Futebol de Cegos

Futebol de Cegos

Futebol de cegos é uma modalidade que alia inclusão, técnica e alto rendimento, com regras adaptadas para atletas com deficiência visual.

Praticado em mais de 40 países, o esporte exige percepção auditiva apurada, trabalho em equipe e preparo tático refinado.

Descubra como funciona essa emocionante prática paralímpica, suas regras, equipamentos e a trajetória de sucesso do Brasil, referência mundial em desempenho e formação de atletas.

História do Futebol de Cegos

A história do futebol de cegos revela uma trajetória de superação, inclusão e profissionalização ao longo das décadas.

O esporte, que surgiu de maneira espontânea em diferentes países, evoluiu até conquistar reconhecimento mundial como modalidade paralímpica.

Hoje, é praticado em mais de 40 nações, com regulamentos unificados e competições de alto nível.

Origem e evolução no mundo

A origem do futebol de cegos no mundo remonta às décadas de 1920 e 1930, quando pessoas com deficiência visual começaram a jogar de forma recreativa em escolas e centros especializados.

A prática era informal e usava bolas adaptadas artesanalmente com objetos sonoros.

Foi na década de 1980 que o esporte começou a se estruturar, especialmente em países como Espanha e Argentina, que lideraram a organização de torneios regionais.

A fundação da IBSA (International Blind Sports Federation) em 1981 foi um marco importante para a padronização das regras e o reconhecimento internacional da modalidade.

Com o apoio da IBSA, o futebol de cegos passou a contar com regulamentos específicos, como o uso obrigatório de bolas com guizo, a venda nos olhos para garantir igualdade entre os atletas e o limite de ruído externo durante as partidas.

Chegada ao Brasil

A chegada do futebol de cegos ao Brasil ocorreu em 1984, com a realização do primeiro campeonato interestadual entre instituições de apoio a pessoas com deficiência visual.

O torneio foi organizado em São Paulo e marcou o início da organização do esporte no país.

Pouco tempo depois, foi fundada a Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC), que passou a liderar a regulamentação, formação de atletas e estruturação de competições.

A modalidade ganhou força rapidamente, alcançando grande visibilidade e atraindo novos praticantes em diversas regiões.

Graças a esse crescimento, o Brasil se consolidou como uma das principais potências no futebol de cegos mundial.

A seleção brasileira é multicampeã em torneios internacionais e referência em desempenho técnico, tático e formação de atletas.

Reconhecimento como esporte paralímpico

O reconhecimento do futebol de cegos como esporte paralímpico ocorreu oficialmente nos Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004.

A inclusão no programa paralímpico foi resultado da consolidação da modalidade em diversos países e do trabalho da IBSA junto ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

A partir dessa estreia, o futebol de cegos passou a fazer parte das principais competições do calendário paradesportivo, como os Jogos Parapan-Americanos, o Campeonato Mundial da IBSA e os Jogos Paralímpicos.

A visibilidade alcançada com o reconhecimento paralímpico impulsionou ainda mais o desenvolvimento da modalidade.

Houve aumento no número de praticantes, melhorias na estrutura de treinos e apoio governamental e privado para as seleções nacionais.

Como funciona o Futebol de Cegos?

Como funciona o Futebol de Cegos

O futebol de cegos funciona com regras específicas para garantir acessibilidade, segurança e competitividade.

A modalidade é adaptada para atletas com deficiência visual total e segue regulamentos oficiais definidos pela IBSA (International Blind Sports Federation).

O jogo é disputado em campo reduzido, com barreiras laterais e uma bola com guizo que emite som durante o movimento.

Número de jogadores e suas funções

O futebol de cegos é jogado por duas equipes com cinco jogadores cada, sendo quatro atletas de linha cegos (classe B1) e um goleiro vidente ou com baixa visão (classe B2/B3).

Os jogadores de linha têm funções semelhantes às do futebol tradicional: zagueiro, meio-campista e atacante.

Cada atleta atua com autonomia no campo, orientando-se principalmente pelo som da bola, pela comunicação com colegas de equipe e pelo auxílio dos guias.

As substituições são permitidas e seguem critérios técnicos e estratégicos definidos por cada equipe.

Comunicação e orientação em campo

A comunicação é um elemento essencial no futebol de cegos, já que os jogadores não utilizam a visão para se orientar. Durante o jogo, o ambiente precisa ser silencioso, permitindo que os atletas ouçam claramente os sons da bola e as instruções verbais.

