coroando uma temporada perfeita e recolocando o Leão da Barra no lugar onde pertence: o topo do futebol brasileiro.
A conquista foi o símbolo de resiliência, superação e paixão, marcas que sempre definiram o Vitória.
Símbolos do Clube
O Esporte Clube Vitória é um dos clubes mais tradicionais do Brasil, não apenas por sua história centenária, mas também pela força dos seus símbolos.
Uniformes, escudo, bandeira, mascote e hinos representam a alma rubro-negra e reforçam o vínculo entre o clube e sua apaixonada torcida.
Uniformes
As cores vermelho e preto são a marca registrada do Vitória.
Inicialmente, o clube utilizava o preto e branco, mas, em 1902, adotou o rubro-negro — inspirado pelo Flamengo e por remadores cariocas que influenciaram o clube na época.
O uniforme titular é composto por camisa listrada em vermelho e preto, calção preto e meias vermelhas ou pretas.
O uniforme alternativo geralmente é branco com detalhes rubro-negros, usado em partidas fora de casa.
Em 2012, o clube fez história com a campanha “Meu Sangue é Rubro-Negro“, alterando seu uniforme para preto e branco temporariamente como forma de incentivar a doação de sangue.
Essa ação se tornou uma das mais premiadas do futebol mundial.
Escudo
O escudo do Esporte Clube Vitória é facilmente reconhecido pelos torcedores. Em formato de escudo heráldico tradicional, traz as iniciais “ECV” entrelaçadas, sobre um fundo rubro-negro.
Em algumas versões, é possível ver uma estrela dourada acima, representando o primeiro título nacional conquistado em 2023.
Ao longo do tempo, o escudo sofreu poucas alterações. Uma das versões mais antigas tinha as iniciais “SCV”, de “Sport Club Victoria”.
Já o escudo náutico, utilizado no início do século XX, fazia alusão ao remo — um dos esportes fundadores do clube.
Bandeira
A bandeira do Vitória é um dos símbolos mais antigos do clube. Tradicionalmente, traz faixas horizontais vermelhas e pretas, com o escudo centralizado.
É comum ver essa bandeira tremulando no Barradão e em festas da torcida organizada, marcando presença em todas as arquibancadas onde o Leão da Barra joga.
Ela representa orgulho, resistência e tradição, e é um dos maiores símbolos de pertencimento dos torcedores rubro-negros.
Mascote
O leão é o mascote oficial do Esporte Clube Vitória desde 1902, ano em que o clube passou a ser chamado de “Leão da Barra”.
O animal simboliza nobreza, bravura, força e liderança, características que definem o espírito da equipe rubro-negra.
O personagem oficial do mascote, Lelê Leão, foi desenhado pelo cartunista Ziraldo, o mesmo criador do Menino Maluquinho.
O mascote também é utilizado em ações sociais e campanhas de marketing, principalmente para aproximar o clube do público infantil e familiar.
Hinos do Clube
O Esporte Clube Vitória possui dois hinos marcantes que representam a alma e a paixão do clube: o hino original, de caráter mais tradicional, e o hino oficial, adotado em 1985 e ainda entoado com fervor nos estádios
O primeiro hino (não-oficial)
Letra: Albino Castro e Vivaldo Souza
Ano: Desconhecido
Vitória, Vitória
Mostra o teu valor
No campo da luta
Tu é os melhor…
Esse hino carrega o espírito dos tempos antigos e é considerado uma peça nostálgica da história do clube.
O segundo hino (oficial)
Letra: Walter Queiroz
Ano: 1985
Eu sou Leão da Barra, tradição
Eu sou vermelho e preto.
Eu sou paixão…
Esse é o hino mais conhecido e cantado pela torcida. Foi criado como parte de uma campanha para angariar fundos para o Barradão e se tornou o símbolo sonoro do orgulho rubro-negro.
Estrutura e patrimônio
A grandeza do Esporte Clube Vitória não se mede apenas por seus títulos e história, mas também pela sua estrutura sólida e patrimônio valioso, que refletem a importância do clube no cenário esportivo brasileiro.
Com um estádio icônico, centros de treinamento modernos e espaços dedicados à formação de atletas, o Vitória se consolida como referência no Norte/Nordeste do país.
Estádio Manoel Barradas
Inaugurado em 11 de novembro de 1986, o Estádio Manoel Barradas, carinhosamente apelidado de Barradão, é um dos maiores símbolos da virada estrutural do Vitória.
Localizado no bairro de Canabrava, em Salvador, o estádio tem capacidade para cerca de 30.793 torcedores.
O Barradão foi fundamental para a ascensão do clube nas décadas de 1990 e 2000, sendo palco de grandes conquistas e momentos históricos.
Seu ambiente intimidador, aliado à força da torcida rubro-negra, faz do Barradão um verdadeiro caldeirão.
Com gramado de qualidade, iluminação padrão FIFA, estacionamento e catracas eletrônicas, o estádio é um dos mais estruturados do Nordeste.
Ele abriga também a Loja Oficial do Vitória e o Memorial 13 de Maio, que celebra a rica história do clube.
Centro de Treinamento
O CT do Vitória é um dos mais completos da região. Chamado de Complexo Esportivo Benedito Dourado da Luz, ele abriga:
- Três campos oficiais com medidas padrão FIFA (105 x 70 m)
- Departamento médico
- Sala de musculação moderna
- Prédio administrativo para o futebol profissional
Localizado junto ao Barradão, o CT é o coração do dia a dia do futebol rubro-negro e parte fundamental na preparação de atletas para o time principal.
Concentração do Futebol Profissional Vidigal Guimarães
Inaugurada em 2001 e reformulada em 2013, a Concentração Vidigal Guimarães é um espaço de excelência, com mais de 9.000 m², dedicado ao elenco profissional do Vitória. Entre suas instalações destacam-se:
- Piscina térmica para reabilitação
- Apartamentos com suíte para atletas e comissão técnica
- Refeitório climatizado
- Sala de leitura e biblioteca
- Sala de vídeo e análise tática
- Capela, lavanderia, almoxarifado, enfermaria e farmácia
A estrutura é projetada para oferecer o máximo em conforto, desempenho e foco aos jogadores do elenco principal.
Concentração de Futebol Amador Raimundo Rocha Pires
Voltada para os atletas das divisões de base, a Concentração Raimundo Rocha Pires é mais que um alojamento: é um ambiente formador. Nela residem mais de 100 jovens talentos, que recebem apoio em:
- Alimentação
- Educação
- Preparação física e psicológica
É neste espaço que o Leão da Barra segue revelando grandes nomes para o futebol brasileiro e internacional.
Sede Náutica Edgar Texeira
Localizada no tradicional bairro da Ribeira, a sede náutica é destinada à prática e desenvolvimento dos esportes aquáticos.
Com estrutura de oficina de barcos, alojamentos e acesso ao mar, ela foi fundamental para o início da história esportiva do Vitória no remo — esporte fundador do clube.
Hoje, segue como ponto de apoio para as equipes de remo, natação e polo aquático, mantendo viva a herança multiesportiva do Leão.
A marca Vitória
A marca Esporte Clube Vitória é uma das mais valiosas do futebol brasileiro. Segundo a consultoria BDO, em 2023 o clube ocupava a 17ª posição no ranking nacional de valor de marca, estimada em dezenas de milhões de reais.
Dentre os diferenciais da marca Vitória estão:
- Uma das torcidas que mais crescem no Brasil
- Fortíssima identidade visual com o rubro-negro e o leão
- Excelência nas categorias de base, reconhecida internacionalmente
- Compromisso com iniciativas sociais e ambientais
- Presença de torcedores ilustres e influência cultural no Nordeste
A consolidação dessa marca vai muito além das quatro linhas. Ela se expressa nas arquibancadas, nos projetos sociais, nos ídolos formados e no orgulho de milhões de torcedores apaixonados.
Estatísticas
O Esporte Clube Vitória tem uma história rica e repleta de números marcantes.
Seja em títulos, gols, presenças em competições nacionais ou participações internacionais, os dados estatísticos do Leão da Barra ajudam a contar uma trajetória de superação, glória e tradição no futebol brasileiro.