Existem três principais fontes de orientação em campo:

  • Os próprios companheiros de equipe, que se comunicam entre si;
  • O técnico, que orienta os jogadores na zona defensiva;
  • O guia (ou chamador), posicionado atrás do gol adversário, que dá instruções sobre direção, posicionamento e distância em jogadas ofensivas.

Os atletas também utilizam a palavra “voy” (do espanhol “vou”) obrigatoriamente ao tentar disputar a bola, como forma de evitar choques e lesões.

O papel do goleiro

O goleiro no futebol de cegos é o único jogador da equipe que pode enxergar, sendo essencial para a defesa e a orientação dos colegas.

Ele atua em uma área limitada (com 5 metros de raio) e não pode sair dessa zona durante o jogo.

Além de defender o gol, o goleiro tem a função estratégica de orientar os defensores, informando a posição da bola, a aproximação de adversários e a necessidade de movimentação tática.

Essa comunicação deve ser clara, constante e precisa.

Vale destacar que, por regulamento, o goleiro não pode participar das jogadas de ataque e deve manter-se dentro da sua área de responsabilidade.

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Algumas regras básicas

As regras básicas do futebol de cegos foram criadas para garantir igualdade entre os atletas e segurança durante o jogo.

Todos os jogadores de linha devem ser da classe B1, ou seja, cegos totais ou com percepção visual extremamente reduzida. Para garantir imparcialidade, todos usam vendas ou tapa-olhos padronizados, independentemente do grau de visão.

O jogo é disputado em quadra adaptada, com barreiras laterais que mantêm a bola em jogo e auxiliam na orientação dos atletas. A bola tem guizos internos, permitindo que os jogadores a localizem pelo som.

O ambiente deve permanecer silencioso durante a partida para que os atletas consigam ouvir os sons da bola e as instruções verbais.

Outra regra importante é o uso obrigatório da palavra “voy” pelos jogadores ao se aproximarem da bola. Isso evita colisões e permite que os adversários saibam de onde vem o movimento.

Duração da partida

A duração de uma partida de futebol de cegos é de dois tempos de 20 minutos corridos, com intervalo de 10 minutos entre eles.

O cronômetro só é parado em situações específicas, como atendimento médico, substituições ou interrupções por falta grave.

Em fases eliminatórias ou decisões de campeonato, se houver empate, a prorrogação é realizada em dois tempos de 5 minutos. Persistindo a igualdade, a decisão vai para a disputa por pênaltis, com regras próprias para a modalidade.

Faltas e penalidades

As faltas no futebol de cegos são marcadas quando ocorrem infrações físicas, comportamento antidesportivo ou desrespeito às regras de segurança.

As mais comuns incluem empurrões, uso inadequado da palavra “voy” ou ausência de comunicação ao disputar a bola.

O acúmulo de cinco faltas por tempo por equipe resulta em um tiro livre sem barreira para o adversário, semelhante a um pênalti.

Expulsões também podem ocorrer em casos graves, e o jogador não pode ser substituído por dois minutos, deixando o time com um a menos temporariamente.

Critérios de vitória

Os critérios de vitória no futebol de cegos seguem o modelo tradicional: vence a equipe que marcar mais gols ao final dos dois tempos.

Em caso de empate durante competições eliminatórias, há prorrogação e, se necessário, disputa por pênaltis.

Nas fases de grupos, os critérios de desempate podem incluir saldo de gols, gols marcados, confronto direto e, por fim, número de faltas cometidas (vantagem para a equipe mais disciplinada).

Diferença entre futebol de cegos e goalball

A diferença entre futebol de cegos e goalball está nas regras, no formato de jogo e na estrutura das equipes.

O futebol de cegos é jogado com os pés, em campo adaptado, por quatro jogadores de linha e um goleiro, enquanto o goalball é jogado exclusivamente com as mãos, por três jogadores em quadra de cada lado.

No goalball, todos os atletas são obrigatoriamente vendados, independentemente do grau de deficiência visual, e o jogo acontece em silêncio absoluto, com foco total na defesa e arremesso da bola em direção ao gol adversário.

Já no futebol de cegos, há um goleiro vidente e comunicação verbal ativa com guias e técnicos.

Outra diferença importante é que o goalball foi criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, enquanto o futebol de cegos é uma adaptação do futebol tradicional.