Maiores artilheiros do Vitória
Ao longo de sua história, o Vitória revelou e contou com grandes atacantes. Alguns desses nomes estão eternizados como os maiores artilheiros da história do clube, com gols decisivos e atuações memoráveis que marcaram gerações.
Top 10 maiores goleadores da história do Esporte Clube Vitória:
Posição | Jogador | Gols |
1º | Juvenal | 150 |
2º | Siri | 132 |
3º | Osni | 112 |
4º | André Catimba | 90 |
5º | Didico | 89 |
6º | Ramon Menezes | 89 |
7º | Neto Baiano | 87 |
8º | Sena | 86 |
9º | Samuel Mattos | 77 |
10º | Tombinho | 76 |
Esses jogadores fazem parte da identidade rubro-negra e são lembrados com carinho pela torcida.
Técnicos com mais partidas pelo Esporte Clube Vitória
Não foram apenas os jogadores que marcaram época. Alguns técnicos deixaram suas digitais na história do Vitória, comandando o time em fases vitoriosas ou momentos de reconstrução.
Abaixo, os técnicos que mais vezes estiveram à beira do campo pelo Leão:
Top 5 técnicos com mais jogos:
Posição | Técnico | Partidas |
1º | Vagner Mancini | 216 |
2º | Bengalinha | 165 |
3º | Arturzinho | 129 |
4º | João Francisco | 125 |
5º | Aymoré Moreira | 120 |
Muitos desses nomes participaram de momentos-chave da história do Esporte Clube Vitória, como acessos, conquistas estaduais e boas campanhas nacionais.
Treinadores
Além dos recordistas em partidas, o clube teve treinadores consagrados que contribuíram para o desenvolvimento do projeto esportivo e a formação de elencos competitivos.
Entre eles, destacam-se:
- Toninho Cerezo (1999, 2012): semifinalista do Brasileirão em 1999
- Paulo César Carpegiani (2009, 2012, 2018): importante na base e no acesso
- Ney Franco (2013–14): levou o clube à sua melhor campanha nos pontos corridos
- Geninho (1994, 1998, 2011, 2020, 2022): peça constante em momentos decisivos
- Evaristo de Macedo (1997, 2004): campeão da Copa do Nordeste
Esses treinadores ajudaram a construir o DNA competitivo do Vitória nas últimas décadas.
Participações
O Esporte Clube Vitória tem ampla experiência nas principais competições do futebol brasileiro e sul-americano. Confira o histórico:
Campeonato Brasileiro – Série A
- Participações: 41
- Melhor campanha: Vice-campeão (1993)
Campeonato Brasileiro – Série B
- Participações: 12
- Melhor campanha: Campeão (2023), Vice (1992), 3º (2015)
Campeonato Brasileiro – Série C
- Participações: 2
- Melhor campanha: Vice-campeão (2006)
Copa do Brasil
- Participações: 35
- Melhor campanha: Vice-campeão (2010)
Copa do Nordeste
- Participações: 21
- Títulos: 1997, 1999, 2003, 2010
Copa Sul-Americana
- Participações: 6
- Melhor campanha: Oitavas de final (2009, 2014)
Copa Conmebol
- Participações: 2
- Melhor campanha: Quartas de final (1997)
Com campanhas históricas, o Vitória se afirma como um dos clubes mais relevantes do Nordeste brasileiro e presença constante nas principais competições do continente.
Categorias de Base

O Esporte Clube Vitória é reconhecido nacional e internacionalmente como um dos clubes com maior tradição na formação de jogadores.
As divisões de base do Leão da Barra são referência e já revelaram talentos que brilharam no futebol brasileiro, europeu e até em Copas do Mundo.
Uma das melhores bases do Brasil
Durante os anos 1990 e 2000, o Vitória se destacou como um dos maiores celeiros de craques do país.
A estrutura da base rubro-negra foi apontada pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport como uma das sete melhores do mundo, em 2004. Essa reputação foi construída com investimento, seriedade e resultados.
Títulos e conquistas
O clube venceu diversas competições importantes nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20, incluindo:
- Copa do Brasil Sub-20 (campeão da primeira edição, em 2012)
- Copa do Brasil Sub-17
- Copa do Brasil Sub-15
- Torneios internacionais, como a Dallas Cup e a Otten Cup
- Diversos Campeonatos Baianos de base
Essas conquistas consolidam o Esporte Clube Vitória como um dos maiores formadores de atletas do Brasil.
Craques revelados nas categorias de base do Vitória
A lista de grandes jogadores formados no Vitória é extensa e impressionante. Confira alguns nomes:
- Dida – goleiro pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira
- David Luiz – zagueiro com passagens por Chelsea, PSG e Seleção Brasileira
- Gabriel Paulista – destaque no futebol europeu, com passagem por Arsenal e Valencia
- Hulk – atacante da Seleção Brasileira e campeão em Portugal e Rússia
- Marcelo Moreno – ídolo na Bolívia e artilheiro das Eliminatórias Sul-Americanas
- Leandro Domingues, Vampeta, Alex Alves, Elkeson, Obina, Fábio Costa – todos com carreiras de destaque nacional e internacional
O sucesso desses atletas reforça o compromisso do clube com o desenvolvimento humano e esportivo dos seus jovens talentos.
Ídolos e Personagens Históricos
Ao longo de seus mais de 125 anos de história, o Esporte Clube Vitória foi palco de trajetórias inesquecíveis.
Entre jogadores, técnicos e dirigentes, muitos nomes ajudaram a moldar a identidade do clube e conquistar o coração da torcida rubro-negra.
Jogadores lendários
Alguns atletas deixaram uma marca eterna no Barradão e são considerados ídolos imortais:
- Juvenal – maior artilheiro da história do clube, com 150 gols
- Ramon Menezes – símbolo da técnica e raça rubro-negra nos anos 90 e 2000
- André Catimba – autor de gols decisivos e figura carismática
- Osni, Siri, Neto Baiano, Alex Alves, Dinei, Índio, Bebeto – atacantes que marcaram época
- Petković – sérvio talentoso que encantou a torcida
- Viáfara – goleiro colombiano que virou ídolo após defesas históricas em clássicos
Técnicos marcantes
- Vagner Mancini – técnico com mais jogos na história do clube (216 partidas)
- Toninho Cerezo – semifinalista do Brasileirão de 1999
- Ney Franco – responsável pela melhor campanha do clube nos pontos corridos (5º lugar em 2013)
- Paulo César Carpegiani, Arturzinho, Geninho, Evaristo de Macedo – comandaram o time em fases decisivas
Dirigentes e personalidades
- Manoel Barradas – ex-presidente que dá nome ao estádio
- José Rocha – responsável pela construção do Barradão
- Paulo Carneiro – presidiu o clube nos anos mais vitoriosos de sua história
- Fábio Mota – presidente atual, que liderou o retorno à Série A e o primeiro título nacional do clube em 2023
Esses nomes representam mais do que vitórias: representam o orgulho de ser Vitória.
Torcida e Cultura

O Esporte Clube Vitória não é apenas um clube de futebol — é uma paixão que atravessa gerações.
Sua torcida representa uma das maiores e mais fervorosas do Brasil, especialmente no Norte-Nordeste, com uma cultura única que se reflete em músicas, festas, campanhas sociais e um amor que ultrapassa o campo.
Crescimento
A torcida do Esporte Clube Vitória cresceu de forma impressionante nas últimas décadas, impulsionada por conquistas, pela força do Barradão e pelo trabalho de base.
Atualmente, estima-se que o clube tenha cerca de 2,5 milhões de torcedores em todo o país, ocupando lugar de destaque entre as maiores torcidas do Brasil.
Pesquisas nacionais apontam o Vitória entre as 15 maiores torcidas do futebol brasileiro, com presença marcante nos estádios e forte influência entre os mais jovens, o que aponta para um futuro ainda mais promissor.
Décadas de 1980 e 1990
O crescimento mais perceptível começou na segunda metade da década de 1980, com a construção do Estádio Manoel Barradas (o Barradão), que deu ao clube uma identidade própria e fortaleceu o vínculo com os torcedores.