Classificação dos Atletas

A classificação dos atletas no futebol de cegos é um sistema utilizado para garantir igualdade de condições entre os competidores.

Essa classificação é determinada com base no nível de acuidade visual e campo de visão de cada jogador, conforme os critérios estabelecidos pela IBSA (International Blind Sports Federation).

Esse sistema é dividido em três categorias: B1, B2 e B3, sendo que apenas atletas da classe B1 podem atuar como jogadores de linha nas partidas oficiais de futebol de cegos.

Classes B1, B2, B3

Classe B1: Inclui atletas totalmente cegos ou com percepção visual mínima, sem capacidade de reconhecer a forma de uma mão a qualquer distância ou direção. Esses são os únicos jogadores permitidos em quadra nas posições de linha no futebol de cegos. Todos usam venda nos olhos para padronizar as condições e evitar qualquer vantagem.

Classe B2: Abrange atletas com acuidade visual de até 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.

Esses jogadores podem enxergar vultos ou formas, mas não participam como jogadores de linha no futebol de cegos. Podem atuar como goleiros, desde que não tenham participado de competições oficiais como atletas videntes nos últimos cinco anos.

Classe B3: Compreende atletas com acuidade visual de até 6/60 ou campo visual inferior a 20 graus.

Enxergam com mais nitidez do que os atletas B1 e B2, mas ainda têm deficiência visual significativa. Assim como os da classe B2, também podem atuar como goleiros, desde que cumpram os requisitos da modalidade.

Como a classificação influencia o jogo

A classificação visual influencia diretamente a dinâmica do jogo, pois apenas atletas da classe B1 são autorizados a jogar na linha, garantindo igualdade nas capacidades sensoriais dos participantes.

Isso significa que nenhum jogador pode ter qualquer vantagem visual, o que torna a venda nos olhos obrigatória, mesmo para os B1.

O goleiro é a única posição em que atletas das classes B2 ou B3 podem atuar, justamente porque sua função exige visão para defender o gol e orientar os companheiros de defesa.

No entanto, existem critérios específicos para impedir que goleiros com histórico profissional recente no futebol convencional atuem na modalidade, evitando desequilíbrios competitivos.

Essa estrutura de classificação assegura que o futebol de cegos seja um esporte justo, técnico e adaptado exclusivamente às necessidades de atletas com deficiência visual total.

Equipamentos utilizados

Equipamentos utilizados

Os equipamentos utilizados no futebol de cegos são fundamentais para garantir acessibilidade, segurança e equilíbrio técnico durante o jogo.

Cada item foi desenvolvido ou adaptado com base nas necessidades específicas dos atletas com deficiência visual. A padronização dos materiais é regulada pela IBSA (International Blind Sports Federation).

Bola com guizo

A bola com guizo é um dos elementos centrais do futebol de cegos.

Ela possui pequenos guizos ou sinos em seu interior, que produzem som quando a bola se movimenta. Isso permite que os jogadores identifiquem sua localização com base na audição.

O tamanho da bola é semelhante ao de uma bola de futsal (tamanho 3 ou 4), com estrutura reforçada para minimizar o quique e facilitar o controle durante o jogo.

A qualidade sonora deve ser clara e contínua, mesmo em alta velocidade, sendo testada antes de cada partida.

Venda ou tapa-olhos

A venda ou tapa-olhos é obrigatória para todos os jogadores de linha, mesmo aqueles que são totalmente cegos (classe B1).

Esse item garante igualdade entre os participantes, impedindo qualquer vantagem visual residual.

A venda deve ser acolchoada, confortável e ajustada firmemente ao rosto para evitar deslocamento durante o jogo.

Antes da partida, os árbitros verificam cada venda para garantir que esteja corretamente posicionada e sem brechas que permitam qualquer visibilidade.

Uniforme e proteção

O uniforme dos atletas de futebol de cegos é semelhante ao do futebol convencional, mas com adaptações específicas para garantir segurança.

As roupas são leves, com tecidos que não atrapalham a movimentação, e incluem números em alto-relevo para facilitar a identificação tátil, quando necessário.

Além disso, os jogadores utilizam equipamentos de proteção, como joelheiras, cotoveleiras e, em alguns casos, coletes acolchoados, para minimizar o risco de lesões em quedas ou colisões.