Na década de 1990, com a consolidação das categorias de base e campanhas de destaque no Campeonato Brasileiro, o Vitória conquistou uma nova geração de fãs.
Esse período marcou também o surgimento de torcidas organizadas, novas músicas nas arquibancadas e o fortalecimento da cultura rubro-negra.
Década de 2000 e atualidade
Nos anos 2000, o Esporte Clube Vitória seguiu conquistando títulos e protagonismo, atraindo ainda mais torcedores.
Com campanhas sólidas, especialmente no cenário regional e estadual, e presença constante em competições nacionais, o clube viu sua média de público disparar — chegando a figurar entre as maiores do país em diversas edições da Série B e Série A.
Hoje, o Vitória é um clube com grande engajamento digital, forte presença nas redes sociais e destaque em transmissões ao vivo, seja pela TV ou streaming, consolidando sua relevância nacional.
Associados
O programa “Sou Mais Vitória” (SMV) é um dos pilares do relacionamento entre o clube e sua torcida.
Com milhares de associados, o programa oferece vantagens como descontos em ingressos, produtos oficiais e participação ativa na vida do clube.
Além de ajudar financeiramente, os sócios representam o envolvimento direto da torcida com as decisões do Esporte Clube Vitória, fortalecendo o clube de dentro para fora.
“Vitória na TV”
O “Vitória na TV” é o canal oficial do clube na televisão e plataformas digitais. Lançado como programa informativo, ele se tornou referência em conteúdo exclusivo, com bastidores, entrevistas, quadros especiais e transmissões.
Com ele, o clube conseguiu estreitar laços com torcedores que vivem fora da Bahia, expandindo sua influência para todo o Brasil e o exterior.
Torcedores ilustres
O Vitória tem uma lista extensa de torcedores famosos, que ajudam a elevar o nome do clube:
- Ivete Sangalo – a maior estrela da música baiana e torcedora apaixonada
- Daniela Mercury, Pitty, Durval Lélys, Gilmelândia, Tatau – artistas que frequentemente exaltam o clube em shows e entrevistas
- Lázaro Ramos, Wagner Moura – atores de renome nacional e internacional
- Adriana Lima – supermodelo global
- Popó Freitas – tetracampeão mundial de boxe
- Carlos Marighella, João Ubaldo Ribeiro – personalidades históricas e culturais
Esses nomes ajudam a divulgar a marca Vitória e fortalecem o orgulho da Nação Rubro-Negra.
Torcidas organizadas
Diversas torcidas organizadas apoiam o Esporte Clube Vitória em todo o Brasil. Entre as mais tradicionais estão:
- Camisa 12
- TUI (Torcida Uniformizada os Imbatíveis)
- Leões da Fiel
- Fúria Rubro-Negra
Esses grupos são fundamentais para animar os jogos, organizar festas e defender as cores do clube em qualquer lugar.
Impacto cultural
O Esporte Clube Vitória está profundamente enraizado na cultura baiana. Seus jogos são eventos sociais e culturais, com influência na música, no comércio local e até no comportamento da cidade.
Campanhas como a “Meu Sangue é Rubro-Negro”, reconhecida mundialmente, demonstram como o clube é capaz de unir paixão, responsabilidade social e criatividade — algo que vai além das quatro linhas.
Homenagens
Ao longo de sua história, o Vitória já foi homenageado de diversas formas:
- Canções compostas por artistas locais
- Documentários e livros sobre o clube
- Estátuas, murais e pinturas em Salvador
- Menções em novelas, filmes e programas de TV
Essas homenagens perpetuam o legado do Esporte Clube Vitória como um dos maiores símbolos esportivos e culturais da Bahia.
Rivalidades Históricas
O futebol baiano tem em suas raízes uma das rivalidades mais intensas do país, e o Esporte Clube Vitória é protagonista dessa história.
O clube, com mais de um século de existência, foi o pivô de dois dos maiores clássicos da Bahia: o lendário Ba-Vi e o tradicional Ajuste de Contas.
Ba-Vi
Nenhuma rivalidade no Norte-Nordeste se compara ao clássico Ba-Vi, entre o Esporte Clube Vitória e o Esporte Clube Bahia. É mais do que um jogo. É um evento cultural, político e social que para a Bahia.
História do Ba-Vi
O primeiro Ba-Vi da história foi disputado em 1932, e desde então o duelo se tornou o principal embate do futebol baiano.
A rivalidade foi construída com o passar dos anos, ganhando contornos épicos dentro e fora dos gramados.
O clássico é símbolo de identidades distintas: o Vitória, nascido da elite baiana, passou a representar a resistência e o crescimento através do trabalho; o Bahia, com origens populares, tornou-se símbolo do “clube do povo”.
Essa dicotomia alimentou décadas de confrontos carregados de paixão, polêmicas e gols históricos.
Números e confrontos
Até hoje, foram mais de 470 jogos disputados, com centenas de gols e partidas memoráveis.
O Vitória protagonizou goleadas históricas, como o 5 a 1 e o 7 a 3 sobre o Bahia em 2013, na inauguração da Arena Fonte Nova, consolidando um dos maiores domínios já vistos em clássicos regionais.
Importância cultural e emocional
O Ba-Vi é um verdadeiro termômetro do futebol baiano. Sua atmosfera contagiante, os cânticos, os mosaicos e as provocações fazem do duelo uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro.
Para o torcedor rubro-negro, vencer o Ba-Vi é uma questão de honra, orgulho e identidade.
Ajuste de Contas
Antes do surgimento do Ba-Vi, o grande adversário do Esporte Clube Vitória era o São Salvador, equipe tradicional da capital baiana nas primeiras décadas do século XX.
O clássico “Ajuste de Contas”
Esse embate era conhecido como “Ajuste de Contas”, e foi o primeiro clássico do futebol baiano.
As partidas entre Vitória e São Salvador carregavam rivalidade acirrada, sendo o duelo mais esperado da Liga Baiana nos seus primórdios.
O São Salvador foi um dos clubes fundadores da Liga Bahiana de Desportos Terrestres, e rivalizou com o Vitória até sua extinção.
Com o tempo, o Ba-Vi assumiu o posto de principal clássico do estado, mas o Ajuste de Contas permanece como parte fundamental da história rubro-negra.
Essas rivalidades reforçam a grandeza do Esporte Clube Vitória, que construiu sua identidade enfrentando os melhores, desafiando o status quo e emocionando gerações.
Títulos Conquistados pelo Vitória
O Esporte Clube Vitória é um dos clubes mais vitoriosos da Região Nordeste. Ao longo da sua história, construiu uma galeria de troféus que reflete sua tradição, paixão e perseverança.
De glórias no Campeonato Baiano a campanhas inesquecíveis no cenário nacional, o clube carrega em sua história o peso de grandes conquistas.
Principais conquistas
- 30 títulos do Campeonato Baiano (último em 2024)
- 4 títulos da Copa do Nordeste (1997, 1999, 2003 e 2010)
- Campeão Brasileiro da Série B (2023 – primeiro título nacional)
- Vice-campeão Brasileiro da Série A (1993)
- Vice-campeão da Copa do Brasil (2010)
- Campeão do Torneio José Américo de Almeida Filho (1976)
- Títulos internacionais amistosos: Troféu Cidade de Valladolid (1997) e Torneio Senegal-Brasil (1992)
Essas conquistas são símbolo do protagonismo do clube no futebol do Norte-Nordeste.
Campanhas históricas
Além dos títulos, o Esporte Clube Vitória acumula campanhas memoráveis:
- 1993 – Vice-campeão do Brasileirão, com um time formado majoritariamente por jovens da base.
- 1999 – 3º lugar no Campeonato Brasileiro e título da Copa do Nordeste.
- 2010 – Vice-campeão da Copa do Brasil, eliminando grandes adversários.
- 2013 – 5º lugar no Brasileirão por pontos corridos, melhor campanha nordestina da era até então.
- 2023 – Campeão da Série B com campanha sólida, liderança do início ao fim e Barradão lotado na entrega da taça.