As chuteiras são do tipo society ou futsal, dependendo do tipo de gramado (geralmente sintético ou emborrachado).

Esses equipamentos são essenciais para que o jogo aconteça com fluidez, segurança e total inclusão, mantendo o alto nível técnico da modalidade.

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Medidas do campo

O campo de futebol de cegos possui dimensões e estruturas adaptadas para proporcionar segurança, acessibilidade e fluidez ao jogo.

O espaço é delimitado com barreiras laterais fixas e marcações táteis e sonoras, conforme as diretrizes da IBSA (International Blind Sports Federation).

Tamanho e medidas

O tamanho oficial do campo de futebol de cegos é de 40 metros de comprimento por 20 metros de largura.

Esse formato reduzido, semelhante ao de uma quadra de futsal, permite maior controle dos atletas sobre a movimentação da bola e facilita a orientação auditiva.

A superfície pode ser de grama sintética, piso emborrachado ou material específico para paradesporto.

As linhas de marcação são visíveis para os árbitros e orientadores, mas os jogadores não se guiam por elas visualmente — eles dependem dos sons, da comunicação verbal e das barreiras físicas.

Barreiras laterais

As barreiras laterais são estruturas fixas, com cerca de 1 metro de altura, posicionadas ao longo das linhas laterais do campo. Elas têm dupla função: mantêm a bola em jogo e ajudam os jogadores a se orientar fisicamente durante as partidas.

Essas barreiras são acolchoadas ou feitas de material que reduz o impacto, garantindo segurança em caso de contato físico.

Além disso, elas ampliam a continuidade do jogo, pois evitam que a bola saia com frequência, mantendo o ritmo da partida mais intenso.

Marcação do gol

A marcação do gol no futebol de cegos segue dimensões menores que as do futebol tradicional. Os gols medem 3,66 metros de largura por 2,14 metros de altura, o equivalente às traves utilizadas no futsal.

Eles estão posicionados no centro das linhas de fundo, com redes firmemente fixadas para absorver o impacto da bola.

Atrás de cada gol fica o guia (ou chamador), que orienta os atacantes da sua equipe durante as jogadas ofensivas. Por isso, a área atrás da meta deve ser reservada e silenciosa, garantindo a concentração e a escuta clara das instruções.

Curiosidades sobre o Futebol de Cegos

O futebol de cegos é uma das modalidades paralímpicas mais emocionantes e técnicas do mundo.

A combinação de habilidade, percepção auditiva, trabalho em equipe e estratégia torna esse esporte único. Muitos aspectos curiosos e inspiradores envolvem tanto a preparação dos atletas quanto a dinâmica das competições.

Como os atletas se orientam no campo?

Os atletas de futebol de cegos se orientam principalmente pelo som. A bola contém guizos internos, que emitem ruídos constantes enquanto se move, permitindo aos jogadores localizá-la durante o jogo.

Além da bola, os atletas utilizam referências sonoras e táteis, como o som das barreiras laterais ao tocarem nelas, a comunicação verbal com os companheiros e as instruções dos guias.

Os sentidos de audição e percepção espacial são altamente desenvolvidos e treinados para que os jogadores possam manter o posicionamento correto, antecipar movimentos e realizar passes ou chutes com precisão.

A importância do guia atrás do gol

O guia atrás do gol, também chamado de chamador, tem papel fundamental nas jogadas ofensivas.

Ele orienta verbalmente os atacantes da sua equipe, informando a posição do gol, a distância da bola, a localização dos adversários e o momento ideal para o chute.

Esse profissional precisa ter excelente comunicação, entrosamento com os atletas e profundo conhecimento tático.

Sua atuação é decisiva, principalmente em cobranças de faltas e finalizações, onde o tempo e a direção precisam ser muito precisos. Por isso, o ambiente atrás do gol deve estar em completo silêncio.

Treinamento específico para atletas cegos

O treinamento de atletas cegos no futebol é altamente técnico e adaptado.

As sessões incluem exercícios de orientação espacial, percepção auditiva, resistência física, deslocamento e domínio de bola por meio do som.

Os jogadores também treinam em situações simuladas de jogo, com foco na comunicação, movimentação tática e antecipação de jogadas.

Os treinos com o guia e com o goleiro são essenciais para fortalecer a confiança e a sincronia da equipe.