Esses momentos marcaram a história do clube e emocionaram a torcida rubro-negra.
Títulos estaduais
O Campeonato Baiano é uma das grandes vitrines do Vitória. Com 30 conquistas estaduais, o Leão é um dos clubes mais bem-sucedidos da história da competição.
A hegemonia rubro-negra ficou ainda mais evidente nas últimas décadas:
🏆 Campeonatos Baianos conquistados:
1908, 1909, 1953, 1955, 1957, 1964, 1965, 1972, 1980, 1985, 1989, 1990, 1992, 1995, 1996, 1997, 1999, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009, 2010, 2013, 2016, 2017, 2024.
Destaque para os bicampeonatos, tricampeonatos e dois tetracampeonatos (2002–2005 e 2007–2010).
Títulos nacionais e internacionais
- Campeonato Brasileiro Série B: 2023
- Vice-campeão da Série A: 1993
- Vice-campeão da Copa do Brasil: 2010
- Torneio José Américo de Almeida Filho: 1976 (reconhecido por muitos como precursor da Copa do Nordeste)
- Internacionais amistosos:
- Troféu Cidade de Valladolid (1997)
- Torneio Senegal-Brasil (1992)
Apesar de não serem oficiais pela Conmebol, esses títulos mostram a presença internacional do clube.
Títulos amistosos e copas menores
O Vitória também coleciona títulos importantes em torneios menores e amistosos, que ajudaram a fortalecer sua tradição:
- Torneio Início da Bahia – Hexacampeão (1926, 1941, 1942, 1943, 1944, 1949)
- Copa Estado da Bahia – Tricampeão (2004, 2005, 2006)
- Taça Cidade de Salvador – Campeão em diversas ocasiões
- Torneios de verão, festivais e copas regionais, conquistados ao longo dos anos por equipes principais e reservas.
Essas conquistas mostram o protagonismo rubro-negro em todos os níveis competitivos.
Administração e Finanças
O Esporte Clube Vitória passou por profundas mudanças em sua gestão nos últimos anos, com destaque para a administração do presidente Fábio Mota, que assumiu a missão de recuperar financeiramente e institucionalmente o clube.
A atual gestão tem focado em:
- Responsabilidade fiscal e transparência
- Profissionalização de departamentos
- Redução de dívidas
- Valorização das categorias de base como ativo principal
- Modernização da estrutura e digitalização dos processos
O clube passou a adotar práticas de governança mais rígidas, como auditorias e publicação de balancetes.
A gestão eficiente foi fundamental para a conquista da Série B em 2023, com um time competitivo e folha salarial controlada.
Mesmo com orçamento inferior ao de outros clubes da Série A, o Vitória conseguiu atrair patrocinadores importantes como 7K Bet e Fatal Model, além de firmar parcerias pontuais com empresas locais e nacionais.
O foco no aumento do número de sócios-torcedores e em ações de marketing de alto impacto também gerou novas fontes de receita.
Em 2023, o clube bateu recordes de arrecadação com bilheteria e produtos licenciados, impulsionados pela campanha do acesso e pelo forte apelo emocional com a torcida.
Marketing e Comunicação
O Vitória ganhou destaque internacional com a inovadora campanha “Meu Sangue é Rubro-Negro”, em 2012.
O clube trocou o vermelho do uniforme pelo branco e só foi “colorindo” novamente conforme os torcedores doavam sangue — uma ação que aumentou em 51% os estoques da Hemoba e foi premiada mundialmente.
Outras ações notáveis incluem:
- Uniformes temáticos em datas comemorativas
- Campanhas sociais e ambientais em parceria com ONGs
- Presença digital ativa, com crescimento nas redes sociais
- Produção de conteúdo exclusivo, como o programa “Vitória na TV”
Essas estratégias ajudaram a fortalecer a marca Vitória e aproximar o clube de uma nova geração de torcedores.
Curiosidades sobre o Vitória
Ao longo de mais de um século de história, o Esporte Clube Vitória acumulou não apenas títulos e glórias, mas também momentos marcantes, personagens excêntricos e fatos inusitados que ajudam a construir a rica identidade do clube.
De goleadas históricas a campanhas publicitárias inovadoras, o Vitória sempre soube como se destacar dentro e fora dos gramados.
Conheça agora algumas curiosidades que tornam o Leão da Barra um dos clubes mais singulares do futebol brasileiro.
Jogadores curiosos ou excêntricos
Ao longo da história, o Vitória teve jogadores marcantes por suas histórias dentro e fora de campo:
- Neto Baiano: Ídolo do clube, conhecido por seu carisma e frases irreverentes. É o 7º maior artilheiro da história do Vitória.
- Obina: Muito querido pela torcida, ficou famoso por sua entrega em campo e por declarações bem-humoradas.
- Viáfara: Goleiro colombiano que virou xodó da torcida pelo estilo excêntrico e defesas decisivas.
- Petković: Craque sérvio que passou pelo Vitória no início da carreira e encantou a torcida com sua técnica apurada.
Goleadas históricas
O Vitória é autor de algumas das maiores goleadas do futebol baiano, com destaque para:
- Vitória 7 x 3 Bahia (2013) – Final do Baianão, na Arena Fonte Nova. Um dos maiores Ba-Vis da história.
- Vitória 7 x 1 Bahia (1948) – Maior goleada do clássico Ba-Vi.
- Vitória 6 x 0 Fluminense de Feira – Diversas vezes repetida em estaduais.
- Vitória 5 x 1 Bahia (2013) – Inauguração da Arena Fonte Nova, com show de Maxi Biancucchi.
Essas goleadas estão eternizadas na memória da torcida e consolidam o Vitória como protagonista no futebol regional.
Recordes do clube
- Juvenal – Maior artilheiro da história do clube: 150 gols
- Vagner Mancini – Técnico com mais jogos: 216 partidas
- Melhor campanha nordestina na era dos pontos corridos da Série A: 5º lugar em 2013
- Maior sequência de títulos estaduais: Tetracampeonato (2002–2005 e 2007–2010)
- Primeiro clube do Brasil fundado apenas por brasileiros
- Único clube do Nordeste vice-campeão da Copa do Brasil (até 2010)
Redes sociais oficiais
- Site oficial: https://ecvitoria.com.br
- Instagram: instagram.com/ecvitoria
- X (antigo Twitter): x.com/ECVitoria
- Facebook: facebook.com/ecvitoria
Perguntas Frequentes
Quantos anos o Vitória ficou na série C?
O Vitória disputou a Série C em duas ocasiões: em 2006 e 2022. Em ambas, conquistou o acesso no ano seguinte.
Qual o maior título do Vitória?
O maior título do Vitória é o Campeonato Brasileiro da Série B de 2023, o primeiro título nacional da história do clube.
Qual time é maior, Bahia ou Vitória?
A rivalidade é intensa. O Bahia tem mais títulos nacionais, mas o Vitória tem hegemonia recente no cenário estadual e regional. A resposta depende do critério adotado.
Quantas vezes o Vitória já foi rebaixado?
O Vitória foi rebaixado seis vezes no Campeonato Brasileiro: em 1991, 2004, 2010, 2014, 2018 e 2021 (essa última para a Série C).
Qual o maior clube do Nordeste?
Essa resposta é subjetiva. O Bahia e o Vitória estão entre os maiores, junto com Sport, Fortaleza e Ceará. O Vitória é o maior campeão da Copa do Nordeste, ao lado do Bahia, com 4 títulos.
Quantos brasileirões o Vitória tem?
O Vitória tem 1 título nacional, da Série B de 2023. Ainda não conquistou a Série A.
Quem tem mais torcedores, Bahia ou Vitória?
O Bahia tem a maior torcida da Bahia. O Vitória, no entanto, tem a torcida que mais cresce no Nordeste, especialmente entre os jovens.
Qual foi a maior goleada do Vitória em cima do Bahia?
A maior goleada foi um 7 a 1, em 2 de julho de 1948, no clássico Ba-Vi.
Qual foi o maior público do Barradão de todos os tempos?
O maior público registrado no Barradão foi de 32.157 pessoas, em 1999, na final da Copa do Nordeste contra o Bahia.