Além disso, os atletas passam por avaliações físicas e programas de condicionamento adaptado, respeitando suas necessidades específicas e prevenindo lesões.

Paralimpíadas

O futebol de cegos faz parte do programa oficial dos Jogos Paralímpicos desde Atenas 2004.

A competição é organizada pela IBSA em parceria com o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e reúne as melhores seleções do mundo a cada quatro anos.

O torneio paralímpico segue regras específicas e é disputado exclusivamente por atletas da classe B1. Os jogos são intensos, com alto nível técnico, e atraem grande audiência tanto no local quanto pela transmissão online e televisiva.

O Brasil tem se destacado de forma histórica, conquistando todas as medalhas de ouro desde a inclusão da modalidade nas Paralimpíadas até os jogos de Tóquio 2020, sendo a única seleção invicta.

Campeonato Mundial

O Campeonato Mundial de Futebol de Cegos é realizado a cada quatro anos e reúne seleções dos cinco continentes. Organizado pela IBSA, o torneio serve como referência internacional em qualidade técnica e desempenho tático.

Assim como nas Paralimpíadas, os jogos seguem os padrões internacionais da classe B1. Além de consagrar grandes atletas, o campeonato é uma vitrine para o desenvolvimento do esporte em novos países.

O Brasil é um dos maiores vencedores da história do torneio, tendo conquistado diversos títulos mundiais e mantido uma tradição de excelência.

Participação do Brasil e principais seleções

A participação do Brasil no futebol de cegos é marcada por hegemonia e protagonismo. A seleção brasileira masculina conquistou todos os títulos paralímpicos até 2020 e foi campeã mundial múltiplas vezes.

Além do Brasil, outras seleções de destaque incluem Argentina, China, Irã e Turquia. Esses países possuem programas estruturados de formação de atletas e se mantêm entre os principais concorrentes em torneios internacionais.

O Brasil também é referência em infraestrutura, treinamentos e desenvolvimento técnico, sendo considerado modelo para outras nações.

Maiores atletas da história

Entre os maiores atletas da história do futebol de cegos, o nome mais emblemático é o de Ricardinho Alves, camisa 10 da seleção brasileira.

Com múltiplos títulos mundiais e paralímpicos, é reconhecido por sua habilidade com a bola, visão de jogo e precisão nos arremates.

Outro nome de destaque é Jefinho, conhecido como o “Pelé do futebol de cegos”. Sua velocidade, controle de bola e capacidade de decisão o tornaram uma lenda viva do esporte.

Esses jogadores, ao lado de outros grandes nomes nacionais e internacionais, ajudaram a elevar o futebol de cegos a um novo patamar de visibilidade e reconhecimento, inspirando milhares de pessoas com e sem deficiência ao redor do mundo.

Conclusão

O futebol de cegos é muito mais do que uma modalidade esportiva: é uma expressão de superação, técnica e inclusão.

Com regras adaptadas, equipamentos específicos e atletas altamente capacitados, esse esporte mostra ao mundo que a deficiência visual não é um limite, mas sim um convite à reinvenção da habilidade e da estratégia.

Ao longo dos anos, o crescimento do futebol de cegos no Brasil e no mundo transformou vidas, revelou talentos e trouxe visibilidade para o paradesporto.

O domínio brasileiro em competições internacionais, o profissionalismo dos atletas e o envolvimento de técnicos, guias e instituições reforçam a importância da modalidade no cenário esportivo global.

Conhecer as regras, a história e a estrutura do futebol de cegos é também uma forma de valorizar o esporte paralímpico e ampliar o olhar sobre o potencial humano.

Seja como espectador, apoiador ou praticante, todos podem fazer parte dessa jornada de inclusão e respeito pela diversidade no esporte.

Perguntas Frequentes

Como funciona o jogo de futebol de cegos?

O jogo de futebol de cegos funciona com regras específicas de acessibilidade e segurança, seguindo o regulamento oficial da IBSA.

É disputado por duas equipes com quatro jogadores de linha da classe B1 (cegos totais) e um goleiro vidente ou com baixa visão (classe B2/B3). A bola tem guizos internos e o campo possui barreiras laterais para manter a bola em jogo.

Os atletas se orientam pelo som da bola, pela comunicação verbal entre os colegas e pelas instruções de técnicos e guias. Todos usam vendas padronizadas nos olhos, garantindo igualdade de condições visuais.

Porque no futebol de cegos o goleiro enxerga?

No futebol de cegos, o goleiro enxerga porque sua função exige defender o gol e orientar os jogadores de linha. Ele atua em uma área limitada e é responsável por informar a posição da bola e a movimentação dos adversários.

Por isso, é permitido que goleiros sejam da classe B2 ou B3, desde que não tenham jogado como atletas videntes em competições oficiais nos últimos cinco anos, evitando vantagem técnica.

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O que é o goalball?

O goalball é uma modalidade paralímpica exclusiva para pessoas com deficiência visual, jogada com as mãos por equipes de três atletas.

A bola tem guizos internos e o objetivo é lançá-la no gol adversário, enquanto o time oposto tenta defender.

Todos os jogadores usam vendas nos olhos, independentemente do grau de visão. O jogo acontece em silêncio absoluto, e o foco é na percepção auditiva e tempo de reação.

Quais são as 5 regras do futebol?

No contexto do futebol de cegos, cinco regras fundamentais são:

  1. Todos os jogadores de linha devem ser da classe B1 e usar venda nos olhos;
  2. A bola deve conter guizos sonoros e ser audível durante todo o jogo;
  3. O ambiente deve estar silencioso durante a partida;
  4. Os atletas devem dizer “voy” ao disputar a bola, para evitar colisões;
  5. Cada equipe pode cometer no máximo cinco faltas por tempo antes de conceder um tiro livre direto ao adversário.

Quanto tempo dura a partida de futebol de cegos?

A partida de futebol de cegos dura dois tempos de 20 minutos corridos, com intervalo de 10 minutos. O relógio é pausado apenas em situações específicas, como lesões ou substituições.

Se o jogo terminar empatado em fases eliminatórias, há prorrogação de dois tempos de 5 minutos. Persistindo o empate, a decisão vai para os pênaltis.

Qual o objetivo do futebol para cegos?

O objetivo do futebol para cegos é o mesmo do futebol convencional: marcar mais gols que o adversário. A diferença está na adaptação das regras para garantir acessibilidade e igualdade entre os atletas.

A modalidade também promove inclusão social, superação e desenvolvimento técnico de pessoas com deficiência visual, ampliando suas oportunidades no esporte de alto rendimento.

Quais são as regras do Futebol Paralímpico?

No futebol de cegos, principal modalidade paralímpica do futebol adaptado, as regras incluem: uso de vendas nos olhos, bola com guizo, campo com barreiras laterais, goleiro vidente, comunicação verbal entre atletas e guias, e uso obrigatório da palavra “voy”.

A competição é exclusiva para jogadores da classe B1 e segue regulamento da IBSA, com critérios rígidos de segurança, igualdade e desempenho técnico.

O goleiro do futebol de cego tem deficiência?

Sim, o goleiro pode ter deficiência visual, desde que se enquadre nas classes B2 ou B3, com acuidade visual parcial. Ele também pode ser totalmente vidente, desde que não tenha atuado como jogador profissional nos últimos cinco anos.

O goleiro é a única posição que permite visão, pois sua função exige orientar os colegas e defender o gol.

Como os jogadores de futebol cegos jogam?

Os jogadores de futebol cegos jogam guiando-se pelo som da bola com guizo, pela comunicação com colegas e orientadores e pelo toque nas barreiras laterais do campo. Eles usam vendas nos olhos e atuam com autonomia total.

Durante as partidas, é essencial o uso da palavra “voy” ao disputar a bola, garantindo segurança e evitando colisões com os adversários.

Quais são as principais regras dos Jogos Paralímpicos?

Nas Paralimpíadas, o futebol de cegos segue regras específicas: somente atletas da classe B1 podem atuar na linha, todos devem usar vendas, a bola deve conter guizos sonoros, e o campo possui barreiras laterais fixas.

O goleiro pode ter visão, desde que siga os critérios da IBSA, e o ambiente deve permanecer silencioso durante o jogo, para garantir a orientação auditiva dos atletas.

Quais são as regras do futebol Adaptado?

No futebol de cegos, principal forma de futebol adaptado, as regras incluem: uso de vendas nos olhos, campo reduzido com barreiras, bola com guizo, goleiro com visão parcial, e jogadores da classe B1.

A comunicação verbal, o silêncio do ambiente e o uso da palavra “voy” são obrigatórios para garantir segurança e equilíbrio técnico entre os atletas.

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